Alyne POV's
Caía uma garoa fina enquanto passávamos por debaixo do arco do triunfo, meus pensamentos vagueavam enquanto eu observava as pequeninas gotas de água gélida que se condensavam na janela do automóvel. Weslley segurava firme em minha mão enquanto acariciava a palma com o polegar e encostava minha cabeça em seu ombro.
Ele tem estado estranho ultimamente, parece avoado, com a mente vagando por algum lugar qualquer.
Viro meu rosto em sua direção, ele parece focado em algo que se passa por fora do veículo; parece pensativo, reflexivo...
Embora meus amigos não saibam, hoje pela manhã algo de estranho aconteceu.* Hoje mais cedo
Eu subia as escadas, minha atenção estava voltada para a tela do celular onde, pelo chat, eu falava um pouco com minha mãe. Minha atenção foi chamada quando vozes se fizeram audíveis no momento em que cheguei na porta do quarto :
– Por favor Alvaro... Ela não pode saber de nada.
Era a voz de Weslley, parecia carregada de nervosismo.
– Relaxa boy... – Alvaro parecia cheio de malícia – eu não direi nada pra Branquela.
Eles estavam escondendo algo de mim, parecia sério.
Eu então abri a porta e entrei :
– O que eu não posso saber?
O rosto de Weslley perdeu a cor no mesmo instante, chegando à um tom tão branco quanto leite. Álvaro então... Ele arregalou os olhos, e parecia prestes à desmaiar... Os dois se olharam por um instante antes do meu amigo sorrir amarelo, olhar no relógio e dizer :
– Gentee... Olha a hora !! Vou lá ajudar com o almoço.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele saiu correndo do quarto.
Me virei para Weslley, que, aproveitando minha distração, tentava sair de fininho do quarto.
Eu o puxei pelo braço.
– Pode me dizer o que é que eu não posso saber Weslley?
Ele parecia suar frio.
– Bom amor... Se é algo que você não pode saber, então não posso contar né...
Ele sorria nervoso.
– Não brinca comigo Weslley... – eu fechei meus olhos e respirei fundo – eu acho bom você começar a falar antes que eu...
Quando voltei a abrir meus olhos, ele já havia saído do quarto.
...Agora aqui estava eu, sentada no banco traseiro do carro observando a estrada e ouvindo Alvaro e Lizz papeando nos bancos dianteiros. Nosso Unicórnio dirijia enquanto a maquiadora falava à respeito da tal boate, dizendo o quanto era glamurosa. Os carros estavam cheios, nós havíamos saído com o carro reserva enquanto Karla, Diqueh e Thay haviam ido na caminhonete, e nos seguiam em direção à tal boate.
Uma briza fria entrava pela janela; tremi pelo fato de estar usando apenas um vestido curto de alças. Weslley, com toda certeza, percebeu e logo me puxou para seu abraço quente e aconchegante , com cheiro de homem e sensação de estar em casa. Por um momento me esqueço de minhas dúvidas e, só volto a me recordar – e pensar em questionar – dos segredos de meu namorado quando, ao longe pude avistar um letreiro luminoso e Lizz, eufórica, nos avisou que havíamos chegado.
Lizz POV's
A primeira coisa que reparo ao chegarmos à boate é que, em meio à um emaranhado de carros e motocicletas no estacionamento, uma delas se destaca : Uma grande, vermelha e com um adesivo de dragão colado... É a moto de Everton.
Caminho à frente de meus amigos, deixando-os pra trás e entrando na Champagne.
Vou logo em direção ao bar e, com um misto de alegria e nostalgia, eu avisto aqueles lindos olhos recobertos por lentes e armação.
– Oi Everton...
Ele se vira em minha direção e sorri – Sem sombra de dúvidas é o sorriso mais lindo que já vi – levantando-se e me dando um forte abraço.
– Lizz... Que bom rever você...
– Também é muito bom te ver...
Distraída com nossa conversa, eu mal percebo a aproximação de meus amigos; Alvaro e Thay caminham em nossa direção com os braços entrelaçados.
– Nossa Lizz... Precisava fugir de nós?
Alvaro arqueia as sobrancelhas enquanto Thay se apoia no balcão e se senta.
– Pois é... Você praticamente entrou correndo na boate... Parecia até que estava atrás de alguém.
Tenho certeza de que corei no mesmo instante, fixei meus olhos nos de Everton que, descaradamente, parecia conter o riso.
Resolvo logo mudar o rumo de nossa conversa apresentando-os.
– Bom pessoal... Esse aqui é o Everton...
– É um prazer... – Alvaro aperta sua mão sorridente e se senta ao lado de Thay que, toda refinada, o cumprimenta com dois beijos na bochecha.
– Sua namorada é muito linda... – Everton diz para Alvaro que, instantaneamente começa a gargalhar. Thay por sua vez fica totalmente vermelha.
– Desculpe... Mas eu disse alguma coisa errada? – Everton parecia confuso, dirigindo seu olhar para mim.
– Não boy... Relaxa – Alvaro, ainda tinha seu risinho irônico nos lábios quando abraçou Thay e lhe deu um beijo na bochecha – Eu amo essa chata aqui... Mas nós não namoramos não... Cruzes – meu amigo fez uma expressão de pavor engraçadíssima – eu não sou lésbica.
Ninguém aguentou... Todos nós caímos na risada enquanto Alyne e Karla se aproximavam.
– Ué... Cadê o Weslley e o Diqueh?
Alvaro perguntou enquanto foleava o menu de bebidas.
– Bom... O Weslley foi ao banheiro e o Luiz, como era de se esperar, já está na pista de dança.
Todos nós focamos nossos olhos naquela cabeleira loira que esvoaçava em meio as fumaças e luzes da boate enquanto meu amigo requebrava até o chão.
– Bom... Tenho que ir ao banheiro...
Disse Alvaro se levantando e indo em direção ao outro lado da boate.Alvaro POV's
Caminho em direção ao banheiro, Weslley havia me pedido pra encontra-lo lá.
Quando abro a porta ele se aproxima e, com um sorriso no rosto diz :
– É hoje...****
Thay POV's
Alvaro estava todos os dias dizendo que eu já podia andar normalmente e que precisava me exercitar. Eu ainda usava as muletas apenas pelo fato de que meu tornozelo ainda estava dolorido e, me fazendo bem ou nao, eu não estava pretendendo tocar com meu pé no chão.
Alvaro havia me deixado minha muleta no carro e, com todos na pista de dança minha única escolha era ficar sentada no bar esperando alguma das meninas vir me ajudar a ir ao banheiro.
Não tive muita escolha, eu estava apertada pra caramba, teria que me levantar.
Me levanto e com todo o cuidado do mundo, coloco meu pé no chão e me levanto.
Uma péssima ideia já que sinto como se ele fosse se partir ao meio. Escorrego e, antes de ir de encontro ao chão com o rosto, um peito firme e braços fortes me amparam.Alyne POV's
Sim... Me chamem de louca, psicopata, ou seja lá o que quiserem, mas eu não seria enganada, não há essa altura do campeonato.
Eu segui Alvaro até o banheiro e, ao ouvir aquilo, a raiva tomou conta de mim, me fazendo empurrar a porta e entrar com tudo no banheiro onde, quatro olhos assustados estavam arregalados e fixos em mim.
– Que merda é essa? Ninguém vai falar nada porra?
– Alyne... Calma... – Alvaro tentava se aproximar de mim.
– Que calma caralho!? Me explica "o que tem hoje"?
– É complicado amor... Se acalme por favor.
– Me acalmar?! Você quer que eu me acalme?! Eu entro num banheiro e escuto meu namorado ficar de segredinhos com meu amigo cara... Vocês estão se pegando, é isso?!
Weslley fez uma expressão totalmente espantada e, se não fosse toda a raiva que eu sentia, eu teria até achado fofa. Alvaro, por sua vez, estava com as sobrancelhas franzidas, com sua expressão irônica tomando conta de seu rosto junto de um ar de confusão.
– Ta me estranhando ?
Weslley parecia chateado e totalmente surpreso com a minha hipótese.
Eu não estava com paciência...
– Não foge do assunto porra. Me explica logo o que ta acontecendo. Primeiro você fica estranho comigo e agora ta de segredinhos com meu amigo... Você quer terminar comigo? É isso?
– Alyne... Calma... Ele estava apenas...
– Não Alvaro – Weslley o interrompe – ela ainda não pode saber... Não agora...
Me senti estapeada.
Ele estava mesmo escondendo algo de mim. Meu coração se partiu no mesmo instante.
– Amor... Você precisa confiar em mim...
Ele tentou me tocar mas eu recuei.
– Confiar em você? Você está de segredos com meu melhor amigo e ainda me pede pra confia em você? – foquei meu olhar em Alvaro que parecia assustado – ou você me conta o que está contecendo ou... Nossa amizade já era.
Eu, com toda certeza o atingi; seus olhos lacrimejaram, e puder ver que ele se aproximou começou a falar por entre as lágrimas.
– Por favor Alyne... Não faça isso. O Weslley estava apenas...
Pude ver seu olhar se voltar para meu namorado que, com um olhar quase suplicando, moveu os lábios em um "por favor" silencioso.
Alvaro então se calou e se aproximou de mim, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, respondi.
– Não se aproxime... Fiquem aí com suas mentiras e segredos... Vocês se merecem.
Foi tudo o que eu disse antes de sair pela porta sem ter a intenção de voltar.
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Amitiè En Arc-en-ciel
General Fiction- Qual seria o resultado de cinco amigos, loucos e cheios de irreverência, em uma viajem para a Europa? Catástrofes talvez... ? Se auto-descobrir... ? Se apaixonar... ? Independente de qualquer coisa que possa acontecer, essas cinco pessoinha...