de repente...

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Sugestão de música :  Dangerously - Charlie Puth

Lizz POV's

   Foi tudo muito rápido....
    Em um momento estava tudo maravilhoso : eu bebia um drink enquanto Everton, Karla e Diqueh requebravam à minha frente e,  do nada,  Alyne passa correndo pela pista de dança,  esbarrando em todos com Weslley em seu encalço.  Pensei em segui-los mas, ao olhar para trás, pude ver Alvaro saindo do banheiro com os olhos vermelhos e transbordando lágrimas.
   – O que foi Alvaro? O que houve entre vocês... a Alyne saiu feito louca da boate.
Ele me olhou me fitou por um instante e,  pegando o drink que havia pedido e dando um belo gole,  começou a falar :
– Olha Lizz...  Eu vou te contar mas prometa que não vai dizer nada para a Alyne? Mesmo que ela não queira mais falar comigo,não vale a pena estragar os planos do Weslley logo agora– ele me olhou com um olhar tristonho e inspirou profundamente – promete?
– Sim.  Sim.  Prometo. Mas oque houve?
    Ele me contou toda a história e até compreendi a parte dele e de Weslley.  Já estava pronta pra dizer que era tudo uma grande banalidade quando,  com um olhar frio,  ele disse :
– Ela pensa que eu tenho um caso ou algo do tipo com ele... Apenas por que eu não revelei algo que deixamos claro que era para o bem dela. E ela apenas me excluiu como se eu fosse algo supérfluo. Eu nunca signifiquei nada para ela...
   Ele já chorava novamente quando tentei amenizar a situação.
– Não diga isso...  Ela te adora...  Estava apenas zangada e... – Chega Lizz... – Ele se levantou – já era okay. Pra mim essa noite já deu.

Alvaro POV's

   Eu me sentia um lixo.
Como ela poderia pensar que eu seria um traídor nesse nível tão baixo? Ela era uma das minhas melhores amigas...  Uma das mais importantes.
   Embora também estivesse chateada,  suas palavras haviam pesado muito para mim. Haviam partido meu coração.
    Lágrimas de tristeza e decepção ardiam em meus olhos enquanto eu saía da boate. Entrei no meio da multidão para ter certeza de que, nem Lizz nem ninguém me seguissem.  Tudo o que eu queria era ficar só e chorar.
   Na portaria da boate eu nem me dei ao trabalho de olhar para onde ia,  apenas corri em direção à rua.  Com a cabeça girando pelo drink forte e o estresse,  e os olhos embaçados pelas lágrimas,  mal tive tempo de ver o carro que se aproximava de mim e me cegava com seus faróis fortes. Até tentei apressar o passo,  mas acabei mesmo cambaleando e dando de cara com um para-brisa frio e duro.

Karla POV's
    
      Eu estava na pista de dança com Luiz quando vi Alyne correndo como doida,  acho que por já estar uns 60% bêbada,  encarei como um de seus chiliques e continuei a pular e rebolar junto da drag.
      O cheiro de fumaça e o calor que emanava de todos era inebriante,  me fazia sentir viva. Acho que desde que Jade havia nascido que eu não curtia de fato uma boa balada,  digo,  eu até tinha tempo para isso mas Jerson nunca estava disposto e não seria a mesma coisa com meus colegas europeus.  Eu precisava da euforia de meus amigos...
       O cheiro de álcool estava em tudo e todos, eram muitos corpos se chocando e  transmitindo calor humano.
   Eu rebolo frenética,  Luiz me pega pela mão e,  juntos, pulamos loucos e descontroladamente bêbados pela pista.
  – Heeey...  Excuse ma chérie...
  Eu nem havia percebido que havia esbarrado em alguém, olho para trás e uma visão me deixa boquiaberta.
   Era uma garota baixa,  de olhos verdes e cabelos brilhosos e castanhos que caiam em cascatas pelas suas costas. Usava um conjunto de jeans e blusa pretos com uma camisa vermelha na cintura,  all star e batom vermelho. Ela era linda.... 
– oh...  Pardon senhorita...  – eu então percebo que à havia feito derramar seu drink. – sinto muito por isso.
– bien,  não posso reclamar quando alguém tão linda esbarra assim em mim em meio à uma crise de alegria. 
   Não posso evitar ficar corada...  Ela tinha um olhar sedutor,  algo que me atraia naquelas íris cor de mar...  Algum tipo de enigma.
– Je m'appele Juliette...  E você?  Seu nome é tão lindo quando seu rosto envergonhado?
– oh – senti minhas bochechas queimarem – eu me chamo Karla.
– Magnifique...  Não é um nome muiito comum aqui na França...
– Non...  Eu sou Brasileira.
     Seus olhos então sorriram junto de seus carnudos e libidinosos lábios.  Ela então começou a falar– ou pelo menos tentar – em português,  com um sotaque doce e bastante carregado de "R's" e "S's".
– Que legal...  Meo pai é brrasileiro, nasceu no Rio De Janeirro... Ainda não tive a oportunidade de conhecer seu país Karla, porém tenho muita vontade. É sua primeira vez na França?
– Não...  Eu já vivo na Europa à algum tempo...
  Um sorriso de satisfação brotou em seu rosto; eu fui apresentada à suas amigas e então nos sentamos em uma mesa e ficamos à falar de nós.

Alvaro POV's

   Minha cabeça rodava,  eu sentia uma tremenda dor em meu rosto; a pele de meus dedos ardiam com o contato com o asfalto frio e minha camiseta estava com uma enorme mancha de sangue.
– Oh Mon Dieu...  Você está bem?
Eu ouvia uma voz masculina aos longe acompanhada de um zumbido horrível.
– Ai meu Deus... – disse tentando me sentar – Bem o cacete!!! – nem percebi que não estava nem me preocupando com o idioma que falava,  estava usando meu bom e velho português chulo e pesado; tudo o que eu sentia era uma enorme dor no rosto,  provavelmente havia quebrado meu nariz – que porra caralho.
– Ai...  Que bom.  Você fala português. Assim facilita... Deixa eu chamar uma ambulância.
  A voz soava nervosismo.
– No precisa – em fim me permiti olhar em seus olhos – To inteiro.
– Vem – ele me pegou pelo braço e me levantou com certa delicadeza – deixa eu pelo menos te levar à um hospital.
   Quando eu me dei por mim, eu estava dentro de um carro,  com um garoto louro ao volante, e um lenço branco em minhas mãos ensopado de sangue.
– Me desculpe mesmo. Eu não queria te atropelar,  mas você também não ajudou né – ele abriu um sorriso irônico – correndo pela rua como louco...  Você esta bem?
– Olha...  Eu estou com meu nariz parecendo uma cachoeira, minha cabeça esta doendo e estou em um carro com um estranho. Tirando isso,  acho que estou bem...
   Ele sorriu de lado.
– Bom...  Pelo menos senso de humor você tem. Logo chegaremos ao hospital okay. Pra não se focar muito na dor me fale de você. Eu me chamo Louis,  e você?
– Okay...  Eu me chamo Alvaro,  tenho 24 anos e sou Brasileiro de Campo Grande MS.
– Sério?! – ele pareceu surpreso – Que coincidência. Eu também sou de Campo Grande. Você faz o que da vida Alvaro? 
– Bom...  Sou formado em Jornalismo e trabalho como repórter. Ain merda– meu nariz latejava – E você?
– Eu sou músico... – ele sorria orgulhoso – canto e componho.
– Legal...
Tentei ao máximo sorrir,  mas o sangue e a dor em meus rosto não ajudavam. Louis e eu conversamos por mais alguns minutos até que, parando o carro e abrindo as portas,  ele me disse que haviamos chegado.
– Bom...  Obrigado por me trazer.
Eu já ia abrindo a porta quando ele me parou.
– Calma rapaz...  Eu vou com você.
– Não precisa não,  relaxa...
Ele arqueou uma das sobrancelhas em uma expressão totalmente irônica, um gesto que pensei que fosse meu.
– Fui eu quem te atropelou.  É minha responsabilidade...  Agora vem– Ele me segurou pelo braço e fomos em direção à entrada do hospital – vamos dar um jeito nesse sangramento.

   Thay POV's

*Algum tempo antes

    – oop girl...  Cuidado.
Eu ainda estava com as mãos espalhadas naquele peitoral largo quando me dei por mim e enfim me afastei sorrindo encabulada.
   – Oh... Sorry...
   – Ok... – Um enorme sorriso tomava conta daquele rosto anguloso, harmonizando olhos azuis e uma bela barba por fazer.
   – My name is Gabe... – ele me estendeu a mão –  E o seu?
– My Name is Taynara...  Mas você pode me chamar de Thay...
     Eu apertei sua mão. Ela era quente, grande e macia. Transmitia confiança.
  – hm... Okay...  Thay – ele tinha um sorriso torto nos lábios.  Um sorriso lindo... Seu sotaque  fazia com que meu apelido parecesse mais melodioso do que realmente era.
– Hm...  Você é de Paris? – ele me perguntou analisando-me de cima à baixo.
– No...  Eu sou brasileira... E você?
– Oh... Sure... Eu sou britânico.
     Aquele sorriso se mantinha fixo em seus lábios; junto das pequeninas ruguinhas que se formavam em seus olhos,  aqueles dentes incrivelmente brancos impediam-me de me concentrar.
    Ele pareceu cogitar em dizer algo mas antes que pudesse,  minha atenção foi tomada quando eu o vi sentado em uma mesa aos soluços.
     

     


    

    

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⏰ Última atualização: Feb 13, 2019 ⏰

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