-Tem certeza de que não quer ficar?- perguntou a avó de Yujin pela enésima vez seguida desde que haviam chegado até a casa de Sora. Era um lugar confortável e calmo, com uma decoração clara e cheia de flores e plantas na varanda e parapeitos das janelas. Yujin se encontrava na porta da casa da senhora, calçando seus tênis outra vez.
-Eu tenho algumas coisas da escola pra fazer. Além disso, só posso voltar aqui quando eu arrumar um namorado- Yujin sussurrou a última parte, ajeitando os cadarços do tênis. Sun Ha fingiu não escutar.
-Volte com cuidado, ouviu? Não vá pelo lado escuro da calçada. Mais tarde vejo como vou voltar embora.- Yujin assentiu, sorrindo para a avó. Acenou para Sora e saiu do batente da porta, permitindo que sua avó fechasse a mesma.
Desceu os dois degraus da varanda de Sora e olhou para os dois lados da rua, se certificando de que ninguém estava vindo. Ela não gostava de andar na rua a noite com um desconhecido atrás dela, porque nos filmes que ela assistiu, isso nunca acabava bem. Puxou o capuz sobre os cabelos soltos e enfiou as mãos nos bolsos, caminhando até a calçada. Andava chutando algumas pedrinhas soltas pela calçada, sem olhar muito à frente, o que fez seu corpo se chocar com algo sólido que fez um “bamm” quando a força do corpo dela se chocou contra o objeto. Com as duas mãos no abdômen e choramingando pela dor inesperada, Yujin fitou a caçamba de lixo vermelha suspensa em duas pequenas barras de ferro. Incrível, pensou ela, agora você tromba em latas de lixo na calçada. Uma ameaça em potencial.
Enquanto a menina tentava se recuperar da leve falta de ar provocada pelo impacto, dois jovens enxugavam suas lágrimas do lado de dentro de uma das casas da vizinhança. Especificamente, a casa em frente a lixeira onde a figura encapuzada havia acabado de bater.
Minghao e Mingyu riam tão alto que Seungcheol, que estava na cozinha fazendo lamen no microondas, saiu de seu posto de abrir a porta do equipamento antes que ele fizesse os irritantes “beeps” e parou atrás dos dois garotos, olhando o lado de fora pela grande janela da sala.
-Por quê estão rindo de um desconhecido?- Em meio às lágrimas e risadas, Mingyu se virou para seu hyung.
-Ele… ele bateu na lixeira. Quem bate em uma lixeira na calçada?- Mingyu revezava seu olhar do rosto de Seungcheol para a rua. Ele e Minghao estavam olhando para fora a espera de Wonwoo quando aquela pessoa apareceu e fez os dois garotos rirem tão alto que não sabiam como a pessoa do lado de fora ainda não havia ouvido. Seungcheol deu as costas, e antes de chegar na cozinha, ouviu o “beep beep beep” do microondas branco na bancada. Bufou e tirou os lamens de lá, os colocando em outros potes.
Ainda na sala, Mingyu olhava curioso para o lado de fora. Subitamente, a pessoa lá fora virou seu rosto para encarar a janela de Seungcheol. Minghao se abaixou no encosto do sofá, se escondendo, enquanto Mingyu puxou a cortina e continuou olhando para a pessoa, que lhe pareceu vagamente familiar. Esperava que as risadas escandalosas que vinham ali de dentro não houvessem chegado aos ouvidos do desconhecido desastrado.
Do lado de fora, Yujin encarava curiosa a grande janela da casa marrom à sua frente. Podia jurar que ouviu sons parecidos com risadas, mesmo que muito estranhos, vindos de lá de dentro. Encontrou uma pessoa a olhando do lado de dentro, com os olhos entre uma fresta da cortina, e abaixou o capuz da blusa para que, quem quer que fosse, desse risada diretamente na cara dela. Yujin ficou surpresa ao ver os olhos se arregalando e a cortina sendo empurrada, revelando a pele morena e os cabelos pretos que ela havia visto há alguns dias. Mingyu a olhava confuso, e antes que Yujin se perguntasse o que ele fazia ali, o garoto se levantou do sofá e saiu na porta frontal.
-Yujin?- Suas bochechas coraram e ela enfiou as mãos nos bolsos outra vez.- O que faz na rua a essa hora?- Mingyu agora estava em sua frente, a olhando com curiosidade.
-Eu… vim trazer minha avó aqui- apontou para a casa de Sora.- Você mora aqui?- perguntou, encarando o moreno.
-Não, quem mora aqui é o Seungcheol. Quer entrar?- ela olhou em volta, pensando se deveria ficar ali ou não.
-Seu amigo não vai se incomodar?- Mingyu negou com a cabeça, pegando em uma das mãos de Yujin e a puxando para a porta.
-Ele vai adorar você. Gosta de videogames? Vamos jogar alguns agora.- Yujin nem teve tempo para responder e já estava na porta da casa de Seungcheol. Deixou seus tênis na porta e entrou, encontrando um garoto magro de cabelos castanhos sentado no sofá, olhando confuso para a menina. Em pé, no meio da sala, um menino pálido e de lábios muito vermelhos a encarava com a mesma expressão do garoto no sofá.
-Pessoal, essa é a Yujin.- A expressão de um deles, o de cabelos mais escuros, mudou imediatamente, como se ele já soubesse quem ela era.
-A Yujin do Won…- Mingyu começou a gritar antes de o garoto sentado terminar de falar. Era óbvio que o garoto chinês ia falar o que não devia, já que Yujin não precisava saber que Mingyu espalhou entre a pequena roda de amigos que Wonwoo estava quase, mas muito perto mesmo, de se apaixonar por alguém, e o moreno podia sentir aquilo, já que conhecia muito bem seu amigo.
-Isso, Hao, a Yujin lá do Weenie. Weenie, não Woonie.- o garoto interrompido fechou sua expressão ao encarar Mingyu.
-Eu te odeio. E ah, meu nome é Minghao.- Sorriu doce para Yujin, que devolveu o sorriso.
-E eu sou o Seungcheol, já ouvi falar de você.- a menina sorriu para ele também, tentada a perguntar quem havia falado dela para um desconhecido.
A verdade era que Mingyu já havia feito a maior propaganda da garota, principalmente porque ele sabia que, mais pra frente, ela se tornaria parte do grupo deles se namorasse com Wonwoo. Ao menos ele esperava aquilo, já que gostou muito da companhia de Yujin e não queria motivos para parar de falar com ela.
-Senta aqui, vamos escolher os jogos daqui a pouco.- a menina assentiu, e se sentou ao lado de Minghao no pequeno sofá. A sala era pequena, mas confortável: o sofá pérola, um tapete escuro no chão, uma mesa de centro, a TV na parede e uma poltrona em um dos cantos. Viu Seungcheol indo a um dos cômodos ao lado e voltando com algumas tijelas com lamen e as colocando na pequena mesa.
-Yujin, está com fome? Posso fazer mais- perguntou o garoto, a olhando.
-Não, estou bem assim. Obrigada- sorriu doce, recebendo outro sorriso em resposta.
Mingyu pegou um dos lamens e se jogou na poltrona, começando a comer.
Yujin bateu a mão em seus bolsos, procurando seu celular para ligar para sua avó e avisar que ela estava ali, mas se lembrou que deixou o aparelho em cima da cama. Então se lembrou de Wonwoo, e se percebeu ansiosa por ver se o garoto havia respondido suas mensagens, mas ela não queria voltar em sua casa apenas para pegar seu celular. Decidiu por apenas ir a casa de Sora mais uma vez e dizer para sua avó procurá-la na casa ao lado quando fosse embora, então se levantou e foi até a porta.
-Eu já volto, ok?- disse aos garotos, que assentiram um pouco confusos. Yujin calçou seus sapatos e fez menção de girar a maçaneta da porta, mas ao mesmo tempo, a campainha tocou.
-Yujin, pode atender?- perguntou Seungcheol, já que sabia exatamente quem seria do outro lado. A menina assentiu e abriu a porta, sentindo seu coração disparar subitamente.
Wonwoo estava do outro lado da porta com os olhos arregalados encarando a garota em sua frente.
-Yujin?
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OI GENTE ADIVINHA QUEM TA VIVA, EU MESMA
Primeiramente, vamos lá. Mil desculpas por esse sumiço, mas eu tenho uma justificativa: minhas aulas começaram e eu não tô tendo tempo pra NADA. Estou fazendo curso pré-vestibular e tenho minha primeira prova pra fazer daqui a poucos meses, então tenho que me preparar bem. Eu acabei me perdendo toda na minha organização e não tive tempo pra escrever, mas calma, que tudo tem seu jeito. Vou continuar postando minhas fics, mas agora na frequência de umas duas semanas entre cada capítulo, pra dar tempo de escrever e revisar. Por favor, não desistam da história e nem de mim aaaaaa
Obrigada pela paciência e por ter lido até aqui ❤
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Toy |Jeon Wonwoo|
Romansa[longfic] Onde Yujin tem que aceitar um emprego que não parece tão bom: ser o mascote de uma loja de brinquedos. O que faz seu trabalho parecer mais interessante é o garoto sério dos cabelos castanhos que passa por ali todos os dias.