linha vazia

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o que seria
do resto de mim
sem a poesia devassa
das nuas paisagens?

o que me
restaria para olhar
para entender, estudar,
assistir vermelhar
lá além dos telhados?

para lá do horizonte,
da copa dos bosques,
do floreio da luz,
do cimo do céu?

que nada eu seria
sem o consolo
desse ócio,
a mão da solidão,
o caridoso silêncio

seria não mais que impotente
engano recente,
a caneta dormente
na mão dum poeta

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Um Punhado de GrãosOnde histórias criam vida. Descubra agora