pano úmido

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a pele que habita é
nua de vergonhas, é
assim um pano úmido
de marcas de passados

é também um cobertor,
um amparo de silêncio —
quando chora, adoece, e
quando ri, se ilumina

a pele que habita tem
no tato esses teus mapas:
e lhe decifra o dedo certo e
lhe rasga os tantos tapas

▪ ▪ ▪

Curioso que, nesse caso, uma foto me inspirou a pele. A foto é minha, e nela se vê o meu avô: pioneiro tangaraense, homem que foi mocinho e vilão de tudo e de nada. Foi, porque hoje não é mais: o alzheimer o acometeu. Para nós, as lembranças, para ele, o delírio.

 Para nós, as lembranças, para ele, o delírio

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