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O despertador do celular toca, eu desligo e me ajeito de novo no sofá para dormir. Eu havia pegado no sono enquanto me lembrava da minha infância. Mas meus planos de voltar a dormir nesse lindo sábado são jogados fora quando eu ouço o celular tocando.

Eu: Ahhhh! Quem pode ser às 9 horas da manhã em pleno sábado? Ai dele se for alguém procurando o bendito do Douglas ou de presídio! (Nota autor: Pra vc kirido leitor q não sabe do que ela tá falando ou quem é o lindo do Douglas, vou explicar, se vc sabe nem precisa ler: Ligação de presidio é ligação feita por bandido pra t dar golpe ou ficar em silêncio. O kirido do Douglas é um moço que toda hora ligam perguntando por ele, n sei se é golpe, roubo de créditos ou só trote, mas é muito comum na minha região. E é só, pode continuar a ler!)

Eu olho o número e me a calmo, é a Tay
#T: Bom dia, flor do dia!

Eu: Boa noite, estrela da noite!

T: Só estou te ligando pra avisar que provavelmente eu e a Nana vamos dormir no laboratório de novo, você não precisa se preocupar.

Eu: Okay. Já vou aí.

T: Ha ha ha! Como se eu fosse deixar! Você ficou com ela da última vez, agora é a minha vez.

Eu: Okay, vou ficar em casa.

T: Mili…

Eu: Oi.

T: Eu te conheço, menina! Você está mentindo, né?

Eu: Eu? Mentir? Quando? Eu? Eu mentindo? Hahaha, não me faça rir! Eu mentindo! Hahaha

T: Sim, está. Eu tenho que desligar e nem pense em vir aqui! Tchau.

Eu: Tchau.#

Okay. Vou tomar um banho. Eu subo a escada e entro no meu quarto. Pego um short que de tão curto que era eu só usava dentro  de casa e um top que me servia como sutiã anos atrás, eu sabia que minha roupa poderia sujar se eu colocasse agora por isso eu só colocaria quando fosse sair.

Não importava o que Tay dissesse, eu iria naquele laboratório!

Geralmente você não precisa ficar nesses locais, mas a doença veio especial na minha mãe. Não conseguem manter a doença viva sem que esteja na minha mãe. Por isso ela vai pra lá toda sexta-feira, podendo ficar horas ou até meses sem sair do local.
Outras vezes eles colocavam a pra dormir. Outras injetam medicamentos que a deixavam muito debilitada. Seria melhor se já soubessem a cura, mas não havia.

Depois de me arrumar e por uma roupa decente resolvo levar uma caixa de biscoitos de nozes com chocolate para Nana, ela ama biscoitos de nozes com chocolate e eu sei como ela acha ruim ficar naquele laboratório, pelo menos deixaria ela mais animada.

Ponho uma roupa e pego a caixa de biscoitos, só preciso fazer mais uma coisa, ligar para a Cy.

Cy era a filha mais nova de Tay, se chamava Lucy e tinha um gatinho dorminhoco chamado Lucky. Lucy e eu não tínhamos nada em comum, mas era uma amizade que de alguma forma inexplicável funcionava. Ela era festeira e havia reprovado duas vezes, por isso ela ainda cursava o segundo ano do ensino médio, enquanto eu estava no terceiro. Nesse ano ela prometeu não reprovar e estava mais responsável, agora só ia em festas 1 vez por mês, o que para uma garota que nunca estava em casa era uma mudança radical.

Tay não teve muita sorte com os filhos e todos viviam dando problema, acho que Lucy percebeu isso e resolver mudar.

Todo final de semana, eu ajudava Cy com os estudos, cuidar do Lucky ou até mesmo tirando ela de festas. Eu tinha que avisa-la que não poderia ajuda-la hoje.

Quebra de tempo

Eu já havia entrado no laboratório, o lugar era branco de um jeito enjoativo. Tudo muito limpo e tudo muito sujo ao mesmo tempo.

Nenhuma pessoa que se encontrava naquele recinto parecia estar no lugar certo. Era quase como se aquele lugar pertencesse a outra dimensão ou pode ser só impressão minha.

O silêncio era quase palpável e aumentava a cada passo que eu dava.

Mas, aquele lugar ganha vida quando eu enxergo a minha família, ela é pequena e falta muitos pedaços. Mas eram aquelas pessoas que não haviam mudado, eram com elas que eu podia contar. Sem pai, amigos, avós, tios ou primos. Era a Taylor, a minha mãe e eu.

Nós não tínhamos muito em comum, provavelmente se dependesse de nós, ninguém se falaria, seríamos completas estranhas, mas estamos juntas, estamos unidas.

É isso tem bastado desde sempre (eu acho). Não, não haviam meios para eu ter certeza de que nada ali mudaria, eu sabia que provavelmente o tempo nos levaria a outros cantos e lugares, mas agora era assim.

Tay: vai ficar só olhando ou vai entrar mesmo?

Eu: Você sabia que eu viria, né?

Tay: Claro! Eu te conheço desde pequena não tem como você mentir para mim... E parecia ser do seu feitio.

Eu entro na sala. Tay parecia muito cansada.
Eu: vai para casa logo, eu fico aqui cuido dela.

Tay: Ok! Eu já vou!

Eu: Então vai logo!

Tay: espera, garota! Eu primeiro vou falar com a doutora Bittencourt. Parece que vão por a Nana pra dormir.

Eu: Ok, vou falar com ela.

Eu deixo minha bolsa com o pacote de biscoitos encima da mesinha de canto e entro no quarto onde encontro uma Nana que se recusa a dormir.

Ela se acalma quando eu entro e corre até mim me dando um abraço fortíssimo.

Eu E Talvez VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora