Eu E Talvez Você

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Nana havia dormido finalmente. Fora difícil convence-la a dormir, ela odiava anestesia, e eu detestava vê-la anestesiada, mas não havia outro jeito, doeria muito se não houvesse anestesia.

Já havíamos tentado uma anestesia localizada, mas ela não conseguia parar de se mexer, então agora sempre era uma anestesia geral.

Mas o lado bom é que eu não sou obrigada a ficar dentro da sala onde fazem os exames.

Eu não tinha que ver minha mãe naquele estado, mas eu não conseguia aguentar minha ansiedade.

O que nos trás ao momento atual, onde eu fico estudando (ou pelo menos tentando) e caminhando pelo local.

Eu sinto algo esbarrar em mim.
???- Me desculpa, moça...

Era uma menina, devia ter uns cinco, seis anos. Me parecia um pouco familiar.

Eu- Não foi nada- e continuei meu caminho, só porque ela me parece familiar é claro que eu não vou puxar assunto.

Menina- Moça?

Eu- Oi, o que foi, minha linda?

Menina- Pode me ajudar? Eu tô perdida.

Eu- Claro que sim, quem são seus pais?

Menina- Rana e Matias. - Eu não conhecia nenhuma Rana, nem algum Matias. - Mas eu não tô com eles, tô com meu irmão.

Eu- E quem é seu irmão?

Menina- Eduardo.- Ô, muleque de nome comum, não estava ajudando.

Eu- Vamos fazer o seguinte, vamos na recepção, ok?

Menina- Tá.

Eu- Qual é seu nome?

Menina- Diana. Mas meus amigos me chamam de Di.

Eu- Ok, Di, vamos achar seu irmão.

Eu ofereci minha mão e ela pegou nela. Comecei a estranhar, sua mão estava gelada, parecia tremer um pouco pálida e tremia um pouco.

Fui caminhando com ela até a recepção, que tipo de irmão abandona a irmãzinha em um hospital gigante desse?

Fui puxando assunto com Diana, ela parecia se acalmar e tremia um pouco menos.

Lembro-me que antes eu não teria ideia de como agir com ela, não levava jeito com crianças, porém quando minha mãe adoeceu eu tive que aprender na marra para poder interagir com ela. Apesar disso, eu continuo não apreciando muito a interação com crianças.