Domingo, 1 de Janeiro

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Feliz Ano Novo,  leitor, estamos voltando pra ''casa'', mas depois falo sobre isso, como esperado Miami é extremamente quente nessa época, nos arrependemos muito de não ter pegado um trailer com ar-condicionado, todos acordaram com o calor, resolvemos conhecer todas as praias e no final do dia, estacionar o trailer em beira praia, fazer uma fogueira na praia, sentar em volta, beber e fumar. Nosso estoque de bebidas, maconha e cigarro acabaria em um dia, então não precisaríamos comprar mais. Ficamos o dia todo nas praias, fomos em todas, no final da tarde as famílias voltavam pra suas casas para comemorar, enquanto esperávamos Pat e Ted voltarem com as coisas para acender a fogueira, as meninas decidiram se arrumar como se fossem em uma festa, então elas ficaram 1 hora no banheiro se arrumando, foi o tempo de arrumarmos a fogueira, os marshmello, as bebidas e os beck's, quando elas saíram do trailer, todas estavam extremamente lindas, porém, mais uma vez ninguém se comparava a Alice. Sentamos todos em volta da fogueira, Pat comprou uns ''gravetos'' pra assar os marshmellos, a noite foi fluindo, quando o relógio marcou 00:00 escutamos os barulhos de comemorações e entendemos o porquê da comemoração uns 5 segundos depôs, como esperado acendemos um beck de comemoração, nos abraçamos e aproveitamos aquela maconha.

Foi o melhor ano novo da minha vida, estavam todos aqueles que amo em volta de uma fogueira, cantando uma em sinfonia de quase uma única voz, bebendo, fumando e ninguém se importando com o dia de amanhã, foi tudo perfeito, como meu subconsciente imaginava ou até melhor. Alice me chamou de canto, me levou pra dentro do nosso trailer, saímos como olhares maliciosos, mas não me importei, ela me levou pro quarto de casal, sentou-se na cama e disse:

- Eu sei que fui uma escrota com você escondendo a verdade, mas é que eu te amo e não queria te machucar, sei como aquilo me matava, mas não queria levar essa dor a você

Ela baixou a cabeça e quando vi a primeira lágrima cair fui em direção a ela, olhei naqueles lindos olhos verdes, pelos quais queria mergulhar, e disse:

- Você é o amor da minha vida, não ligo pro passado, sei o quanto te matava esconder a verdade, pois, quando te disse aquelas coisas na montanha, aquilo me sufocou como nada que havia  sentido antes em minha vida. Pare de chorar e pense, o passado ficou pra trás, o amanhã ainda não chegou e o importante é agora

Então a beijei, fizemos amor, não transamos, mas sentimos tudo, o cheiro, o sabor, as cores um do outro, foi maravilhoso. Na manhã seguinte acordei sem ela ao meu lado, apenas uma carta da mesma, dizendo que a escola pela qual iria, ficava na Carolina do Sul e tinha pegado um táxi com o dinheiro que havia escondido, ela disse que não queria me ver chorar, que não era boa com despedidas e pediu pra que não ficasse com raiva daquilo apenas que entendesse o lado dela perante aquele momento. Eu apenas consegui chorar, quando sai do quarto todos me perguntavam de Alice, não conseguia falar, entreguei a carta que leu em voz alta e depois falou:

- Vamos atrás dela, Carolina do Sul fica a pouco tempo daqui

- Pat está certo, você merece um adeus decente, não acha? - Disse Alex

E todos começaram a dizer que deveria ir atrás dela, porém só conseguir dizer "não, vamos pra casa", todos ficaram pasmos com minha decisão, mas a respeitaram, pedi pra que me deixasse na vovó, precisava se um tempo meu e lá teria a casa na árvore com inúmeras lembranças, depois de pedir eles concordaram entrei no quarto de solteiro e não sai dela até chegar na vovó. Todos ficaram com medo de entrar no quarto, exceto Helena, que assim que entrou sentou-se do meu lado e me contou a história dela: ela havia se apaixonado por um, cara no primeiro ano, ela fez de tudo por ele, se entregou de corpo em alma, mas não tinha retorno, ele dizia que a amava, eles ficaram juntos por 1 ano. Mas teve um dia que de tanto o cara pisar nela, ela simplesmente não aguentou, desistiu de tentar conversar, de olhar nos olhos dele e não ver o brilho que tinha, de fazer de tudo e não ter o devido retorno, ela contou isso a ele, o mesmo disse que não mudaria, que havia sido criado assim e que não queria mudar por ela. Então eles terminaram, mas ele havia se arrependido, tentou voltar dizendo que mudou, que não aconteceria mais, entretanto, Helena estava machucada demais para perdoa-lo, então disse que queria provas (pois ainda o amava-o), ele disse que traria, mas ele fez o inverso, na primeira oportunidade de fazer o que sempre quis, ser irracional, ele aproveitou e apareceu fedendo a bebidas, todo sujo, muito chapado e com chupões no pescoço na porta de Helena. Helena me contou que sentiu tantas coisas naquele momento que se ''desligou'', desde daquele dia não sentia mais as coisas da mesma forma e que aprendeu que mesmo amando alguém é melhor deixar a pessoa seguir os próprios passos. Depois ela se deitou na cama acendeu um beck e passou pra mim e mais uma vez ficou ali comigo, refletindo sobre a vida ou sobre as coisas mais loucas do mundo. Agora são 2:00 da manhã estou escrevendo, estávamos uma 1 hora e meia da vovó e Helena está dormindo ao meu lado, leitor não me leve a mal, mas como disse preciso de um tempo meu e isso significa parar de escrever então não sei quando volto, mas, prometo que volto.

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