Domingo, 20 de novembro

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Acordei logo de manhã, com Alice indo embora.
- Aonde vai ?- eu perguntei
- Para minha casa- ela respondeu
- Quer que eu vá com você?
- Não
- Tem certeza?
- Absoluta
- Bom, então posso te mandar mensagem ou ligar depois?
- Claro
Então ela abriu minha janela e foi, acordei horas mais tarde, liguei para ela, e ela não respondia me preocupei e resolvi ir atrás dela. Peguei o carro do meu pai emprestado e fui, parei no Patrick em primeiro lugar, cheguei lá e os meus "amigos" estavam lá conversando e bebendo, Patrick me chamou para descer eu o segui com esperança que Alice estivesse lá.
- Olhem quem veio nos visitar- disse Patrick bem alto
- Oi, alguém viu Alice?- eu perguntei
- Não, mas se senta um pouco
- Não, tenho que ir quando la acha volto, prometo!
E sai mais preocupado, onde mais ela poderia estar? Me perguntava a todo momento. Fui a lanchonete perguntei sobre ela é ninguém sabia, então fui a casa dela, chegando lá estava tudo calmo quando ouvi um grito de lá de dentro "sua vadia vazia" e uma porta batendo, quando o pai de Alice saiu e para fora de casa com uma garrafa na mão, me escondi no carro e sai quando ele entrou. Fui atrás do paradeiro de Alice, segui um rastro de folhas recém pisadas, quando vi Alice sentada em um balanço pequeno me sentei ao lado dela olhei-la e ela estava com mais um roxo no rosto e um cigarro na boca.
- Quando eu ia nascer meu pai colocou isso aqui, para passar Domingos comigo, brincando, mas depois da morte da minha mãe tudo que ele fez foi me culpar, minha avó veio morar conosco, então meu pai vinha aqui comigo 10 minutos até começar a chorar e fazer com que me culpasse. Depois de 10 anos minha avó morreu e meu pai entrou no mundo das bebidas, durante mais 3 anos apanhei diariamente porque ele me culpava pela morte das duas só Deus sabe o porque, até que convenci ele a ficar com o turno da noite, assim quando era de manhã ele chegava e ia dormir e eu poderia ter paz. Todo o final de semana eu arranjava alguma coisa para fazer, porque não havia turnos de noite, assim que aprendi a sair, beber e fumar e também foi assim que conheci meus amigos.

Ela estendeu o braço puxou a manga e me mostrou o braço, cheio de cicatrizes e marcas de queimaduras.
- Algumas foi ele que fez e outras eu que fiz
- Quantos sabem disso?
- Só você
Levantei, levantei ela e a abracei, ela não fez nada por 2 segundos, depois senti as lágrimas no meu ombro, ela olhou para mim e me deu um leve beijo. Sentamos no balanço e disse: 
- Te prometo fazer algo com você todo final de semana
Ela pegou mais um cigarro, acendeu, deu uma tragada e passou para mim, fiquei tossindo a cada tragada
- Até o pulmão virgem- disse ela
Eu sorri, ficamos lá a noite inteira até que ela me fez ir para casa, me disse que ia ficar tudo bem porque o pai dela já tinha ido trabalhar, quando estava me despedindo dela ela me deu mais um beijo. Aquilo foi o momento mais bonito da minha vida, nunca fiquei tão feliz, foi tão mágico nunca vou me esquecer daquele momento.

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