2|Isadora

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- Eu não criei vocês para chegarem até esse ponto... Uma delegacia meninas?

Dr.Henrique, vulgo nosso pai, já se adiantou antes mesmo de nos aproximar totalmente

- Estou sentindo uma terrível vergonha de vocês, não é a primeira, segunda nem mesmo a terceira vez que vocês aprontam e tenho receio em dizer que não irá ser a última. Olhem a situação em que vocês deixam a mãe de vocês- Papai dizia extremamente nervoso e apontou para nossa mãe, que se encontrava abraçada no mesmo e com o rosto encharcado

Não sei o porque desse drama inteiro, não roubamos nem matamos. Só fomos pegas em uma festa... PEGAS EM UMA FESTA, e nem com droga estávamos- Pensei

Olhei de relance para Madu que estava os encarando com uma feição inexplicável, ela não parecia estar triste, mas também não parecia estar feliz... A entendo, eu também estava do mesmo modo, afinal não fizemos nada de errado

- Vocês passaram dos limites. Maria Eduarda e Isadora nunca pensei que buscaria vocês em uma delegacia- Dr. Susana nos olhou secando as lágrimas que caiam

- Se ao menos nos deixassem explicar voc...- Eu disse porém papai me cortou

- Não tem explicação Isadora, agora vamos sair daqui- Ele disse firme e se virando de costas com nossa mãe

Neste momento olhei para Madu e ela deu de ombros com cara de dúvida e eu ri

Pai, mãe, se acham que eu sinto muito, desculpe, eu não sinto.

Os seguimos até o carro e seguimos segurando o riso, sim, ainda estávamos alteradas

(...)

- Poderia ao menos fazer menos barulho?- Resmunguei de olhos fechados para Madu, que estava quase quebrando meu quarto

- Isadora, você ao menos poderia me ajudar a achar o meu celular- Ela disse e eu abri os olhos e me sentei na cama me espreguiçando

- Que horas são?- Perguntei bocejando

Maria Eduarda se virou pra mim com as mãos na cintura me olhando com cara de poucos amigos

- Se eu estivesse com o meu celular eu poderia te informar as horas. ME AJUDA PORRA- Ela disse totalmente sem paciência, ri e tomei coragem para me levantar da cama

Olhei para meu criado mudo e vi que o meu celular estava lá, ainda bem. O peguei para ver que horas eram e porra, ela me acordou nove horas da manhã.

Revirei os olhos e comecei a ajudar a mesma a procurar. Em vão, não achávamos de jeito nenhum

- Caralho Maria Eduarda, socou esse celular onde?- Perguntei a olhando

- Aposto que não foi no meu cú- Ela disse revirando os olhos e eu gargalhei

- Acho que você perdeu na festa- Eu disse e ela pareceu pensar

- Pode ter sido isso... Vamos voltar lá- Ela disse

- Garota, e vamos de que? Voando?- Perguntei óbvia

- Sabe Isadora, às vezes acho que você não é minha irmã- Ela disse tirando as chaves de um carro do bolso e sacudindo

Ri pelo nariz com sua cara de pau e me arrumei

Descemos as escadas e a casa pareceu não ter movimento algum, parecia que só estávamos nós duas naquela imensa casa. Pegamos um dos carros que estava na garagem e fomos para a casa onde aconteceu a festa, eu nem me lembro de quem era aquela festa

INSANE | Chris/WilliamOnde histórias criam vida. Descubra agora