Dezessete

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O ar soprava seus fios agora loiros. O arco estava bem posicionado e a flecha em seu lugar. Fazia tempo, na verdade anos que ela não os usava e a sensação era agradável, apesar de alguns detalhes que lhe veio a mente. A academia Holds a ensinou a ser uma caçadora, mas por quê? Sua mãe e sua família são sobrenaturais. Talvez os segredos ainda não estivessem totalmente revelados e ela queria saber o motivo.

A flecha acerta a arvore e a outra acerta a anterior de maneira certeira, a fazendo abrir no meio. Foram anos de treinamento que aperfeiçoaram um dom natural que sempre foi motivo de alegria para ela, mas que acabou deixando de lado após tantos acontecimentos.

— Não acho um hábito agradável de se manter numa casa com vampiros, bruxas e o seu filho — ela escuta uma voz delicada e afiada.

— Antes de conhecer vocês eu aprendi muitas coisas — apontou a flecha em  direção a mulher —  Na academia da minha mãe.

— Sua mãe foi um tanto precipitada em suas atitudes. Tenho certeza que seu pai não aprovaria essas "coisas" — ela faz aspas com os dedos.

— Eu amo muito meu pai, e apesar de não termos muito contato, eu o conheci melhor nesses um pouco mais de cinco anos. Mas eu não quero deixar algo que me faz bem de lado. Já não basta tudo que perdi desde que Floy me trouxe para cá.

— Você não esta feliz em viver com a sua família? — a loira de sorri de uma forma maliciosa.

— Não destile seu veneno em mim, querida prima — retirou a flecha e a guardou junto com as outras — Essa flecha poderia ter sido solta por engano, acidentes acontecem — diz com sinismo no seu tom de voz.

— Você deveria se juntar a Siena, talvez ela poupasse sua vida —ela sai andando.

— Mamãe — diz Oliver se aproximando.

— Oi filho — o pega no colo.

— A Madson te fez algo? — ele diz enquanto a loira caminha até a mansão.

— Não filho, nossa prima só não tem muita discrição.

— A gente vai almoçar juntos? — ele indaga animado.

— Eu estava pensando em irmos até um restaurante que eu costumava frequentar. Só eu e você, o que acha?

— Vai ser legal — ele sorri.

— Você tem certeza que tem só cinco anos? — ela o coloca no chão e abre a porta.

— Tenho sim — ele a olha sério.

— Esta bem minha fofura — ela enche suas bochechas de beijos — Agora suba e me espere. Só vou pegar minha bolsa.

— Okay mamãe — ele caminha em direção as escadas.

— Shaya — ela estanca no lugar e respira fundo.

— O que você quer? A caçadora te deixou? — diz irônica.

— Você pode ser madura por um segundo?

— Diz o garoto que não teve a decência de vir falar comigo ao invés de esconder e se afastar. Olha Floy, eu vou sair com meu filho então seja rápido no que tem que me dizer.

Shaya - Mediocris secreto ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora