Vinte e quatro

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Finalmente Shaya encontra a tal ponte. Ela era de madeira e bem rústica, ela se aproxima da mesma, mas logo o chão estremece o que a faz se apoiar em uma arvore. A fada abre os olhos e olha em direção a ponte encontrando em frente a mesma uma esfinge. Shaya sente seus olhos mudarem de cor e logo a grande esfinge a sua frente some em uma nuvem de fumaça. Ela tenta se proteger da densa nuvem de poeira enquanto escuta um grande barulho que lhe faz olhar na direção da esfinge. A mesma já não era como antes, mas tinha tomado a forma humana, a forma de uma mulher. Sua pele era pedregosa e a mesma tinha um ar misterioso.

— Se passar você deseja um enigma terá que descifrar.

— Um enigma? — diz surpresa.

— Para alguns sou alimento, mas para outros sou veneno, o que eu sou?

— Está bem, me deixe pensar. Alimento que pode ser veneno!?

Ela se senta em uma pedra e tenta pensar no que poderia ser. Varias ervas poderiam fazer mal se fossem usadas de maneira errada, mas ela disse que para alguns era alimento. Estavam no mundo das fadas então ela teria que pensar em algo dali

— O seu tempo está acabando, pequena fada.

Ela fecha seus olhos e sente seu estomago roncar. Ela abre sua mochila e retira um punhado de pétalas  de Tirilia. As  coloco na boca e logo vem algo a sua mente. Como não pensou nisso antes? Termina de mastigar as mesmas e se levanta.

— Eu já sei a resposta. A comida humana para nós é veneno, mas para eles é alimento.

A mesma permanece calada e logo depois se afasta da passagem da ponte. Shaya pega sua mochila e corre passando pela mesma. Quando na metade olha para trás e nota que a esfinge voltou a sua verdadeira forma. A Holds sorri e continua o percurso.

...

Finalmente Shaya chega a floresta Dulle . Ela era linda cheia de flores de diversos tipos inclusive algumas de beleza bem peculiar.
Ela abre o pergaminho e ele lhe mostra o caminho a seguir.
Ela estanca no lugar com uma expressão de surpresa ao ver seu ultimo e mais difícil desafio. Era um grande labirinto feito de arbustos altos e bem alinhados.

— Olá visitante — ela escuta uma voz doce e olha em sua direção.

Ela era um pouco mais baixa que a fada e bem magra e delicada, parecia que iria quebrar a qualquer momento. Possuía longos fios cor de rosa presos em uma trança e decorados com flores e raízes. Sua pele era esverdeada e a mesma usava apenas algumas folhas na parte dos seios e uma uma saia também feita de folhas. Em seus pés haviam raízes presas os decorando de maneira delicada.

— Quem é você? — indaga encarando seus grandes olhos negros.

— Sou Zemina, guardiã da floresta.

— Ual, okay tudo bem, mas o que eu faço a partir daqui? — diz ainda boquiaberta.

— Aqui está anotado as coordenadas para chegar a flor Prydia. Se você passar no meu teste eu te darei, se não você perdera algo de importante.

— O que eu perderia?

— Suas lembranças do seu mundo. Você deixará de lembrar de seus amigos e família — ela diz de maneira sombria e ela engule em seco.  

...

Zemina faz um movimento com as mãos e uma mesa rústica feita de madeira surgi a sua frente. Encima dela haviam três caixas, uma era de madeira a outra de metal e a última de plástico.
A mesma se aproxima e toca sua testa. Ela sente um ardor e logo olha na direção da lagoa vendo uma marca em sua testa. Era um pequeno coiote verde musgo o que lhe fez passar imediatamente a mão por cima do mesmo, mas a marca não saía de maneira nenhuma.

— Essa marca só vai sair quando você passar no teste. Se você não passar o feitiço vai ser concluído e suas memórias serão guardadas nesse frasco — ela estala os dedos e um frasco transparente surge em sua mão.

— E qual é o teste? — engole seco.

— Existe um frasco com o antídoto para reverter esse feitiço. É uma poção muito delicada e apenas uma caixa é a certa para preservar a mesma e você tem que me dizer qual é.

— Certo, mas eu não sou uma bruxa ou algo do tipo para saber.

— Minha querida, você descende de uma família de bruxas e é só isso que vai te ajudar. Eu não posso te ajudar já que lembranças são minha principal fonte de força, e faz tempo que não obtenho algumas — a mesma olha as unhas pontiagudas.

— Tudo bem, mas quanto tempo eu tenho?

— Ah, tinha me esquecido — Zemina estala os dedos e uma ampulheta surge no galho de uma árvore.

— Você tem até a areia parar de pingar.

Ela massageia suas têmporas enquanto anda de um lado para o outro, tentando puxar na memória se alguma vez escutou sobre poções desse tipo. Até os vinte cinco anos ela nem tinha conhecimento do mundo sobrenatural, e como sua magia era diferente da das bruxas, e ela nunca se aprofundou nesse tipo de conhecimento.
Ela sabia que nunca viu Kayla guardar suas poções em caixas de plástico e as de metal ela já tinha visto certa vez, e nela estava guardado um frasco com um conteúdo vermelho, mas ela não se lembrava o que era.

— O tempo está acabando — escuta a voz da guardiã lhe  deixando ainda mais nervosa.

Ela olha para a ampulheta e vê que o tempo tinha passado sem que ela percebesse. Shaya respira fundo e sente as lágrimas molharem suas bochechas. Era como se as lembranças estivessem bloqueadas pela tensão que ela sentia naquele momento.

Essa poção é perigosa, Shaya. Sempre que você vê uma dessas guardada em uma caixa assim, quer dizer que é uma poção que envolve sangue ou até mesmo algo que mecha com coisas que não deveriam ser mexidas.

Que tipo de coisa?

Você vai saber um dia — a mesma sorri e fecha a caixa metálica.

Ela abre os olhos e se vira de frente para Zemina. Ela organiza suas lembranças e analisa sua resposta. A mais propícia era aquela opção não poderia ser outra. Obrigada Kayla por me ajudar até sem esta presente. Diz mentalmente enquanto vê o último grão de areia cair.

— É a caixa de madeira. Bruxas não costumam usar caixas de plástico e as de metal servem para poções perigosas — ela fica séria e se aproxima, o que lhe faz reverter seu sorriso em uma expressão de espanto.


Shaya - Mediocris secreto ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora