Shaya - Mediocris secreto ( Concluído )

Onze

Darion estava no escritório de seu irmão conversando com Kayla. Sebastian estava atendendo uma ligação o que interrompeu a conversa, então o que lhe restava era conversar com sua querida cunhada.

— O que vocês tanto escondem de mim, Kayla? Desde que cheguei aqui vocês só me contam parte das coisas que acontecem e por lealdade a nossa família e ao meu irmão mais velho eu não fiz nada, mas agora eu vou me impor e quero saber tudo o que está acontecendo.

— Somente o Sebastian pode te falar, Darion. Eu não posso passar por cima da autoridade dele. — ela diz séria.

— Certo Kayla, mas eu quero saber agora — ele cruza os braços — de hoje não passa.

— E você saberá irmão — diz Sebastian adentrando o escritório.

— Então comece do início — ele se senta no pequeno sofá marrom.

— Trouxemos a Shaya, a garota que encontramos na casa da Sally anos atrás. Com isso conseguimos atrair ela só que acabamos descobrindo mais coisas.

— Que coisas? — ele arqueia a sobrancelha.

— Descobri que a Shaya é a sua filha e a Sally confirmou — ele diz sem titubear.

— Você esta de brincadeira? Isso não pode ser sério — ri sem humor — Oh, não é realmente sério?

— Ela tem a mesma idade que a Meredith teria. A suposta irmã da Sally usa nome falso e nem se parece com a filha. E ironicamente ela se parece muito com a Sally só que com os seus olhos.

— Realmente ela se parece muito com a Sally quando mais jovem — ele passa a mão no cabelo — Como não reparei nisso?

— Talvez estivesse tão óbvio que você ignorou — ele diz digitando algo em seu computador.

— O que está fazendo? — diz ainda confuso com tanta informação.

— Vou fazer um baile. Shaya quer reunir os Hood, as Lively e os Valg.

— Mas isso é impossível. Não vai ser nada bom irmão — diz ficando em pé.

— Ela conseguiu convencer eles a darem uma chance e se tudo der certo podemos ter uma chance contra as Holds — ele diz calmamente.

— Pode ser. Agora preciso sair — ele caminha até a porta — até mais tarde.

— O baile vai ser às nove — ele diz antes que Darion saia.

Depois de vinte e cinco anos finalmente ele teria sua filha por perto, mas ao mesmo tempo sua primeira impressão não foi a melhor. Agora ele compreendia a Sally porque se não fosse por eles talvez demorasse mais para descobrirem que a Shaya é a fada e ela aproveitaria melhor sua vida sem saber do sobrenatural. Provavelmente seu irmão não contou para ela e essa noite ele teria a oportunidade de contar. Não se sabe qual vai ser a reação dela, mas depois que essa guerra iniciar ele talvez não tenha outra chance de contar. Foi tão difícil passar tantos anos longe das duas que agora que ele tem a oportunidade de ter sua filha de volta e não sabe se ela vai lhe aceitar.

Também não se sabe se terá tempo o bastante perto dela. Quando finalmente conseguiu descobrir que sua filha estava mais perto do que pensava essa guerra se iniciá. Realmente ele não poderia desperdiçar essa oportunidade mesmo que não durasse muito e protegeria sua filha das Holds mesmo que custasse sua própria vida.

...

Vitória, uma senhora morena de cabelo ondulado abaixo dos ombros, olhos azuis e baixa estatura que deveria ter por volta dos trinta anos estava cuidando do seu corte. Ela limpou ele e nesse momento estava colocando uma mistura de ervas encima do mesmo.

— Você vai ficar um tempo deitada assim. Depois vou limpar e colocar um curativo em suas costas.

— Obrigado Vitória. Você pode chamar a Lili?

— Claro querida — ela sorri — espere um  instante.

— Oi Shaya — diz Lili se sentando ao seu lado.

— Já entraram em contato com os Valg?

— O tal Floy ligou. Eles resolveram fazer um baile — ela faz uma careta — O Joshua nos obrigou então não tenho escolha.

— Quem é Joshua?

— Nosso líder. Ele é o mais velho entre nós além de ser lindo quando não esta tentando unir nossos clãs — ela revira os olhos.

— Quantos anos ele tem?— indaga curiosa.

— Cento e cinqüenta — ela diz rapidamente.

— Nossa... — diz surpresa.

— Ele quer te conhecer antes do baile, então depois que a Vitória terminar com seu corte você tem que ir até a tenda dele.

— Esta bem — diz cansada de esta deitada de barriga para baixo a tanto tempo.

— Vou deixar você descansar — ela diz e Shaya apenas murmura um "uhum".

...

Shaya estava pronta. Usava um vestido preto com as mangas em renda que ia até um palmo a cima do joelho. Tinha um delicado tecido em renda cobrindo o tecido escuro. Madson o trouxe hoje mais cedo e logo depois foi embora. Ela usava um par de saltos na mesma cor e seu cabelo estava preso de uma forma elegante. Passou um pouco de maquiagem e colocou um par de brincos prateados. A única coisa que faltava era falar com o tal Joshua.
Lili a levou até a tenda maior no centro do acampamento. Ela adentrou lentamente o lugar e aguardou a chegada desse tal líder dos Hood.

— Você deve ser a Shaya — diz o homem alto com longos fios negros levemente queimados pelo sol e olhos castanhos quase negros que não aparentava ter mais de cinqüenta anos .

— Olá — sorri.

— Você deve está se perguntando o porque de eu te chamar aqui — ele aponta para uma cadeira e ela se senta.

— Eu não sei se ter lobisomens e vampiros no mesmo lugar vai da certo, mas já que foi sua ideia eu resolvi da uma chance. Os Valg cederam e aceitaram te ouvir então não teria motivo para discordar. A Cynthia quer te matar e estamos cansados dela matando todas as fadas que  aparecem. Se pra acabar com essa guerra for necessário nos unir assim farei para o bem dos Hood.

— Eu conheço esse universo sobrenatural há pouco tempo, mas estou cada vez mais conectada com tudo isso. Eu faço parte do mundo de vocês e não vou deixar minha nova família perecer. Eu prometo que farei de tudo para que essa guerra termine.

— Eu sabia que era diferente, Shaya. As outras fadas não eram tão determinadas quanto você.

— Obrigado...agora já esta na hora de ir — sorri.

— Pode se juntar a Lili e seus irmãos, irei com o resto da alcatéia.

— Vocês não eram um clã?

— Isso é coisa dos vampiros. Não precisamos seguir suas regras. Somos uma alcatéia e você faz parte dela.

— Fico feliz em saber disso — ela caminha até a saída.