Vinte e três

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Floy estava sentado em uma cadeira ao lado da cama de Shaya. A mesma estava desacordada a quase um dia e não esboçava sinal algum, pelo contrário, a cada hora ela ficava com a respiração mais fraca e os batimentos mais lentos.
Oliver tinha absorvido parte da energia que avançou sobre sua mãe e por isso estava de repouso em seu quarto. Ao contrário dela ele não tinha sido tão afetado, mas usou muito de seu poder e precisava descansar.

A fada começa a se mexer e logo depois ele sente cheiro de sangue. Seu sangue tinha um cheiro muito agradável é era quase incontrolável sentir seu aroma. Ele se levanta e repara que suas mãos estavam sangrando o que era estranho, então resolve pegar uma caixa de primeiros socorros antes que não conseguisse mais se controlar. A porta é aberta com violência e logo ele vê seu irmão com sua face de vampiro e presas aparentes. Floy avança em velocidade vampírica na direção do mesmo o prendendo contra a parede. Zack nunca conseguiu ter muito controle e o sangue de fada era muito mais atrativo.

— Me solta — diz  fazendo força para ir em direção a Shaya.

— Não faça isso, você vai matar ela.

— Eu preciso beber o seu sangue, preciso sentir seu sabor maravilhoso novamente — ele diz com um olhar tenebroso.

— Controle sua sede — diz entre dentes.

Zack era mais velho e consequentemente mais forte o que não ajudava muito. O mais novo grita por  Sebastian, mas seu irmão consegue se soltar e avança em direção a Shaya. Um vulto passa rapidamente ao seu lado e  Zachare é lançado contra a parede antes que suas presas toquem o pescoço da noiva de Floy. Sebastian o ergue pela gola da camisa enquanto Kayla adentra o quarto acompanhada dos demais.

— O que esta acontecendo aqui?— pergunta Sebastian.

— Kayla, por favor faça um curativo nas mãos da Shaya ela começou a sangrar de repente.

— Eu vou levar ele — diz o mais velho segurando Zack que se debate.

— Ele não fez por mal, ele só não tem tanto controle sob sua sede — diz Floy antes do mesmo sair do quarto.

— Vamos ter que trocar os lençóis. Floy, por favor, depois que eu terminar a segure em seus braços até a cama está limpa novamente.

— Tudo bem, Kayla — ele respira fundo e passa a mão em seus fios castanhos claro.

Sally auxilia a bruxa a limpar as mãos de Shaya e fazer o curativo. Ele se sentia mau pelo seu irmão, mas por um momento temeu pela vida da sua noiva que já parecia esta pelo um fio. Os demais se retiram do quarto os deixando sozinhos com ela. O vampiro pega Shaya em seus braços e pode sentir a fragrância de flores em seus fios claros. Um turbilhão de emoções e lembranças lhe tomam, mas logo sai de seu torpor quando nota que já terminaram de trocar os lençóis. Ele deposita a mesma sobre a cama e a cobre com um lençol fino já que não era uma noite fria. Ele da um beijo em sua testa e Sally se retira junto de Kayla o deixando sozinho com sua amada que dormia serenamente.

...

Ela fecha o pergaminho e continua o percusso. Estava atravessando um pequeno bosque e podia escutar o barulho de água ao longe. Zafira disse que a flor Prydia ficava logo depois de um riacho, mas que o caminho não seria fácil então ela achou estranho tudo esta tão calmo.

Continuou andando até que parou em frente a uma grande parede de rosas e raízes. Observa a mesma até que nota algo brilhante atrás de algumas raízes, mas os espinhos lhe impediam de olhar o que tinha ali.

Não tinha como da a volta então ela toma coragem e começa a afastar as rosas e as raízes. Shaya sente os espinhos perfurarem sua pele, mas continua até conseguir avistar uma fechadura. Ela olha para as próprias mãos que estavam cobertas pelo sangue e um ardor percorre elas. A fada fecha as mesmas e olha em volta a procura da chave. Ela sente um leve formigamento e logo seu ferimento fica limpo e bandagens surgem em suas mãos. Ela olha confusa, mas uma gravura em uma pedra lhe faz deixar isso de lado.

Nela tinha um desenho de uma folha o que lhe lembrava a magia Holds. Shaya toca a mesma que começa a brilhar e logo escuta um barulho de algo se abrindo. Ela olha para a parede e uma porta se abre na mesma. Shaya corre em sua direção e passa pela mesma minutos antes de se fechar.

...

Ela bebe um pouco de água no riacho e abre sua mochila retirando o colchonete. O abre no chão de terra e se senta no mesmo. Já estava anoitecendo ela precisava descansar antes de continuar o seu percurso. Segundo o mapa logo depois do riacho tinha uma pequena ponte e ela precisaria passar por mais um obstaculo antes de chegar a floresta Dulle aonde se encontrava a for Prydia. Lá ela encontraria seu último e mais difícil obstaculo antes de conseguir pegar a flor isso se  conseguisse.

Ela pega as flores de Tirilia de dentro de sua mochila. Elas só existiam nesse mundo e era uma das poucas formas de se  alimentarem já que não podiam  comer alimento humano aqui. Ela come algumas pétalas e logo o sabor de laranja e mel invade suas papilas gustativas de uma forma agradável.

— Como sinto falta da minha família. Será que o Oliver está bem?

Diz para si mesma enquanto se deita apoiando a cabeça na mochila. Ela sentia medo de ficar presa aqui e nunca mais ver eles. Ela só queria ver seu filho crescer, está ao lado de sua família e amigos, e se casar com o amor de sua vida.
Por mais difícil que fosse cumprir essa missão ela o faria mesmo que se desgastasse, mas ela iria voltar para eles.

Ela precisava ver cada um deles mais uma vez, ela os amava e não poderia viver assim num lugar desconhecido para ela com pessoas que não conhecia ou ao menos confiava.
Ela fecha os olhos lembrando do rosto  de cada um deles. Amanhã seria um dia difícil e ela precisava descansar para reunir forças e pegar a flor Prydia.  

Shaya - Mediocris secreto ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora