Capítulo 11

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- Lucia onde você está? - pergunto aflito e no outro lado da linha ouço apenas um suspiro.

- Longe. - há algo estranho na sua voz e isso me deixa apavorado.

- Você está bem? - pergunto andando de um lado para o outro. Ela não responde.

- Luci. - suplico. Meu coração está apertado e sei que o desespero é evidente em minha voz.

- Eu preciso de você Charlie. - diz baixinho. Ela está a beira das lágrimas assim como eu. E foi nesse momento que me dei conta que meu amor por Lucia é muito maior do que eu imaginava.

- Por favor... Me diz onde você está. - imploro já descendo as escadas.

- Na praia. - ela não precisa nem dizer em qual praia está, não sei porque mas de alguma forma eu suspeitava que ela podesse está lá.

- Estou a caminho. - pego as chaves do carro e saio rapidamente não me importo com o quê meu pai vai dizer ou fazer, muito menos que alguém tenha me visto sair, a única coisa que importa é encontrar a Lucia.

Coloco o celular no viva voz enquanto dirijo.

- Charlie?

- Sim. - estou indo acima da velocidade sem me importar com qualquer multa que eu possa receber.

- Estou te esperando. - Lucia diz e desliga em seguida.

Cada quilômetro percorrido parecia uma eternidade para mim, nunca o caminho até a praia foi tão longo. Assim que finalmente chego desço do carro e avisto Lucia sentada no chão observando as ondas.

- Luci? - a chamo, ela olha para mim e meu coração se quebra quando vejo o seu estado, Lucia está bêbada e chorando seus olhos estão sem vida.

Sento-me do seu lado e pego sua mão, fico feliz ao ver que ela permiti.

- O que houve? - pergunto acariciando levemente sua mão.

- Desculpa, eu não sei porque te chamei não deveria ter feito isso. - ela diz rápido limpando suas lágrimas então tenta se levantar.

Não posso permitir que isso aconteça de novo.

- É claro que você deveria ter me chamado! Olha o seu estado. - aponto para ela, ambos estamos de pé.

- É exatamente por isso que você não deveria está aqui. - diz ela sem olhar para mim.

Lucia começa a caminhar e eu a puxo rapidamente para perto de mim.

- Eu não vou deixar você fugir de novo. - digo olhando em seus olhos, nossos rostos a poucos centímetros um do outro sinto vontade de beija-la novamente e sei que ela também senti, mesmo que ela negue isso, dar para sentir a energia entre a gente a química. Quero realmente beija-la mas não quero que ela fuja de novo.

- O que você quer de mim Charlie? - ela pergunta cansada desviando seu olhar do meu.

- No momento, algumas respostas. - digo, algo no seu olhar me diz que ela não esperava essa resposta.

Ela suspira então voltamos a sentar na areia. Vejo que ela não irá falar nada então resolvo começar.

- O que você está fazendo às duas da manhã na praia? - questiono.

- Bebi mais do que devia e queria ficar sozinha e como você já sabe essa praia é o único lugar que me traz paz. - ela responde calma.

Não esperava que ela fosse realmente me responder e fiquei feliz quando ela o fez.

- Por que me ligou? - essa é a pergunta que venho me fazendo desde que sair de casa.

- Porque você também me traz paz. - sua sinceridade me impressiona e meu coração se alegra com suas palavras.

Tento dizer algo mas suas
Palavras me surpreenderam.

- Sou uma pessoa diferente quando estou com você Charlie... Pode parecer idiota e clichê. - ela dar um pequeno sorriso. - Mas você me faz querer ser melhor.

- Não é idiota. - comento, mas ela apenas continua olhando o mar.

- Você é uma boa pessoa Lucia. - digo firme pegando novamente sua mão.

- Você está enganado. - diz ela olhando para mim. - Eu não sou nada do que você pensa Charlie.

Suas palavras me lembram os alertas de Nathan e Liv, mas ignoro esse pensamento. Lucia pode não ser o que penso, assim como eu provavelmente não sou o que ela pensa. A grande verdade é que as pessoas normalmente não são o que pensamos, mas e daí que não são? Por que temos que ser como as pessoas querem ou pensam que somos? Por que temos que corresponder todas as expectativas que as pessoas impõem sobre nós?

E naquele momento me dei conta de que eu não dava a mínima se a Lucia era ou não como eu pensava, eu estava apaixonado demais para me importar com o conceito que o Nathan ou a Liv tinham sobre ela.

- Não, você está enganada. - Lucia tem que parar de ter pensamentos assim sobre si mesma, vou mostrar para ela o quanto ela é única. - Você é uma das poucas coisas boas desse mundo Luci.

Ela olha para mim a beira das lágrimas e todo meu corpo estremece.

- Eu não quero te magoar Charlie. - ela diz baixinho e com a voz cheia de tristeza.

- Você não vai. - pego sua mão tentando tranquiliza-la.

- Sim eu vou... Porque eu sempre faço isso, é só o que eu sei fazer.

- Vou te mostrar que você está errada.

- Não depende de você. - ela cospe e tira sua mão da minha.

- Mas depende de mim te mostrar o quão única você é. - Lucia não diz nada apenas me olha de uma forma que é impossível decifrar, nossos rostos estão tão próximos que quero beija-la e é isso que tento fazer mas no mesmo instante ela vira o rosto, quebrando meu coração.

Neste momento não sei como agir pensei que ela quisesse me beijar, novamente eu estava errado.

- O que houve? - pergunto tentando ao máximo não demonstrar o quanto sua rejeição doeu em mim.

- Eu não posso ficar com você Charlie. - ela diz seria sem olhar para mim.

- Por quê? - agora é impossível não demonstrar a dor em minha voz.

- Porque somos incompatíveis, porque eu sou toda errada e a gente nunca daria certo. Enfim, são muitos motivos. - afirma cheia de certeza, quero mostrar que ela está errada, dizer que sim podemos dar certo.

- Pensei que você gostasse pelo menos um pouquinho de mim. - mas é isso que digo.

- Você estava errado. - sem emoção, sem qualquer sentimento é assim que Lucia está, ela está me magoando e sabe disso, parece até que quer fazer isso.

- Mas a gente se beijou na festa, você correspondeu. - me levanto e ela faz o mesmo.

- Porque eu estava bêbada. - ela atira e neste momento percebo que ela sabe que está me magoando e que não se importa com isso.

- Por que está fazendo isso? - pergunto tão baixo que nem tenho certeza se ela me ouviu.

- Não, você está fazendo isso consigo mesmo foi você que se iludiu. - agora eu conheço a Lucia que Nathan e Liv conhecem, a Lucia sem sentimentos que não se importa com ninguém.

- Tem razão. Fui estúpido em pensar que você fosse capaz de amar alguém. - digo com a voz cheia de mágoa viro as costas e vou embora sem olhar para trás.

•Desculpe qualquer erro•

Meu Anjo AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora