Prólogo

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    É agora.
    É hoje.

-Julieta, não te esqueças da tua mala!- berrou a minha mãe tirando-me do meu transe.
 
Corri até ela, peguei na mala e abracei-a uma última vez.

- Tens Tudo, querida?

- Sim Pai. Não te preocupes.- respondi-lhe sorrindo e abraçando-o de seguida. - Não se preocupem. Vai tudo correr bem.- disse agarrando a mão de cada um.- A sério.- prometi com um sorriso reconfortante.

- É claro que vai! És uma rapariga independente, bondosa e teimosa. E isso vai te fazer sobreviver sozinha!- disse a minha irmã de 10 anos, já muito madura para a sua idade e que sabia sempre o que dizer quando o pai e a mãe entravam em pânico.- Mas a tua boca larga, essa sim, é motivo de preocupação.- diz gargalhando, quando lhe ameaço com os olhos.

- Ai se os olhos matassem...-digo eu.

- Julieta, querida, o provérbio é:' Se o olhar mata-se'. E se isso fosse verdade, vocês estavam todos mortos. Incluindo o vosso pai.

- Eu também? Porquê?- Diz ele ofendido

- Lavaste a louça ontem? Fizeste a cama? Deixaste-me ver Dança Com As Estrelas?- responde lhe a minha mãe.

- É justo. - diz o meu pai

- Voo 234 Para Nova Iorque- uma senhora diz através do altifalante.

Suspiro.

- Parece que sou eu.- digo eu olhando para os meus pais com um sorriso triste.

- Parece que sim..- Diz a minha mãe com a mesma expressão.

- Vocês vão-me visitar?- digo abraçando-os.

- Claro querida.- diz o meu pai quando me larga.

-Posso ficar com o teu quarto?- diz a minha irmã ao meu ouvido, quando me abaixei para a apertar.

- Não abuses Aurora.- Rio-me piscando-lhe o olho.

- I know you love me.- diz ela depois de se atirar para os meus braços.

- Always.

    Com isto dirijo-me à grande caixa de metal que me vai levar ao meu tão esperado destino.

Aqui vou eu Nova Iorque.

A Rainbow In New York (H.S)Onde histórias criam vida. Descubra agora