Capítulo 4- Regina

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Regina -

Fiquei muito tempo parada, com a cabeça no peito da minha mãe. com a esperança vã ande que talvez o seu coração batesse por mim, pelo menos mais uma vez. Por um bocado mais, apenas para me poder despedir. Para poder aceitar tudo o que a morte dela acarretava.

Não me mexi quando um homem me pegou ao colo e me levou para longe da minha mãe. Apenas fitei o infinito, incapaz de raciocinar, incapaz de me mexer. Fiquei assim durante dias, mal me mexia e pouco comia. Fiquei assim até chegar a casa dos meus avós.

Eles eram simpáticos, mas eu mal os conhecia. E tão pouco sabia os seus nomes. Era apenas Avó e Avô. Não me interessava saber sobre eles, eu apenas queria a minha mãe.

Os meus avós acolheram-me, e, aceitaram-me. Tal como eu era. Eles aceitaram a minha dor, e tentaram ajudar-me a supera-la. Porém os seus esforços foram em vão.

Com o tempo, eles habituaram-se ao meu mau humor matinal que durava todo o dia. Os meus avós viviam numa quinta, não era um local muito grande mas era o suficiente para se poder passear. Foi num desses dias em que decidi passear pela quinta que eu o conheci.

O ar estava frio, e tinha que andar com um casaco grosso por cima da minha camisola final e das calças de cabedal. Estava a andar junto a cerca, ao pé do estábulo, e ouvi um murmúrio que vinha de dentro deste.

Andei até lá e esperei que o murmúrio se repetisse o que aconteceu pouco tempo depois. Abri a porta do estábulo devagar e, escondida, andei até a fonte dos murmúrios. Fiquei espantada quando encontrei um rapaz loiro, de costas para mim, não podia ver muito dele, mas podia ver que era alto comparado comigo, e tinha os ombros largos.

- Humhum. - eu chamei a sua atenção. - O que é que estas aqui a fazer?

Ele voltou-se para mim, os olhos arregalados e uma mao ainda na cabeça do cavalo que ele acariciava. Ele tinha uns lindos olhos castanhos escuros, quase como a noite, a sua pele era exótica e isso era algo... Hum... interessante. Ele tirou a mão do cavalo e andou até mim. Enquanto isso, ele pareceu avaliar-me de alto a baixo, como se eu fosse um pedaço de carne.

Quando chegou a mim ele curvou-se e agarrou uma das minhas mãos, onde plantou um beijo suave. Então, levantou-se e olhou-me nos olhos.

- Linda donzela, eu estava so a apreciar o vosso cavalo. Um belo espécime se posso dizer.

Senti o meu rosto queimar e tentei por o meu ar duro de novo, mas tenho a certeza que ele notou que me afetava.

Abanei a cabeça numa forma de dizer que tinha compreendido o que ele disse, e tirando as forças ao diabo, eu retirei a minha mão da sua.

- Podes-me dizer o teu nome? - perguntei envorganhada.

- O meu nome é Daniel. - ele disse, as suas bochechas vermelhas e os olhos brilhantes. - Qual é o teu?

- O meu nome é Regina. - eu sorri timidamente, e corei ainda mais.

Ele sorriu para mim. Ouviu-se um barulho de passos e ele começou a sair do estábulo. Eu agarrei o seu braço e disse:

- Vem ter comigo aqui amanhã, por favor.

Ele acenou e saiu apressadamente do estábulo. Os passos aproximaram-se, olhei para trás e vi a minha avó a entrar no estábulo com uma égua ao seu lado. Acho que o seu nome era Gaia, devido a sua cor castanho escura e olhos verdes claros.

- Regina, o que estas a fazer aqui? - ela perguntou surpreendida

A voz dela era suave, um bocado aguda, mas agradável aos ouvidos. Lembrava tanto a da minha mãe, que das primeiras vezes que ela falou comigo eu chorei, mas agora já me conseguia controlar, mas continuava a sentir o toque suave das lágrimas na parte de tras dos meus olhos.

- Eu, hum, so vim ver o Zeus. Apeteceu-me cavalgar. - Eu disse, mentir tinha-se tornado fácil para mim, depois da morte da minha mãe.

Ela sorriu de forma sincera, e eu percebi que ela tinha acreditado na minha mentira. Talvez, viver aqui não disse tão difícil afinal.

Once Upon a... Villain (Slow Updates)Where stories live. Discover now