IV. QUATORZE MESES ATRÁS

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– Obrigada, Leo. É lindo! – Ana agradeceu com um beijo o relógio de ouro que Leonardo a presenteara. Tinha perdido as contas de quantos presentes caros ela havia ganhado do promotor.

– Não foi nada, é só uma coisinha simples. Eu te amo, Ana, tudo o que eu fizer vai ser pouco por você. – Ele a deitou naquela luxuosa cama de motel. O quarto de sempre.

– Eu também te amo. – ela respondeu e correspondeu o beijo que ele lhe tomou.

A relação do promotor com a estagiária havia ultrapassado alguns níveis. Leonardo tinha mudado bastante o comportamento nos últimos três meses. Só se importava com Ana e com o prazer que ela lhe dava no sexo. Leo havia proibido Ana de sair com qualquer outro cara, afinal ela não precisaria de ninguém além dele. Ana até se denominava propriedade de Leo.

Ele tinha também se apaixonado, o que era um perigo imenso, visto que Sara sentia-o cada vez mais ausente e o trabalho acumulava-se em sua mesa.

A maioria dos colegas de trabalho notaram o comportamento e o motivo, mas sequer tinham coragem de confrontar o superior, que passou a se impor como tal. Era outro, e um outro que ninguém estava gostando.

– Te vi pouco no gabinete hoje, onde esteve? – Leo questionou com a mulher aninhada a seu peito.

– Ah, trabalhando, Leo. Sou uma estagiária ainda, esqueceu? Tenho que mostrar serviço se não me descredenciam, e posso apostar que muitos ali querem isso, principalmente o Jorge que me odeia.

– Não ousariam fazer isso, você é minha estagiária. Só eu posso te descredenciar.

– Não é isso que está no contrato – Ana rebateu.

– Mas é a minha palavra que importa. – ele afirmou – Mas onde você estava trabalhando? Não te vi no cartório, fui lá algumas vezes atrás de você e não te achei.

Ana incomodou-se com o questionário, as palavras vieram nervosas.

–  Fui ao gabinete do Dr. Victor buscar alguns processos que eram seus, conversei com ele sobre esses processos por alguns minutos e depois fui pra máquina de xerox do térreo, já que a do cartório está uma droga para digitalizar.

– Mas você não levou esses processos até mim, levou? – Leo não gostou muito de ouvir que ela estava com Victor. Ele era um recém promotor aprovado no último concurso e que assumiu como substituto temporário.

– Quanta pergunta, Leo! Coloquei os processos em sua mesa sim, você que não os viu. – ela respondeu antes de levantar-se rumando ao banheiro para um banho. Leo a seguiu.

– Calma, minha linda. Eu só achei estranho você ir até o Victor, se é processo meu ele teria que ter entregue a mim e me explicado.

– Agora sou uma inútil que nem consegue dar um parecer de um processo, Leonardo?

– Foi ciúmes, Ana. Só isso. – ele assumiu, por fim. – Você é minha e eu não quero você de conversa com outro cara ali, é arriscado.

– Fica em paz. Você já não me deixa ter ninguém mesmo. – ela se limitou a responder. Ele entrou embaixo do chuveiro e logo a acalmou. Transaram ali mesmo. 

JealousWhere stories live. Discover now