A luz citadina traz a ilusão total no flúor noturno que trespassa a visão humana paralisada no Tempo, comparativamente ao sonho, inexplicável e incompreensível, porém extremamente belo. A pressa da meia-noite dos automóveis está presente por todas as estradas, deslumbradas pelas luzes, que apenas eu observo e contemplo o profundo fulgor inspirador de tudo o que rodeia o candeeiro maior e a lua diurna envolvida por nuvens brancas, pálidas e soturnas, com todos os significados possíveis alguma vez imaginados pela realidade abstrata e colorida, vindo de um Mundo psicadélico e paralelo. Observo as estrelas e os aviões depenados, da qual, ligam-se as sensações culturais, na ambição transmissível pelo expoente soberbo do seu segredo.
Lembro-me de tudo pintado num orfanato, reproduzido pela realidade. Tudo tornado mentira, da solidão, partindo do estado gasoso da menta sã e salva da repugnância, elevada por montes e vales, por rios e mares. Apercebo-me do aroma intenso de pó estelar, dos planetas distantes que nos rodeiam. Penso em nós, no final feliz dos contos de fadas... E neles também... Na felicidade do seu olhar, traçado pelo destino inacabado. É tudo uma mistura de momentos especiais, mas, nem tudo é o que parece, devido à existência da condicionante das palavras, existirá sempre um freio, apesar e independentemente do uso da força da união, desejada e questionada.