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— Posso deixar todas as janelas abertas? — Ela perguntou quando entramos na estrada.

— Claro. — Sorri, esticando o braço para abrir o porta-luvas. Fiz careta ao fuçar e não encontrar o que queria. — Achei que tivesse um mapa aqui.

— Ainda bem que eu tenho meu celular! — Juliet balançou o aparelho com um sorriso orgulhoso. Ela é sempre tão preparada, mesmo quando não sabe que vai precisar ser. E eu sou completamente impulsivo, então funcionamos juntos. De diversas maneiras. — Olha para a estrada, Oliver! — Advertiu-me com um sorriso carinhoso.

— Desculpa, é que você é muito linda. — Brinquei, mesmo que essa fosse uma das maiores verdades em minha vida.

— Ah tá... — Ela riu, pois nunca leva minhas cantadas a sério. Sempre acha que estou brincando, do jeito que os melhores amigos fazem. — Lembra quando você disse isso na escola, perto das líderes de torcida, e elas começaram um coro de "beija"? — Ela riu intensamente com a lembrança.

— Lembro. — Balancei a cabeça, olhando para a estrada. — Foi constrangedor! — Ainda mais porque eu queria beijá-la ali mesmo, mas não tinha coragem nenhuma para isso. Era o aventureiro que não tinha coragem de revelar seus sentimentos pela garota mais linda da Costa Leste. — Tem doces na mochila, ali atrás. — Indiquei o banco de trás, determinado a mudar de assunto. As lembranças do colegial não eram muito boas.

— Doces? — O tom dela era de descrença. Eu podia não estar a olhando, mas sabia que estava fazendo careta. — Vamos sobreviver com... — Ela se movimentou ao meu lado, fazendo minha curiosidade despertar. Olhei com o canto o olho enquanto ela pegava a mochila. Abriu-a, analisando o conteúdo de dentro. Obviamente não estava muito feliz com o que encontrou. — Cinco doces? Oliver, o que você tinha na cabeça?

— Não sei. — Dei de ombros. — Podemos parar no próximo posto e comprar mais. — Comentei, tentando animá-la. Não funcionou muito bem. Ela estava começando a ficar preocupada com a situação. — Pode escolher a trilha sonora de nossa aventura. — Usei minha cartada final, animando-a instantaneamente. No segundo seguinte ela estava colocando Owl City, o orgulho da Costa Leste.

— Acha que o Adam faria isso que estamos fazendo? — Perguntou, referindo-se ao nome real do cantor Owl City.

— Talvez. — Dei de ombros. — Você pode ver no GPS o caminho certo para Nova York?

— Você não viu isso antes de sair? — Juliet perguntou. O tom de voz dela era de reprovação. — Oliver...

— Vi, mas não tenho memória fotográfica. — Suspirei. Ela já estava vendo problemas na viagem. Eu tinha que melhorar o humor. — Obrigado por estar fazendo isso comigo.

— Sempre. — Ela deu um sorriso enorme.

— Eu precisava sair da nossa cidade um pouco, pelo menos uma vez. — Desabafei.

— Eu te conheço, Oli, — Disse, como se tivesse orgulho da informação. Como se gostasse de me conhecer tão bem. — Você precisava de um pouco de aventura.

— Eu precisava de um pouco de novidade.

— É o que teremos. — Ela me assegurou, absorta em seu celular. — Tem um posto de gasolina há 200 metros.

— Então vamos comprar doces!

— E ver se eles têm um carregador para o meu celular.

New York CityOnde histórias criam vida. Descubra agora