Pink Hair

ʌɪɪ

- Wow! É uma baita história, mas por que vocês estão me contando isso?

- Porque você se importa com ela e eu preciso de ajuda para encontrar minha sobrinha.

- Como assim? Você não está com ela?

- Não. No dia em que você foi atropelado ela conseguiu fugir sem que ninguém a visse, mas depois ela desapareceu. Nós achamos que ele a encontrou e que pretende fazer algo.

Após ela completar seu raciocínio o mendigo se pronunciou.

- Ele nunca deixou ela daquele jeito. Quando sóbrio ele procura deixar os machucados em lugares que ela consiga esconder pra não deixar a violência e os abusos tão evidentes.

- Mas por que vocês estão falando disso comigo? Por que eu? Eu só tenho 8 anos.

- Porque você, Will, é como a minha irmã, apesar de novo já passou por muita coisa difícil, e é muito maduro. Sabemos o que aconteceu entre sua mãe e seu pai. Você é o mais "adulto" naquela casa e nós sabemos que mesmo minha sobrinha sendo mais velha você possui um carinho especial por ela.

Ela disse enquanto acariciava meu rosto me olhando com ternura.

Tudo o que ela disse era verdade, eu faria de tudo pra ajudar a moça de cabelo rosa.

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Havia se passado uma semana e nada da garota desaparecida.

Apesar de ter pedido minha ajuda a tia da garota de cabelo rosa não me deixou ajudar até agora, disse que era apenas pra mim ficar de olho na casa abandonada e dar apoio a minha mãe pois ela estava precisando de mim no momento.

Mas eu não queria ter que ficar parado, eu queria poder ajudar de alguma forma, fazer algo pela garota que eu descobri ser meu primeiro amor com a ajuda da mulher loira e alta.

A moça loira, o mendigo e uma vizinha estão investigando por conta própria, pois segundo eles envolver a polícia ia ser muito complicado.

"Foram eles que livraram o padrasto da garota de cabelos rosa uma vez, quem garante que eles não o fariam de novo, afinal, hoje em dia o mundo gira em torno de quem tem dinheiro" era o que ela dizia. Não iríamos envolver a polícia local, pelo menos não por enquanto.

Eu estava fazendo meus deveres da escola, ou melhor, tentando, porque minha mente podia estar em qualquer lugar, menos ali, quando eu vi, pela janela do meu quarto, um cara muito estranho com uma máscara cirúrgica preta e um boné que escondia seu rosto puxando uma mulher com o rosto molhado pelas lágrimas em direção a casa abandonada.

De imediato larguei minhas coisas ali e corri pegando meu casaco indo em direção a porta. Gritei pra minha mãe que iria sair e sem esperar uma resposta saí de casa tentando encontrar novamente o cara estranho.

Quando o encontrei ele estava em pé ao lado da mulher que ele puxava, que estava sentada em um banco na frente de uma casa cinza.

Ele gritava com ela enquanto ela se debulhava em lágrimas com as mãos no rosto.

Não pude escutar bem o que ele dizia por que estava escondido atrás de um arbusto a alguns metros tentando não ser visto.

A mulher tinha cabelo longo e negro e traços asiáticos, já havia visto ela pela vizinhança enquanto voltava da escola, ela morava a umas três casas da minha. Já o homem eu nunca havia visto na vida, não consegui ver seu rosto mesmo de perto por causa da máscara, mas ele era não muito alto, pálido e notei que também usava óculos de sol escondendo suas feições.