Os lábios do mais velho encostaram de leve na boca de Sehun, um simples toque. Os olhos de Luhan estavam fechados e todo seu semblante parecia relaxado, enquanto o Oh sequer conseguia pensar. Num momento desses, não podia ser racional; se fosse, era provável que, como de costume, estragasse tudo.
Assim como o mais velho tinha feito, Sehun fechou os olhos e simplesmente foi seguindo o ritmo ditado pela boca de Luhan, que se movimentava em sincronia com a sua. O frio na barriga cresceu e muito, mas algo nos lábios estranhamente macios do chinês aliviava todo o peso dos seus ombros. Ansiou por aquele momento e ele finalmente chegou.
Suas mãos acabaram por se encontrar com a cintura do outro, que segurava o rosto de Sehun como todo o cuidado do mundo. O beijo de Luhan era maravilhoso e o Oh ficou até meio preocupado e com medo de cometer algum erro, já que tinham se passado alguns anos desde a última vez que ele dera um beijo de verdade. Mas tudo entre eles estava em sincronia, desde as línguas e os lábios que mantinham um contato direto até ambos os corações, que batiam forte e felizes por conta da emoção do momento.
Quando o chinês se afastou do moreno, o impulso de Sehun foi esconder seu rosto no pescoço alheio, mesmo que Luhan fosse alguns centímetros mais baixo. O mais velho sorriu sem que o Oh pudesse ver e passou uma das mãos pelos cabelos do rapaz, como se o tranquilizasse e dissesse que estava tudo bem, que tinha dado tudo certo.
"Me desculpe pela minha falta de prática." Murmurou Sehun ainda escondido entre a clavícula e o pescoço de Luhan.
"Foi bom, Sehun, muito bom." Ele sentiu o Oh se esconder ainda mais. "Não fique envergonhado ou eu vou rir de você."
Como parecia que o moreno não sairia daquela posição tão cedo, Luhan o abraçou, puxando-o para mais perto de si, grudando os dois corpos como se fossem um só. O calor que emanava do peito do chinês logo colidiu com o calor que irradiava de Sehun, e, juntos naquela rua escura de Seoul, na calada da noite, eles sentiram a mesma coisa ao mesmo tempo: uma simples e pura felicidade.
Luhan não podia ver o rosto do mais novo, mas ele estava sorrindo. Sorrindo porque o mais velho se mostrava cada vez mais maravilhoso e amigável, sorrindo porque ele beijava muito bem, sorrindo porque se sentia em paz consigo mesmo. Não pensava em Baekhyun e, caso a lembrança viesse à tona, não ficaria triste. Se sentiria nostálgico, porque não conseguia ficar triste perto de Luhan.
Quando o longo abraço acabou, mais alguns beijos foram trocados. Sehun então tomou a inciativa de entrelaçar sua mão com a do mais velho, já que o acompanharia até a estação de metrô. Pareciam duas crianças que tinham acabado de receber um presente, sorrisos estampados nos rostos e a felicidade evidente. Se alguém olhasse para os dois naquele momento, seria inevitável não sorrir junto.
Pararam na estação e ficaram ali, simplesmente encarando um ao outro. Sabiam que teriam que se despedir; Luhan precisava acordar cedo para ir trabalhar e já devia passar de meia noite. Mas eles não queriam aquilo, mesmo que fossem, muito provavelmente, se ver no dia seguinte. Não eram necessárias palavras. Sehun se inclinou para frente e depositou um pequeno selinho na perfeita boca de Luhan, um "beijo de boa noite". Logo em seguida, o mais velho desapareceu pelas escadas que iam até o subterrâneo.
Enquanto se afastava e voltava para casa, a vontade do moreno era de sair correndo e gritando pelas ruas desertas, porque tudo, absolutamente tudo, dera certo naquela noite. Não, mais do que certo: foi perfeito. Estava tão extasiado que poderia ser atropelado e não sentiria nada. Efeito Luhan.
Destrancou o apartamento e, ao invés de se jogar no sofá como andava fazendo, deitou na cama. Olhou para o teto sorrindo e então mirou as paredes desenhadas.
"Queria que você estivesse aqui, Baek. Tenho certeza que estaria rindo de mim enquanto beberia uns goles de soju barato." Comentou para o além, seus lábios formando um tracejado que era uma mistura entre felicidade e saudade.
"Mas acho que gostaria de saber que eu estou melhor. Muito melhor. Eu sinto sua falta, Baek, ah, eu sinto muito a sua falta. Eu queria que você estivesse aqui do meu lado, nessa cama, jogando conversa fora durante toda a madrugada, me aconselhando com base nas suas experiências com Chanyeol." Ele suspirou.
"Acontece que você não está mais aqui, Baek. E não vai voltar. Eu estou triste, estou mal e a única coisa que eu queria agora era ter você aqui e te abraçar para sempre. Mas não posso. Então, eu gostaria de dizer que, mesmo estando com dificuldades, eu conheci um cara muito legal." Sorriu com a imagem dele e de Luhan se beijando e continuou o monólogo.
"E ele me faz muito bem. O Chanyeol abriu meus olhos e me disse que você iria querer que eu fosse feliz, então estou tentando. Acho que amanhã vou atrás de um emprego." Sehun fez uma pausa para refletir sobre o exato momento em que arranjara tanta disposição e vontade de viver.
"Enfim, Baek, eu sinto saudade de você. E o Chanyeol também sente. Mas se ele seguiu em frente, então eu também vou. Espero que não se importe, mas vou doar as suas roupas, okay?" Indagou para o além, rindo em seguida.
"Espero poder te ver de novo algum dia, Baek. Enquanto não posso, vou seguir em frente, ou ao menos tentar."
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«chinese cigarettes»
Fanfiction[escrita em 2018] [capa maravilhosa feita pela incrível @Mel_Xiu] Sehun talvez tenha se apaixonado pelo vendedor de cigarros chineses da sua rua. Short-fic HunHan Plágio é crime.