Capítulo 1

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Apesar de grávida,  Anahí estava fora do peso, muito magra para seus 5 meses. Não tinha vontade de comer,  só chorava e fazia os afazeres de casa. Seu marido era um monstro, horroroso. No dia que fora obrigada a se casar ele a estuprou porque ela não queria se deitar com ele. Ele tirou sua virgindade brutalmente,  sem dó  nem piedade enquanto ela mordia o lençol.  Se sentia infeliz desde que sua mãe falecera,  o pai ela não conhecia e também não fazia questão. Agora não se sentia tão sozinha,  agora ia ter um bebê pra cuidar. Mesmo sendo de Manuel, ela já amava o filho e faria de tudo para que ele fosse feliz.  Só queria uma oportunidade para ir embora dali, ainda não sabia pra onde,  mas logo iria descobrir.
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Manuel chegou em casa alcoolizado,  bateu muito em Anahí enquanto ela protegia a barriga. Gritando de dor, ele continuava dando chutes enquanto ela estava jogada no chão se sentindo humilhada.  Depois de tanto bater na mulher ele subiu para o quarto e dormiu como havia chegado. Anahí percebeu que a porta estava aberta, sem tempo para pegar seus trapos velhos, ela saiu da casa. Estava caindo uma chuva torrencial,  ela saiu sem rumo andando pela estrada deserta, estava apenas com sua identidade. Andava pelo meio da rua até sentir que um carro bateu nela, depois caiu em uma escuridão.

Escutava vozes, mas ainda permanecia com os olhos fechados.  Muitas vozes, então lentamente abriu os olhos, estava em um hospital.

__ Ela acordou! -falou a enfermeira- 

Anahí gemeu de dor.

__ Calma, querida! -Disse a outra enfermeira-  vou chamar o médico.

Anahí colocou a mão na barriga.

__ Meu bebê! 

__ Fique tranquila, seu bebê é muito forte. Ele continua guardadinho aí ainda. -sorriu-

__ Você foi atropelada,  mas graças a Deus o homem que te atropelou te trouxe. Ele estava desesperado, coitado! Falou que vai ajudar em tudo que precisar.  Esta em um hospital particular e ele vai pagar por todas as despesas.

Anahí permaneceu calada,  a enfermeira deu um comprimido para dores, ela dormiu novamente. O médico foi ver como ela estava.

Alfonso chegou querendo saber da mulher.

__ Ela já acordou, mas dormiu novamente.  Ela está bem, apenas com um corte no rosto e a perna inchada.  Mas...

__ Fala doutor. -Preocupado- 

__ Não são marcas só do atropelamento,  bateram bastante nela e ela está grávida.

__ Quem deve ter feito algo tão monstruoso?

__ Talvez o marido. Sabe que isso é frequente.

Alfonso assentiu.

__ Posso vê- la?

__ Claro.

Alfonso entrou no quarto,  estava preocupado.  Quando soube que ela estava grávida sentiu um aperto no peito. Se tivesse acontecido o pior não se perdoaria,  mesmo o erro não ter sido dele. Ele estava chegando do aeroporto, tinha viajado a negócios.  Estava muito cansado e não notou a mulher na estrada.  Também,  como ia ver uma criatura tão magra e pequenina?  Olhou o rosto da mulher,  parecia muito abatida,  seu rosto inchado, dormia profundamente.  Queria que acordasse,  saber onde morava para leva-la para casa e ajudar sua família.  Com certeza eram muito pobres, com a chegada do bebê iriam precisar de muitas coisas. Ia ajudar aquela mulher. Sabia apenas que o nome dela era Anahí.

Viu que a mulher estava acordando,  esperou para que ela abrisse os olhos,  ele chegou cOm a cadeira pra mais perto.

__ Oi. -tentou falar com ela- eu que te atropelei. Me desculpe,  você estava andando no meio da rua...

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