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  O mundo parou pra mim, eu senti parar. Por um minuto eu não consegui falar ou respirar. Cami falava os motivos ao Lucas enquanto ele negava com raiva, mas eu não ouvia nada.

  Cadeira elétrica? Morrer? Não, Deus tenha piedade eu não posso ir agora, não desse jeito.

— A Família dela foi avisada, será amanhã. — Cami disse

— Mas ela não é culpada por nada disso! — Lucas defendeu com raiva.

— Eu sei, mas as cameras foram destruídas, não temos provas para defendê-la.

— Lucas... — falo estática

— Eu vou deixar vocês a sós. — Camille falou e se retirou

— Clary...-Lucas me olhou, todo o ar parecia que tinha sumido dos meus pulmões.

-Eu vou morrer! Não não não, Eu não posso morrer! E se eu ficar no escuro pra sempre? E se não tiver nada depois de morrer. E se eu for pro inferno? E ser eu for castigada pra sempre? E se simplesmente nada aconteceu? Eu eu eu — então tudo na minha vida estava se perdendo eu não tinha fôlego, visão, eu não conseguia parar de falar e chorar.

Então Lucas agarrou meu rosto e encostou seus lábios nos meus. Separei nossos lábios e sussurrei:

— O que está fazendo?

— Não quero me arrepender de nada. Se o tempo e tão curto assim eu vou fazer o que deveria ter feito a muito tempo! — falou e voltou a me beijar.

— Lucas...

— Vamos fechar a cela! — um dos guardas falou nos interrompendo, Lucas se levantou e eu agarrei seu braço.

— Não vai! Por favor — falei num fio de voz me agarrando ao seu braço.

O qual sentou de volta na cama, o guarda fechou a cela forte e se retirou.

— É triste morrer virgem — falei

— O que? — Lucas olhou surpreso pra mim — Voce não espera que nós...pelo menos não aqui...

— Estou brincando Lucas — falei deitando e brutalmente o puxando para o meu lado.

— Aí! — reclamou e se ajeitou — Voce faz piadas até agora...

— Bom, eu vou morrer amanhã... tenho que soltar todas hoje — disse rindo sem humor. Lucas ficou em um silêncio enlouquecedor — Yah, Lucas... — falei soltando um sorriso virando meu olhar para o mesmo. Lucas me encarava com os olhos cheios de água — Ei... Lucas-falo passando minha mão em seu rosto, o mesmo a segura. — Não faça isso... vai ficar pior...

— Eu estou impotente, não posso fazer nada! E isso me deixa muito irritado!

— Não há nada que você possa fazer, a não ser ficar comigo até os últimos minutos. — pedi e o mesmo assentiu me puxando para seu peito — Não sabia que sentia algo por mim.

— Se eu soubesse que isso ia acontecer, teria falado antes mesmo de irmos pra sua casa — ele falou — Eu devia lembrar que a vida e imprevisível e que pode não haver um amanhã.

— Então aproveite hoje — falei me ajeitando em seus braços e assim adormecendo.

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— BOM DIA! — veio o grito junto com o barulho da cela sendo aberta com força. — Que lindos o casal de pombinhos!

Abri os olhos que no momento deviam estar vermelho de tanto ódio.

— VOCÊ! — falei saindo da cama com rapidez — O que está fazendo aqui?

— Bem, como vice-diretor, quer dizer — deu uma risada sem humor — atual diretor...

— Por isso que estão me fazendo de culpada , ARMOU PRA MIM!

— Depois de uma vez você ainda não entendeu que sou ótimo pra armar pra você — sussurrou pra mim.

— Cretino! — Lucas falou indo pra cima dele antes de ser segurado por outro guarda.

— Vocês são realmente meio...paradoxical não é? O policial e a prisioneira, que lindo clichê.

Dois policiais me pegaram pelos braços e me arrastaram para fora da cela.

— CLARY! — Lucas gritou

— Acalme-se vocês daqui a pouco se encontrarão de novo — ele disse antes de tirar Lucas de minha visão.

— Mentiras tem pernas curtas, quando descobrirem... — ameacei.

— Quando descobrirem você estará morta, e não terá como te reviver não é mesmo... — ele riu

— Chefe, o senhor está sendo chamado no gabinete — um dos policiais disse chegando ofegante.

— Leve ela para o escritório, e a mantenham quieta na cadeira! — ordenou indo para o outro caminho

Os guardas me jogaram na cadeira giratória de um grande escritório, provavelmente sua sala.

— Quietinha aí! — um deles falou e se dirigiu à porta.

Eu esperei lá por tempo, estava me deixando ansiosa, não que eu desejava morrer, mas se ia acontecer de um jeito ou outro, que seja rápido.

— Cheguei de volta — ele disse sorrindo e os guardas me pegando de volta.

Sensação de dejavu

Então eu vi, ela, a sala com a cadeira era tão macabra quanto o momento.

Uma sala escura, sequer uma janela para a entrada do sol, apenas uma lâmpada pendurada pelos restos de um fio no teto. A sala completamente vazia apenas com a cadeira ligada por fios e uma máquina ao lado.

Cada vez eu via a cadeira de aproximar até mim e me colocarem sentada nela. Amarraram meus braços e mãos, pernas e pés, até meu tronco. Alguns outros guardas trouxeram o balde com a esponja, e veio meu desespero

Aquilo estava realmente acontecendo.

Lucas apareceu na cela seguido de outros 2 guardas. E pior, também seguido da minha família.

Minha mãe estava em prantos abraçada a Ed, e Ed apenas me olhava com o olhar vazio e as feições tristes, mas ainda deu um pequeno sorriso, apenas para me acalmar.

Eu apenas os observei tudo a minha volta desapareceu, apenas eles ali.

Lucas, o garoto que eu amava
Minha mãe, que mesmo machucada pela vida foi uma das melhores pessoas pra mim , Ed, Meu melhor amigo e irmão.

As pessoas mais importantes da minha vida estavam ali. E era tudo que eu precisava.

— Alguma última palavra? — o querido diretor perguntou.

— Quando você for pro inferno, eu estarei lá te esperando — falo

O Policial e a Prisioneira {MINI} (COMPLETA) Onde histórias criam vida. Descubra agora