— Prefere prender isso pela frente ou atrás? — ele perguntou
— Sério? Como vou conseguir comer se prender minhas mãos atrás??? — respondi como se fosse óbvio
— Tem razão,desculpe. — respondeu
Se tinha uma coisa que eu tinha percebido que quando ele entrou na cela, ele não fez o "movimento",é quando o policial quando entra na cela, pelo menos na minha,ele normalmente coloca a mão no cassetete,caso eu tentasse alguma coisa, mas Lucas estava simplesmente segurando a algema e com uma mão esticada pra mim. Sem nenhum sinal de tentativa de auto-defesa ou intenção de me segurar caso eu tentasse algo.
Ele esticou as algemas mais pra perto de mim
—O que? — perguntei
Ele sorriu e pegou minha mão olhando pra mim e colocou a algema.
Ele tinha um sorriso lindo, foi uma sensação estranha, ele não pegou meu pulso com violência, ele pegou na minha mão com ternura, quase como carinhoso. Um sentimento bizarro.
E me escoltou para o refeitório.
Peguei a bandeja que vinha com um negócio que parecia purê com mortadela e um copo de leite.
—Pelo visto é o de sempre né Dona Xuca?
— Dona Chuchuka!-ela respondeu com seu sotaque russo
— Tanto faz.
Sentei em uma das mesas, e Lucas no banco a minha esquerda. Ele abriu uma das algemas e colocou no ferro da mesa.
— Pronto, já pode ir lá pra mesa com seus amiguinhos — eu disse balançando a mão em um xô.
Ele sorriu e foi embora.
— Nossa que novato gato quem é? — disse Melissa sentando do meu lado do nada.
— Assombração! Meu Deus Melissa, não quer botar no jornal não? Que descaro!
— Ela tem muito fogo pra se segurar, não consegue se controlar — Patricia disse sentando do meu lado.
— Alguém quer a mortadela? Eu odeio isso. — Melissa falou fazendo cara de nojo para o pedaço de carne
-Vamos me dá — eu peguei e comi — O que? Depois de 5 anos comendo isso você passa à acostumar.
— Quanto era sua sentença mesmo? — Melissa perguntou irônica, era um prazer a ela me ouvir falar
— 20 anos, mas agora só faltam 15, talvez pode diminuir alguns anos por bom comportamento — respondi divertida.
—Te esperamos do lado de fora quando vc tiver 36 anos. — Patricia disse rindo.
— Pelo menos ganho ceia de Natal e de Ano Novo — falei bebericando meu leite — E eu saio daqui no Natal — falei me exibindo.
— Só porque sua família é rica não precisa esfregar na cara. — Melissa comentou.
— Mas foi uma decadência e tanto — ouvi a voz irritante — Do Upper East Side à prisão de Nova York. Trágico
— Pelo menos eu passei 16 anos da minha vida em uma casa, com mordomos, empregadas, joias e roupas caras. Não igual a você não é Cece — disse virando pra trás, olhando para ela — E não como uma mendiga, nos becos sujos do Brooklyn. Que desgosto
Senti minha mão presa, ser mexida,essas minhas colegas adoram uma treta, pra me soltarem a esse ponto, agora estava livre.
— E pelo menos fui presa por uma coisa nobre, roubo de comida é inocente por minhas condições, só estou aqui pela comida também. E não tive um namorado maconheiro e doente — se ela continuar juro que vou dar um soco na carinha inocente dela — E não fui abandonada por ele também! Nem matei pessoas por nada.
— Você não me conhece — levantei e ela recuou — Não sabe o que aconteceu naquela noite — ela tinha o olho de assustada, afinal as mãos delas estavam presas à frente do corpo, ela estava indefesa — ENTÃO VOCÊ CALE A BOCA! — desferi um soco na cara dela.
Ela caiu do chão com força e eu pisei na perna dela. Ela deu um grito e depois levantou, mancando ela levantou e dei uma joelhada na barriga dela,fazendo ela cair no chão novamente, antes de dar o último movimento alguém me puxou pra trás.
— Parem as duas! — O Diretor gritou.
— Eu vou acabar com você — eu gritei e ela levantou a cabeça, seu nariz estava sangrando. Ela era uma escrota, uma pobre escrota é fofoqueira! Fala das pessoas como se soubesse de tudo!
— Ei calma — Lucas disse me segurando. — Vamos voltar vamos. — falou baixo comigo.
Ele foi me puxando, até a minha cela.
Quando entrei deitei na cama de ferro e virei para a parede. E ele trancou a cela.
—O que ela falou que te irritou tanto? — ele perguntou.
— Não te interessa — respondi grossa.
— Alguém ficou chateada — ele fingiu choque — Ai Meu Deus!Você tem sentimentos!
— Vai se danar Lucas!
— Vamos lá me conta. — ele pediu, eu o olhei ele fazia biquinho.
— É sobre a prisão,nada de mais. Nada importante...
Houve um silêncio.
— To ouvindo... — ele insistiu
— Nossa como você é chato! — sentei na cama e olhei pra ele — a 5 anos, eu estava namorando um cara, ele me ensinou a usar armas, e a fazer coisas sem ser vista, gostava do jeito perigoso dele e como a adrenalina me fazia sentir viva. Fomos assaltar uma loja, só que os donos estavam lá,e nós não vimos. Então eles começaram a ligar pra polícia e o filho deles tentou me atirar uma faca, eu estava com medo, e meu namorado atirou nele, e então os outros começaram a levantar e ele atirou no resto, por medo. Eu era rica, usávamos o dinheiro que pegávamos para comprar maconha e outras coisas pra ele. Eu tinha 16 ele tinha 20, minha família não gostavam óbvio, mas eu fugia da casa e eles nunca saberiam. Mas nessa noite, ele matou uma família, 5 pessoas inocentes. Mas quando a polícia chegou, ele tinha sumido, e eu fui a culpada,minha família apenas pagou para eu não ir para a cadeira elétrica, enforcamento, injeção letal, ou qualquer outra coisa. Não havia como provar que eu não era a culpada, nem inocente. Tenho sorte por não ter ido pra morte.
— Você foi presa inocentemente, Porque não falou pra justiça?
— Porque eles acreditariam em mim?
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O Policial e a Prisioneira {MINI} (COMPLETA)
RomanceClarissa era uma prisioneira da Prisão de Nova York, na ala de Segurança Máxima.Rebelde e perigosa.Ela está disposta a provocar qualquer um que chegue perto dela, ganhando a implicância e o ódio dos policiais da prisão.Após seu guarda pessoal se apo...