O Psicólogo

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-Mia, levanta! Ta na hora!- meu pai dizia enquanto jogava uma almofada em mim.

-Na hora de quê?- eu perguntei ainda tentando acordar direito.

  -Você esqueceu? Você disse que ia ir ao psicólogo hoje.

-Posso ir outro dia?- perguntei me virando na cama.

-Nem pensar!- meu pai disse rindo enquanto abria todas as cortinas do quarto.

Meu pai saiu do quarto e eu fui direto para o banheiro, tomei um banho, coloquei uma calça jeans, uma camiseta do Nirvana e meu all star, prendi o cabelo num rabo de cavalo e desci.

-Estou pronta!- disse para meu pai enquanto ele terminava de tomar café.

-Não vai comer nada? Ah não se esqueça que vou sair hoje, se quiser pode chamar alguma amiga pra ficar aqui com você.

-Eu como alguma coisa na rua, não se preocupa pai! Pode deixar eu chamo sim.- disse lhe dando um abraço e saindo.

O escritório do psicólogo não era longe então decidi andar um pouco. Quando cheguei lá me deparei com um enorme prédio onde se lia "Psicologia Hemming".

Okay, é só uma consulta...

Entrei e então fui de encontro à recepção.

-Olá, sou Mia Carter, tenho uma consulta marcada com o senhor Hemming.- disse para uma mulher que parecia sorridente de mais.

-Sim, claro senhorita Carter me acompanhe!- eu a acompanhei até uma sala de espera- Fique à vontade, o senhor Hemming logo irá chamá-la.- eu apenas assenti.

Esperei lá sentada por alguns longos minutos, imaginando que o psicólogo seria do tipo velho e chato, ri sozinha. Logo escutei meu nome ser chamado.

-Mia Carter?- o homem moreno que aparentava ter seus 23 anos disse enquanto estendia a mão para me cumprimentar sorrindo.

-Sim, muito prazer senhor Hemming!

-Por favor me chame de Otávio! Vamos, sente-se aqui.- apontando para uma cadeira em frente a sua mesa.- então senhorita Carter o que a trás aqui?

-Me chame apenas de Mia okay?- ele apenas assentiu- Bom, à mais ou menos um ano e meio eu perdi minha mãe, minha vida obviamente mudou desde então, algumas pessoas acharam que seria bom pra mim procurar um psicólogo, então aqui estou eu- ri meio sem graça com aquele homem à minha frente.

-Entendo. Mia, você queria estar aqui agora?- pergunta levantando-se de sua cadeira e ficando em pé ao lado da mesa.

-No começo eu não queria, mas agora vejo que pode ser bom pra mim.- dou um sorriso meio bobo e o vejo sorrir também.

-Então posso entender isso como um possível retorno?- perguntou me fitando.

Posso voltar todo dia se quiser.-pensei.

  Assenti e ele escreveu alguma coisa em um papel que tinha em sua mesa.
Eu olhei a hora e lembrei que tinha marcado de lanchar com as gêmeas então me levanto da cadeira, fazendo o psicólogo me olhar confuso.

-Desculpe eu tenho que ir, estou atrasada para um compromisso.- disse enquanto estendia a mão para dispedir-me de Otávio.

-Tudo bem, te vejo na próxima seção- apertou minha mão e vi um sorriso se formar em seus lábios.

Otávio..

-Senhor Hemming?- ouço Ana minha secretária me chamar enquanto termino de organizar alguns papéis.

-Sim Ana.

-Mia Carter chegou senhor, depois o senhor tem a tarde livre.- eu assenti.

-Obrigado Ana.

Analisei a fixa da menina, vendo que era nova. 17 anos, então por quê querer vir à um psicólogo? Pensei.

Chamei a menina que logo entrou, era uma adolescente como qualquer outra, mas alguma coisa nela me chamava a atenção, a menina não era muito alta, tinha cabelos e olhos castanhos, e um olhar de quem parecia estar confusa.

Segui todo o procedimento, fiz as perguntas necessárias, mas por algum motivo eu não conseguia tirar os olhos dela.

Uma menina tão nova perder a mãe é um choque com certeza, mas ela não parecia tão abalada, provavelmente pelo longo período que passou depois do ocorrido.

Ela se levantou do nada, e eu a fitei confuso, disse que estava atrasada para alguma coisa, despediu-se e um sorriso escapou de meus lábios, e ela o retribuiu.

-Tudo bem, te vejo na próxima seção- então a vi cruzar a porta e voltei a revisar algumas pastas.

Quando acabei tudo peguei minha pasta me despedi de Ana na recepção e fui em direção ao estacionamento, entrei em meu carro, e não demorou muito até chegar em casa. A semana foi corrida então decidi tirar um cochilo (um cochilo que durou 4 horas).

Entre ElesOnde histórias criam vida. Descubra agora