O CHORO DA MENTIRA

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REVISADO 09/01/2019

Acreditamos ficar tristes pela morte de uma pessoa, quando na verdade é apenas a morte que nos impressiona.

(Gabriel Meihan)

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Ela aparentava ter entorno de 23 anos, eu tinha a visto hoje mais cedo na faculdade, mas não a conhecia. Nesse momento Luca olhou o corpo e a identificou.

"É a Thays, da engenharia avançada, eu a conhecia desde o jardim de infância." - Ele comentou com os olhos cheio de lágrimas vendo sua amiga deitada no chão, então de repente o mesmo se calou e pegou o telefone.

Nós não tínhamos tempo para entrar em pânico, o Luca, estava tentando ligar para emergência, já eu, estava montando suspeitos e motivos para ter levado ao assassinato dessa garota, eu estava completamente perdido nos meus pensamentos, mas fui interrompido pelo Luca que vinha caminhando rapidamente ao meu encontro.

"Acabei de falar com o Xerife e também já chamei uma ambulância, eles disseram para esperamos em um lugar fácil de sermos encontrados, por exemplo, a rua." - Ele disse apontado para o local do encontro, sinceramente eu acho que ele só estava querendo sair de perto do corpo.

"Beleza, vamos esperar por lá, vai que o corpo levante!" - Comentei com um tom de brincadeira, afim de tirar sarro do medo dele de morto. Ele fechou a cara na hora e me xingou.

"Não tem graça isso Cris, eu a conhecia, fez parte da minha infância e da minha adolescência, vamos logo para rua antes que eles passem por ali e não nos encontre." - Ele falou de uma forma autoritária e com raiva, mas em sua voz eu percebia uma fraqueza, significando que ele queria chorar, mas que estava tentando manter uma postura firme.

Ficamos ali sentados esperando entorno de 5 minutos, primeiro chegou a ambulância logo em seguida o xerife. Quando ambos estavam juntos, nós os levamos direto ao corpo, mas para nossa surpresa, ele havia sumido, só restava o sangue que comprovou que tinha acontecido um homicídio ali. Nessa hora Luca me encarou e conversamos através de expressões faciais, pois ali ninguém simplesmente podia dizer o que havia acontecido, foi algo sobrenatural. Após nosso momento de choque o xerife nos chamou para conversar em particular.

"Por favor, peço que não falem de nada do que aconteceu hoje com ninguém, queremos investigar em sigilo, se as pessoas souberem que a um assassino a solta na ilha, elas entraram em pânico e ficará mais difícil de realizarmos nosso trabalho." - Disse o xerife com a testa franzida, tentando manter o controle sobre a situação.

"Mas e a Mae da Thays? Ela tem o direito de saber sobre sua filha." - Cris voltou a ficar bravo, tentando entendo o motivo de esconder algo assim. "A mãe dela ter o direito de saber, ela é sozinha, sua filha e tudo pra ela, Xerife, é o mínimo que você pode fazer por ela nesse momento." - Nesse momento o xerife olhou e concordou com a cabeça.

"Chegando em me escritório eu irei ligar pra ela, mas em relação a vocês dois, tratem de ir embora e fiquem de boca calada." - Então concordamos e cada um foi para sua casa.

Durante a noite não consegui dormir, minha mente vagava pelos meus pensamentos fazendo com que as possibilidades das causas que levaram a morte da garota, se tornassem o principal assunto do meu cérebro. Então peguei um dos meus cadernos velhos e comecei a fazer algumas anotações, as dividi em etapas: Quem foi o assassino? será que foi mais de um? E a arma? Essa pergunta eu suspeito da utilização de faca, pelo fato daquela noite não ter ocorrido nenhum barulho similar à de um tiro. E a pergunta que eu considero a principal, é a questão de como o corpo sumiu de repente? Não fazia sentindo, mas tenho a certeza que essa pergunta não será respondida tão cedo.

A Ilha Blau - A Busca Do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora