Capítulo 02

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🎩 Capítulo editado em 30/10/2020

Estou despencando em um profundo e escuro abismo, que eu nem imaginaria que existia. Enquanto isso, minha mente resolve me lembrar do sonho que tenho tido desde criança, e que vem me atormentado desde então.

No sonho, eu estou entrando em um museu. O salão está repleto de esculturas de faces masculinas, e de quadros que parecem possuir muitos mistérios. Eu não estou sozinha. Há seis garotos comigos, no entanto, eu não consigo enxergar suas faces.

Eles parecem estar distraídos. Estão conversando e brincando uns com os outros, exceto um deles, um que parecia ser o mais velho entre eles, e que tinha uma espada pendurada em seu cinto. O mesmo está paralisado, olhando atentamente para um dos quadros.

Aproximo-me dele. Ele parecia não perceber a minha presença, na verdade, nenhum deles percebeu; Observo o quadro junto com ele. Na minha visão, parecia demonstrar uma guerra, haviam soldados com roupas brancas e outros com roupas vermelhas, e acima deles, havia uma garota loira lutando contra um homem com cabeça de dragão.

Por algum motivo, aquela imagem mexeu comigo, como se de alguma forma eu fizesse parte daquilo.

Em um piscar de olhos, sou "transportada" para outro lugar. Uma sala menor, completamente vazia, exceto por uma cadeira no seu centro.  Nesta cadeira havia outro homem, ao contrário dos outros o seu rosto não estava borrado. Seu rosto me pareceu familiar... E sua presença me causa embrulhos no estômago, do tipo que dá quando se está apaixonado por alguém.

Após ficarmos por alguns segundos nos observando, em completo silêncio, ele abre a sua boca para dizer algo:

-- Meu sangue, suor, lágrimas, meu corpo, mente, alma, saiba perfeitamente que sou todo seu, é um feitiço que me pune.

*

Desperto lentamente, aparentemente eu finalmente cheguei ao chão. Mas, diante da profundidade daquele buraco, e levando em conta que eu não estou sentindo nenhuma dor, não posso ter certeza de que ainda estou viva.

Apoio-me com um pouco de dificuldade sob os meus braços, e consigo sentar-me. Pude então ter um campo de visão melhor. Aparentemente eu estou em uma floresta, mas não é a mesma floresta por onde eu caí, esta é bem diferente.

Dentro de mim existe o pequeno sentimento de já ter estado aqui antes, mas não consigo pensar em como isso pode ser possível. Minha mente está começando a criar teorias malucas, e muitas perguntas que talvez não possuam respostas estão começando a surgir.

Pergunto-me o que minha mãe pode estar pensando de mim agora. Dos senhores Ascot e do Hamish eu já posso imaginar... Certamente quando eu voltar terei de ouvir horrores;

Levanto-me do chão e começo a caminhar um pouco, na tentativa de encontrar alguém que talvez pudesse me ajudar. Isso se eu não for assassinada no meio do caminho, mas ser assassinada ainda seria considerado justo diante do fato que eu segui um estranho até uma floresta.

-- Ei. Alice. -- Ouço uma voz masculina chamar-me, viro-me rapidamente para encontrar o suposto dono da voz, e deparo-me com o homem que foi o motivo para eu ter vindo parar aqui.

-- Como você sabe o meu nome? E por que estava me seguindo? -- Pergunto, o mesmo demonstrou ficar confuso.

-- Você não se lembra de mim? -- Perguntou ele, aproximando-se de mim.

-- Não. Eu deveria?

-- Você me seguiu até aqui! Eu imaginei que havia se lembrado. Ou você costumar perseguir estranhos pela rua? -- Disse ele, cruzando os seus braços.

-- Eu avisei que ela não é a Alice certa. -- Disse outro homem, surgindo por de trás do que vestia o terno roxo.

-- Não vamos tirar conclusões precipitadas. -- Disse o de terno roxo.

O que havia dito que eu não sou "a Alice certa" ficou me encarando com um olhar extremamente frio e sombrio, este eu já sei que não foi com a minha cara.

-- Ela pode apenas estar esquecida. -- Outro homem aparece por de trás do homem de terno roxo, pergunto-me de onde esses homens estão saindo.

-- Ou ela bateu a cabeça forte demais. -- Disse mais um homem que apareceu do nada.

-- Gente... Eu acho que precisamos levá-la até a pessoa que pode tirar as nossas dúvidas. -- Disse o homem de terno roxo.

-- Vocês só irão ouvir o óbvio. -- Disse o que não gosta nem um pouco de mim.

-- Será que vocês podem parar de decidir a minha vida como se eu não pudesse fazer isso sozinha? -- Digo, todos começaram a me encarar ao mesmo tempo -- Vocês podem ao menos me dizer qual o nome de vocês?

O homem de terno roxo suspira, e então responde:

-- Eu sou o Jungkook, mas de vez em quando me chamam de coelho. -- Respondeu o mesmo.

-- Por quê? Por causa dos seus dentes da frente? -- Pergunto, sentindo-me um pouco confusa.

-- Deixa isso pra depois, acho que você ainda não está preparada. -- Disse ele, mordendo o lábio superior.

-- Eu sou o Hoseok. -- Disse o ruivo, um dos que apareceram do nada por de trás do Jungkook.

-- E eu sou o Taehyung. -- O mesmo se aproximou de mim, puxou a minha mão direita e depositou um beijo.

-- Prazer em conhecê-los. -- Respondi, sentindo-me um pouco hipnotizada pela beleza dos meninos.

-- Aquele alí atrás, que está com cara feia, se chama Seokjin. -- Disse Jungkook, apontando para o referido.

-- Pra você eu já não posso dizer que é um prazer conhecê-lo. -- Disse eu para o Seokjin.

-- O sentimento é recíproco. -- Respondeu ele, descruzando os braços e começando a se afastar de nós. -- Vocês irão vir? -- Gritou ele, quando percebeu que ainda permanesciamos parados.

Os meninos puseram-se a andar. Hoseok e Taehyung pegaram nas minhas mãos, e então começamos a seguir nosso caminho, em direção à suposta pessoa que poderia tirar todas as nossas dúvidas.

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