11- Emma

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Laken Woods - Dias atuais

Minha cabeça parecia prestes a explodir.

Queria ter ficado em casa, em minha cama quentinha e aconchegante.

Eu deveria ter ficado em casa.

Como em todos os anos antes desse, desde que eu tinha sete anos. Mas nãaao. Estava na droga da estrada, indo para a droga da escola.

Minha mãe nunca tinha feito caso sobre isso. Nunca mesmo. Mas naquele dia sim.

Depois de uma hora de discussão, afirmando, dentre muitas coisas, que eu já era grandinha demais para "tolices" como essa - Ela realmente usou essas palavras -, não tive escolha. Fui obrigada a ir para a escola.

Já era o terceiro dia que Laken Woods não via o verdadeiro sol que tínhamos habitualmente. Estranhamente, estava começando a me acostumar. O clima combinava perfeitamente com meu estado de espirito.

A brisa gélida balançava as folhas das árvores e o sol era quase inexistente. Eu estava indo a 60km/h em uma estrada com limite de 50km/h, o que realmente demonstrava que eu não estava lá muito bem.

O que estava havendo comigo? Essa não era eu.

Isso, essa confusão toda não era eu.

Eu sou Emma Blake, nada pode me derrubar.

Repito mentalmente.

Depois em voz alta:

- Eu sou Emma Blake, nada pode me derrubar.

Piso no acelerador. Os ponteiros vermelhos no painel de velocidade tremem como loucos como se me avisassem que estou indo muito rápido agora.

A floresta a cerca da estrada passa rapidamente pela minha janela. Continuo acelerando. Não consigo focar nada que não seja as dezenas de quilometros a minha frente.

Flashes do meu recorrente pesadelo surgem em minha mente.

Quero ir mais rápido. Eu preciso ir mais rápido. Preciso disso. Preciso me sentir no controle novamente.

Meu pé pisa fundo no acelerador até quase chegar na velocidade máxima, acelero sem pensar, mas piso rapidamente no freio quando em meio a neblina da estrada uma figura vermelha aparece a poucos metros do meu carro.

A freada brusca quase faz os pneus derraparem e por alguns instantes sinto o carro deslizar para o lado da estrada como se fosse capotar. O que, felizmente, não acontece.

Quando ele finalmente para estou ofegante e seguro o volante com tanta força que minhas mãos estão vermelhas.

Desnorteada, saio do carro olhando ao redor. Procuro pela figura de vermelho que tinha visto.

Quer dizer, que eu achava ter visto.

Examino a frente do meu conversível. Não há um único arranhão, e na estrada não há nada. Nenhum vestigio se quer do que eu imaginava ter visto. Nada que lembrasse vagamente o tom de vermelho.

Um pouco confusa volto para o carro e fecho a porta rapidamente. Aperto o volante descontroladamente.

Minha respiração irregular faz o vidro ficar embaçado. Me sinto quente como se estivesse ardendo em febre, na verdade, é mais do que isso.

Me inclino um pouco e apoio minha testa sob o volante.

Por alguns minutos fecho os olhos.

Respiro fundo.

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⏰ Última atualização: Jan 31 ⏰

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