Capítulo 7

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Oi, gente!! O que estão achando da estória? Tá ruim, boa? O que vocês menos gostam, o que mais gostam... Quero saber da opinião de vocês <3

***

* Aviso: contém cenas de sexo e nudez. *

Aline nunca se esqueceria do espetáculo do teatro Kabuki. Toda a magia se misturava com a excitação de ter Hyuk sentado a seu lado.

Ele comprara um programa em inglês antes de tomarem seus lugares.

Depois de dar uma olhada no caderninho, Aline chegou à conclusão de que as tramas eram complicadas demais e que pareciam se dividir em cenas isoladas, sem nenhuma relação entre si. Portanto, logo se recostou na poltrona e desistiu de procurar um sentido naquilo tudo. Entregou-se apenas ao prazer visual de observar o palco.

Era tão diferente das peças que já vira! Os artistas usavam trajes longos e elaborados, vermelhos, amarelos e azuis, que se destacavam contra o preto ou o branco. As maquiagens pareciam máscaras espessas e brancas; os lábios escarlates, os olhos enfatizados sombriamente. A peça era entremeada com paixões violentas: amor, ciúme, terror, ódio, vingança. Tudo era maior do que na vida real, representado com tanta emoção que fazia os sentidos vibrarem. O rosto branco do vilão estava manchado de vermelho-sangue, e ele parecia tão mau ao ameaçar a heroína que Aline se agarrou à mão de Hyuk ao se deixar levar pela exibição. As posturas eram exageradas, o melodrama sangrento e a peça reunia uma carga emotiva que ia aos limites do suportável. Rivais lutavam com uma violência horripilante, amantes se separavam, angustiados.

Entre as cenas, havia tiradas cômicas e intervalos de dança, e Aline gostou mais disso que do drama em si. A beleza do balé parecia ser transmitida tanto pelas cores deslumbrantes quanto pelos movimentos dos atores, que balançavam e deslizavam como flores que criassem vida num jardim de sonhos ao som da música metálica tradicional.

— Nunca vi nada parecido. É fantástico! — sussurrou Aline, com os olhos brilhando.

Hyuk pôs o braço ao redor dela e deu-lhe um beijo pouco acima da orelha. Então comentou, com uma expressão travessa:

— Espero que ninguém esteja vendo. Este tipo de comportamento em público não é encorajado por aqui!

Ela riu, imensamente feliz nesse momento em que todos os seus sonhos de ver o Japão tradicional pareciam estar se concretizando. Até esqueceu que pouco tempo antes Adriano Bonsai foi parte importante em seu sonho. Adriano agora pertencia a uma outra vida.

O público estava adorando o espetáculo, entrando no espírito dele. A peça era um sucesso antigo e a platéia reconhecia cada movimento. Todos aplaudiam ruidosamente quando o herói aparecia na frente do palco. Vaiavam o vilão e suspiravam diante do sofrimento da heroína, separada de seu amor verdadeiro pelas maquinações de um pai cruel.

— Ela não é linda? — murmurou Aline, quando a moça caiu de joelhos, com seu traje escarlate e branco esvoaçando, sua tiara larga reluzindo contra os cabelos negros penteados para cima.

— "Ela" é ele. Todos os papéis femininos são representados por homens.

— Não é possível! Eu não acredito! Quer dizer que aquela heroína delicada e frágil é... um homem?

Hyuk riu.

— A igualdade entre os sexos ainda não chegou ao Kabuki.

Aline parou de reparar nisso com o passar do tempo. Não saberia dizer quanto tempo havia se passado, quando Hyuk sugeriu que fossem à sala de espera beber ou comer alguma coisa. As pessoas na platéia pareciam entrar e sair sempre que queriam, e o saguão de espera estava cheio de gente, a maioria de meia-idade, as mulheres vestidas sobriamente com quimonos cinzentos, pretos ou marrons.

Chemistry || Kwon Hyuk (Dean) ||Onde histórias criam vida. Descubra agora