Hyuk pôs a mala em cima da cama, abriu o zíper e anunciou:
— Agora que já resolvemos isso, vamos nos organizar. Como eu disse, vou dormir na sala de estar, mas durante o dia não quero deixar minhas coisas espalhadas por aí. — Atravessou o quarto e abriu a porta branca de deslizar do guarda-roupa. — É de muito bom gosto, não acha? Os japoneses conseguem colocar em tudo seu toque individual. — Apontou para um ramo florido de cerejeira, pintado num canto da porta.
— Sim, realmente — concordou Aline.
Ela pensava em ter seu próprio quarto, mas parecia que Hyuk ia entrar e sair a toda hora, sempre que precisasse de uma camisa limpa ou de outro lenço.
Ele olhou em sua direção e tirou a camisa de malha da mala, tentando pendurá-la num cabide, até que Aline não aguentou mais.
— Espere, deixe que eu faço isso. — Tomou-lhe a blusa, dobrou-a e guardou-a na gaveta. —Não se devem pendurar roupas de malha em cabides. Ficam deformadas.
Ele fez uma careta.
— Como eu iria saber disso? Nunca tive uma esposa para me ensinar essas sutilezas. Acho melhor você guardar o resto de minhas coisas. — Então tirou os sapatos e acomodou-se na cama, cruzando as pernas.
Aline olhou-o com frieza.
— Isso é uma ordem... senhor?
Ele riu.
— Sim, é.
Com os lábios apertados, Aline começou a obedecê-lo. Supunha que esse podia ser considerado um trabalho pessoal de uma secretária, mas como não havia sido treinada para a função, não sabia ao certo.
A capacidade de organização de Hyuk certamente não se estendia ao modo como ele arrumava malas. As camisas estavam enroladas em vez de dobradas, os sapatos empilhados em cima de tudo, meias e lenços enfiados dentro deles. Os produtos de barbear encontravam-se no meio de várias cuecas de algodão. Não havia nenhum sinal de pijamas. Aline sentiu o rosto esquentar ao rilhar os dentes e terminar de guardar tudo, arrumando as escovas na cômoda e os artigos de higiene na prateleira do pequeno banheiro. “Isso não é direito”, pensou, ressentida; ele não devia esperar que ela fizesse esse trabalho tão... tão íntimo. Para piorar, ficava esparramado na cama, olhando-a com um sorriso divertido. Fechando a gaveta com força desnecessária, ela falou:
— Pronto. Terminei.
— Excelente. Fez tudo muito bem. Será uma ótima esposa para algum felizardo.
— Obrigada. — Ela abriu o zíper de sua própria mala bruscamente. — Como não tenho intenção de me casar tão cedo, se é que vou me casar, não me preocupo com isso, e se me casar não será com uma pessoa que pensa que essas sutilezas sejam somente relacionadas às mulheres.
— É mesmo? Pois me surpreende. Só queria ver como reagiria ao meu comentário, e se iria defender seu lugar. — Ele fez uma pausa. — Você... ahh... nunca se casou?
— Não. Pensei que já soubesse disso, uma vez que examinou minha ficha pessoal no escritório antes de resolver me trazer como sua secretária pessoal. — Virou-se e encostou na cômoda. — Por falar nisso, por que me trouxe exatamente? Por que não uma secretária de verdade... a sua, ou uma das moças do escritório geral?
— Quer mesmo saber?
— Sim, quero. Ainda não entendo que utilidade eu possa ter para você.
Ele sorriu; um sorriso maroto e sensual. Nunca lhe sorriu desse jeito e pegou-a de surpresa. Ela sentiu um calor estranho na região do ventre.
— Sou capaz de pensar um monte de utilidades que você pode ter para mim. Numa viagem de negócios nem tudo é trabalho, e é sempre agradável ter uma acompanhante atraente. E nenhuma chega a seus pés em matéria de beleza.
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Chemistry || Kwon Hyuk (Dean) ||
Fanfic* SHORT FIC * Aline ficou surpresa quando foi convidada a participar da equipe de trabalho que iria ao Japão. Sempre sonhou em conhecer aquela terra cheia de mistérios, com suas belas paisagens e jardins maravilhosos. Só não podia esperar que naquel...