V - Vitor

38 8 28
                                    

Sabe quando você está tendo uma noite ótima? Quando consegue esquecer todos os seus problemas e defeitos? Pois é essa era a minha noite, mas tudo começou a ir de mal a pior a partir da hora em que Kadu e Luís se beijaram.

Ciúmes? Não, imagina. Não se pode ter ciúmes do que não é seu, do que nunca foi...

Então, ouvimos um barulho de vidro quebrando e um cofre arrombado e vazio.

Vazio como meu coração, vazio como minha alma e logo depois um incêndio que ardia como minha ira em ascensão.

A mansão estava em chamas e todos íamos morrer, Luís desceu Dadi, Iasmin e Kadu pelas escadas em chamas.

Então ficamos só eu e ele no andar de cima, procurando alguma maneira de sobreviver a aquela desgraça que nos assolava.

- O que vamos fazer agora? - Perguntei tentando esconder meu medo.

- Eu não sei - Luís falou em desespero - Não podemos descer pelas escadas, Elas quebraram de vez!

- Não tem aceso ao telhado aqui? - Perguntei tendo uma ideia não tão brilhante.

- Tem pelo sótão, mas por quê? - Ele perguntou se acalmando mais - No que está pensando em fazer?

- Quando chegarmos lá eu te mostro - Falei puxando ele pela mão.

Fomos desviando dos destroços em chamas que caíam em todas as direções, até que chegamos na entrada para o sótão.

- Vamos entrar! - Fui empurrando Luís para dentro.

- Dá pra você me explicar a loucura que anda na sua cabeça? - Ele já estava ficando nervoso de novo.

- Só sobe, tá bom? - Fui subindo logo atrás dele.

Chegamos finalmente no telhado, sabia que se quisesse executar minha ideia tinha que ser rápido.

Procurei um lugar no qual fosse possível pular do telhado até a piscina.

- A sua piscina é funda, Luís? - Perguntei.

- Um pouco, mas pra quê... - Ele fez uma cara de assutado - Você não tá pensando em pular né?

- Nem com impulso autônomo seria possível chegar na piscina - Falei - Eu vou empurrar você até lá!

- Mas e você?! - Ele perguntou preocupado - Não vou te deixar pra morrer!

Fui levando Luís para a ponta do telhado.

- Você não tem escolha - Beijei-o, logo em seguida o empurrei para a piscina.

Vi que ele sobreviveu a queda, só estava um pouco encharcado.

Essa foi a última cena que vi antes da mansão desabar, me levando junto.

Buceya - Uma História Diferente (BUHD)Onde histórias criam vida. Descubra agora