XI - O dia seguinte

29 5 2
                                    

PONTO DE VISTA ANTÔNIA

Foi uma noite em tanto, dormimos no escuro com dois malucos ao nosso lado, tudo isso enquanto tentávamos absorver as informações. Então, Mr.Smile tinha as pessoas "ruins" como alvos? Mas, se eram apenas os estudantes da universidade, por que ele decidiu ir atrás de Carrot e Jason? Haviam coisas que não se encaixavam na história que eles tinham contado.

Quando acordamos era por volta das 7 da manhã, as aulas haviam sido suspensas pelos dois assassinatos. Não tínhamos nada a fazer se não buscar respostas, então eu, Alan, Vitor e Iasmin decidimos que tínhamos que fazer algo.

- Então, o que fazemos agora? - Perguntei - Aonde vamos buscar respostas?

- O único lugar que espalha conhecimento nesse lugar - Vitor falou olhando pela janela - A biblioteca!

- Ah, claro! como se a biblioteca fosse ter algo sobre um assassino que agiu aqui! - Iasmin falou rindo.

- Claro que não, pelo menos não nas prateleiras - Alan completou o raciocínio de Vitor - Temos que entrar na sala de arquivos que fica lá dentro.

Eles tinham razão, precisávamos saber se isso já havia acontecido antes e a razão de ter acontecido. Fomos de carro até a biblioteca, quando entramos devia ter umas 10 pessoas lá dentro, aparentemente o louco que estava a solta fez com que as pessoas tivessem medo de sair de seus dormitórios.

- Então, como vamos entrar? - Perguntei, batendo a porta do carro.

- Vamos pegar alguns livros para o segurança da sala pensar que estamos distraídos - Vitor falou - Iasmin vai começar a jogar os livros no chão e levar ele para longe da porta, aí nós entramos.

- Por quê eu? - Iasmin perguntou, indignada.

- Você é a mais rápida de nós, também vai saber o que fazer se ele te alcançar - Alan falou em meio a risadas.

E assim seguiu o plano, eu peguei o livro "E não sobrou nenhum" de Agatha Christie, Vitor e Alan estavam lendo livros que eu não conseguia identificar, mas tinha quase certeza que era Harry Potter.

- Essa merda de lugar não tem um livro que preste - Ouvi uma voz gritando, quando olhei percebi que era Iasmin, nos pés dela haviam cerca de dez livros espalhados.

Não consegui ouvir direito o que o segurança disse, mas pela expressão dele parecia uma mistura de raiva com vergonha. Quando ele saiu correndo atrás de Iasmin, entramos na sala de registros. Era uma sala enorme, cheia de gavetas classificadas por letras.

- Como vamos achar algo aqui? - Perguntei - Vamos passar o dia inteiro procurando!

Vitor entregou para mim e Alan um papel, nele estavam escritos alguns nomes.

- Tentem procurar por estes assuntos - Vitor falou indo em direção a alguma gaveta.

Procurei em cerca de dez gavetas e não achei nada, quando vi só havia sobrado um assunto para procurar: casa OPS. Folheei várias pastas até chegar nela, era um pouco pesada devia ter cerca de 200 páginas.

- Gente, achei alguma coisa - Falei.

Coloquei a pasta em cima de uma mesa que ficava no centro da sala, comecei a passar várias páginas até que encontramos algo, uma manchete de 20 anos atrás: "Garota vítima de bullying provoca incêndio em fraternidade".

- Você acha que... - Vitor falou, sem terminar a frase.

- Se isso tiver alguma ligação com o que está acontecendo agora, só uma pessoa pode nos confirmar isso - Falei.

- Lucy Bevan, a diretora - Alan completou.

PONTO DE VISTA IASMIN

Eu esperava que fosse ser convidada a entrar na sala de registros com eles, mas não, eu tive que brigar com um segurança e correr por uns cinco minutos. Pelo menos deu tempo pra que a bonitona aqui pudesse comprar um capuccino e encontrasse os outros na porta da biblioteca depois.

- Onde você estava? - Antônia perguntou, atônita.

- O que aconteceu pra vocês estarem assim? - Perguntei tomando um pouco do líquido no copo - Viram um fantasma por acaso?

- Não, mas provavelmente temos algo importante em nossas mãos - Alan falou ligando o carro.

Enquanto Alan dirigia até o centro do Campus (onde ficava a sala da diretora), Antônia me explicou tudo: que uma garota incendiou a casa Ops em 1998, que a garota e a presidente da casa Ops na época não conseguiram escapar da casa, que apenas o corpo da Presidente foi encontrado e que depois desse incêndio os assassinatos começaram a aparecer.

- Então você acha que alguém que conhecia a garota... - Fiz uma pausa - Como era o nome dela mesmo?

- Charlotte - Antônia completa.

- Certo, então você acha que alguém que conhece a Charlotte está se vingando de pessoas como as que tornaram a vida dela um inferno? - Arqueei a sobrancelha - Tipo uma vingança sem fim, para que as pessoas sejam melhores?

- É mais ou menos esse raciocínio, somente pessoas que faziam coisas politicamente erradas morriam - Vitor falou do banco da frente - Deve estar sendo seguido o mesmo raciocínio nos dias de hoje.

Chegamos no prédio principal e nos dirigimos logo até a sala de Bevan, ela estava tomando alguma coisa em uma caneca bonitinha.

- Olá, deviam bater na porta antes de entrar sabia? - Ela perguntou surpresa por estarmos lá.

- Temos algo importante para falar com a senhora - Antônia falou jogando a pasta na mesa dela - Precisamos que conte tudo o que aconteceu na casa OPS em 1998.

Bevan havia ficado pálida e nos encarava como se fossemos bater nela, ela largou a caneca sobre a mesa e se virou de costas para nós.

- Isso foi a muito tempo... - Havia algo em sua voz, como se estivesse triste - Charlotte era oprimida por todas as garotas daquela casa, ela aguentava tudo calada...

Nós quatro nos entreolhamos, tínhamos um sentimento sobre o que aconteceu em 1998.

- Ela não conseguia mais aguentar aquilo, ela ateou fogo a casa enquanto todas as meninas dormiam - Bevan fez uma pausa - Ela sumiu pra sempre, algumas meninas dizem que ela foi para o porão, mas a casa acabou desabando...

- É só isso? - Perguntei - É tudo o que tem para falar?

- Sim - Bevan falou, ainda sem olhar para a gente.

- Obrigado por nos ajudar, faremos de tudo pra trazer paz a este lugar - Vitor falou, então fomos embora em direção a casa OPS.

Demorou uns quinze minutos até chegarmos, quando entramos Madame Sophie estava lá dentro.

- Madame Sophie? - Perguntei confusa - O que faz aqui?

Quando ela olhou para Vitor entrou em pânico, começou a falar para ele subir e que deveria ter muito cuidado.

- Gente, alguém pode explicar o que está acontecendo? - Alan perguntou impaciente.

- Madame Sophie teve uma visão - Ariadne falou - Ela viu Vitor morrer.

Eu e Antônia engolimos em seco, quando olhamos para trás vimos Alan desmaiar.

- Ah, merda - Vitor falou tentando ajudar ele a acordar.

Foi então que ouvimos um barulho de algo caindo do andar de cima até a sala onde estávamos, quando olhamos vimos que era uma esfera cheia de pregos, mas a ponta deles estava virada para o lado de fora.

- Mas, o que é iss... - Tentei falar, mas fui interrompida quando a esfera explodiu.

Me abaixei no chão e apenas fechei os olhos.

Demorei uns 5 minutos até criar coragem para abri-los novamente, quando olhei Madame Sophie estava no chão com pregos no rosto e garganta; Vitor sangrava com um prego no peito e Bea estava com alguns pregos no braço.

Vitor caiu no chão.

Buceya - Uma História Diferente (BUHD)Onde histórias criam vida. Descubra agora