Para mim seus olhosSão como os de um demônio
Ela caminha sinuosamente
Como uma gata
Parecia ter saído do fundo do mar
Ou ser algum tipo de fada
Ela é deus e o demônio ao mesmo tempo
Sem nem precisar ser uma mulher formada
No entanto, em mim não há nada que se equipara
Aquela beleza de renascença
E ela todos os dias sai com os mortos
Enquanto eu chupo meu dedo
Talvez se eu também fosse um demônio como ela
Eu chamasse alguma atenção
Mas me comparo a anjos caídos e goblins
E não tenho o direito de adentrar as gloriosas florestas
Que ela habita
Mesmo assim ela sai com os mortos
E se comporta como eles
Talvez ela não saiba disso
Enquanto fica de quatro trancada em sua alta torre
De janelas abertas
Para que eu veja
Seu contorcionismo demoníaco
E enlouqueça
caindo em uma rua de chumbo
Chorando,feito um poste incapaz de se mover
Que nas rachaduras das sobrancelhas de concreto
A eletricidade da vida morre
Mas ainda há vida onde há sofrimento
Com certeza ela nunca sofreu nem lamentou
Isso é coisa apenas para seres como eu sem nada de místico
Sem eletricidade no olhar.
-Vitor De Abreu Caetano
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Um homem patético
Poetry"Um homem patético " é um livro que explora toda a insegurança que sinto como um homem e também a minha visão pessimista do nosso mundo.Com um teor ácido e metafórico,às vezes fantasioso,esse livro é um passeio de montanha russa por entre as nuances...