sete

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[sete] "me parece bem"


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Pov. Liam

"Já não me lembrava do quanto gostava de ver isso!" Gargalho, limpando uma lágrima do canto do meu olho.

"Friends é a melhor série de sempre." Theo gargalha comigo, respirando fundo. "O que quer jantar?"

"Há massa?" Questiono, olhando para a cozinha.

"Acho que sim." Ele se levanta, caminhando até à mesma.

O toque do meu celular faz-me pegar nele, atendendo a chamada do Kyle.

"Estou?" Sorrio, observando o Theo pegando num saco de massa.

"Liam?" O meu colega de trabalho chama. "Era só para saber como estava."

"Podia ter mandado uma mensagem. Estou na Inglaterra, está gastando mais dinheiro."

"Não faz mal. Eu só queria mesmo falar contigo."

O meu marido olha para mim, confuso, e me pergunta com quem estou falando. Gesticulo "Kyle" com os lábios e logo o vejo revirar os olhos.

"Como foi o seu dia?" Kyle questiona e eu me mexo desconfortavelmente, ainda que ele não me consiga ver.

O Kyle tem andado muito em cima de mim, nos últimos dias, e me ligar para me perguntar como foi o meu dia é um pouco demais. Ele podia, simplesmente, ter mandado uma mensagem. Ele sabe que eu sou casado e parece que faz isso de propósito. Ainda por cima, ele conhece o Theo e eles não são os melhores amigos.

O Theo me pede para colocar a chamada em alta voz e eu assim o faço. "Estive a ver Friends com o Theo."

"Oh, eu adoro essa série!" O meu colega de trabalho exclama, do outro lado da linha. "Podia vir a minha casa, um dia, e podíamos ver!"

O corpo do Theo se aproxima de mim e ele agarra o meu celular, me fazendo olhar para ele, confuso. "Não acha que já está exagerando, puto? O Liam já tem alguém para brincar ao papás com ele. E esse alguém sou eu."

"Theo." Murmuro, tentando acalmá-lo.

O seu olhar se pousa em mim, por segundos, mas ele logo o desvia para a parede.

"Theo, eu não queria me intrometer-"

"Queria sim. Você sabe muito bem que eu e o Liam temos uma relação." O meu marido interrompe-o, me fazendo revirar os olhos.

"Já chega." Afirmo, pegando no meu celular e desligando a chamada. "Não acha que foi rude demais?"

"Oh... Eu fui rude demais?!" Theo resmunga; o seu olhar acabando por se fixar no meu. "Ele é um chato!"

"Isso não te dá o direito de tratar assim um dos meus amigos!" Exclamo, me levantando.

"Você nem sequer gosta dele! Eu sei que ele andou tentando sair contigo desde que voltou para casa dos seus pais! E você só aceitou para ele se calar!" Suspira. "Tem que aprender a saber dizer 'não,' quando não quer fazer algo!"

Engulo em seco, desviando o olhar até aos meus pés, sem saber o que dizer. Ele tem razão; mas eu não quero dar-lhe.

"Não o negue-"

"Eu não o vou negar." Corto-o. "Tem razão. Mas isso não é motivo para ser rude com ele. Eu posso não gostar dele dessa maneira, mas ele é uma boa companhia."

"Uma melhor companhia do que eu?"

O meu olhar sobe até ao seu rosto, encontrando-o com uma expressão triste. Eu e o Theo não costumamos discutir e tenho de admitir que, quando isso acontece, eu também fico desanimado.

"Você me irrita tanto, sabe?" Questiono, suspirando.

Me aproximo dele e pouso as minhas mãos no seu peito, fazendo-o sentar-se no sofá. Me apresso a sentar-me no seu colo, com uma perna de cada lado das suas.

"O seu cabelo me irrita. Os seus olhos me irritam. As suas orelhas me irritam. Os seus lábios me irritam. Até o seu nariz me irrita!" Respiro fundo, pousando as minhas mãos no seu rosto. "Eu fico tão irritado quando discutimos e ainda fico mais irritado quando se põe lendo aquele seu livro e me deixa olhando para as moscas!" Um sorriso nasce nos seus lábios e eu não consigo conter o meu próprio sorriso. "E esse seu sorriso... Ele me irrita tanto! Eu não consigo olhar para ele sem sorrir também! Você é a pessoa mais irritante do mundo. E o que mais me irrita... É que eu estou completamente apaixonado por você."

Os seus olhos param por uns momentos, apenas olhando para os meus. Suspiro, preparado para continuar o meu discurso, mas os lábios do meu marido atacam os meus, acabando por me fazer cair para trás no sofá.

Consigo sentir as borboletas a voarem de um lado para o outro na minha barriga e o meu corpo não passa de um amontoado de arrepios. As minhas mãos sobem até aos seus cabelos irritantes e os nossos corpos rapidamente se entrelaçam num nó que vai ser difícil de desfazer.

Beijos começam a ser espalhados pelo meu queixo e eu não consigo segurar um pequeno gemido. As mãos do Theo deslizam para dentro da minha camisa, mas eu peço-lhe para parar.

"Por favor, me diz que não estás com o período." Ele pede, observando o meu rosto. "Ainda não fizemos nada e eu já estou todo... você sabe o que eu quero dizer!"

Nego com a cabeça, gargalhando, e me estico até à mesa de centro para agarrar o meu celular. Desligo-o e me apresso a atirá-lo para trás.

"Não quero que ninguém nos interrompa." Murmuro, rolando no sofá e ficando por cima dele.

"Desliga o meu também." Theo pede.

Assinto, me esticando para chegar ao seu celular, que estava ao lado do meu, e desligo-o rapidamente. As suas mãos são rápidas a retirarem-no das minhas e a atirarem-no para o lado.

Os nossos lábios voltam a juntar-se, atrapalhadamente, e ele leva as suas mãos até ao primeiro botão da sua camisa que eu estava usando. O meu marido volta a virar-nos no sofá, baixando os seus beijos até ao meu peito. A minha camisa rapidamente voa até a outro lado qualquer da divisão e a minha camisa é a seguir.

Atrapalhadamente, o Theo retira a sua T-shirt, atirando-a para o chão. As borboletas na minha barriga multiplicam-se milhões e milhões de vezes, assim que os nossos lábios se voltam a tocar. Um gemido escapa-me, quando as suas mãos tentam retirar os meu shorts de pijama.

"Tanta roupa." O Theo geme, atirando-os para trás.

"Tanta roupa? Lá fora está muito mais frio!" Resmungo, gargalhado. "A casa é que está quente!"

"Detesto o frio." Resmunga também.

"Me deixa te aquecer, então." Murmuro, segurando o seu pescoço e puxando-o para mim.

Rapidamente, estamos no meio de um novo beijo. Agarro a beira dos seus boxers, mas o meu marido logo me pára.

"Não." Sussurra. "Não agora."

Os seus lábios colam-se ao meu ombro. E um suspiro escapa pelos meus.

"Nós só estivemos separados por uns dias, mas esses dias chegaram para me fazer ficar com tantas saudades suas que eu nem o consigo pôr em palavras. E não há nada que eu queira mais, neste momento, do que fazer amor contigo," Os seus beijos descem até à minha clavícula. "Mas, primeiro, eu quero beijar cada pedacinho do seu corpo. Depois disso, podemos fazer amor a noite toda." Os seus olhos se fixam nos meus e um sorriso toma os seus lábios. "O que te parece?"

Gargalho, abanando a cabeça em divertimento. "Me parece bem."

Me parece muito bem.

marry you 2 • Thiam version • (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora