Capítulo 09

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Notas da autora: Oi oi amores, saudades? Eu estava e bom, vim aqui pra pedir desculpas. Sei que demorei demais, mas é que eu fiquei sem criatividade e eu sempre tento publicar um capítulo novoquando tenho outro pra reserva, ou seja, publiquei esse hoje porque escrevi o capítulo 10, e só vou publicar o 10 quando tiver escrito o 11 e assim  vai, então espero muito que vocês tenham paciência comigo. Obrigada por estarem acompanhando a fanfic, beijo beijo de unicórnios!

    
Peguei um táxi para ir até a casa de Naomi, mesmo sabendo que Tony tinha vários carros e um motorista particular eu preferia ir mais na simplicidade até a minha antiga casa, porque sabia o tanto que ela iria falar na minha cabeça se visse, ou ao menos pensasse que estou "mudando" por causa da quantia muito boa que agora tenho por ser uma Stark. Além disso, Tony teve a bondade de deixar um pequeno masso de dinheiro para mim, isso estava me ajudando com as minhas voltas de táxi.
    
Suspirei fundo quando o motorista parou em frente a minha antiga casa, porque na verdade eu já sabia, sentia, que aquela visita traria brigas, mas eu não iria mais conseguir ficar ouvindo Tony reclamando; Naomi tinha que parar. Paguei o táxi e acenei pro motorista enquanto ele se afastava, estava tentando buscar coragem para ir até a porta e tocar a campainha, mas não precisei já que Naomi praticamente pulou da porta quando ouviu o barulho do carro se afastando.
    
- Pensei que Tony te traria. - ela disse, balançando o corpo.
    
- Não, ainda prefiro ser discreta e além disso, Tony tem um mundo pra salvar, me trazer até aqui é o que menos importa pra mim.
    
- Você está começando a falar como eles. É o que menos importa pra mim. - ela repetiu, os olhos fixos em mim.
    
- Não vejo problemas nisso, somos pai e filha, tem que ter alguma semelhança. - dei de ombros em desdém, mas sabia que o ponto dela seria falar mal de Anthony.
    
- E comigo, Sabine? Não importa ter alguma semelhança comigo?
    
Puxei o rabo de cavalo pra frente, indicando que aquela era a nossa semelhança entre muitas outras, ela apenas suspirou como se aquilo não bastasse.
    
- Naomi, é o seguinte, vim te fazer uma visita descente e normal; não quero brigas, mas se você começar a falar mal de Anthony, sinto muito, mas vou estar pegando meu rumo e voltando pra ele.
    
- Então é assim? Você já está o protegendo? - ela indagou. A certeza que eu teria de sair dali o mais rápido possível estava vindo sem demora.
    
- É Naomi, eu estou o protegendo. Por que você simplesmente não pode estender que ele é meu pai e que é isso que filhas normais fazem, os protegem? Agora eu tenho um pai de verdade e não um suposto padrasto que simplesmente se suicidou ao invés de ficar comigo e com você. Me desculpe se você não queria ouvir isso, mas eu estou feliz com Tony. Eu queria que a gente parecesse de brigar, mas você simplesmente não consegue parar de ferrar com o nome Stark. O que você queria Naomi? Que fôssemos uma família feliz? Que você fosse casada com ele? Isso te deixaria satisfeita? Por favor, pare com isso, Tony já me contou o motivo de ter escolhido te esquecer. Você vive queimando as pessoas ao seu redor, Naomi.
    
- Ele é o seu pai, eu sei, Sabine! Mas eu sou sua mãe, você já percebeu isso ou a partir do momento que você foi morar com aquele playboy metido a besta você se esqueceu? É, é isso que está parecendo, você simplesmente se esqueceu que eu sou sua mãe. Está trocando um cuidado de dezoito anos por um cuidado de dois dias, nunca pensei que faria isso.
    
- Eu não me esqueci, Naomi! Simplesmente optei por parar de me queimar com você. Já percebeu quantas vezes você colocou a culpa nas minhas costas só pelo simples fato de não ter mais o Edgar aqui com você? Então, eu fiquei cansada disso, cansada de me queimar com um fogo que eu ao menos brincava. Sabe qual é a melhor parte de morar com Anthony? É o fato de que nesses dois dias ele nunca me queimou e provavelmente nunca vai, mas tudo bem se um dia ele me queimar, por que o que é um dedo queimado perto de várias queimaduras de primeiro e segundo grau?
    
- Claro que ele nunca vai te queimar, porque Antony Stark é gelo, não tem sentimentos. Tudo bem, aproveite sua estadia com o seu lendário pai, Anthony Stark, mas lembre-se quando ele começar a te comprar com presentes pra disfarçar a falta de carinho e atenção, Anthony é gelo.
    
- Melhor um gelo que se pode derreter do que um fogo ardente que nunca se apaga. - eu disse firme, mordendo os lábios para me controlar. Aquela era a hora, a hora de dar as costas a Naomi e voltar para o meu novo "lar". - Até mais, Naomi, e por favor pare de ligar para Tony, você já sabe que eu estou bem, não estou me queimando.
    
- Você está virando gelo.
    
- Prefiro congelar do que queimar as pessoas que eu amo. E isso não é uma opção, é uma escolha.
    
Dei as costas a ela e saí andando o mais rápido possível, a cabeça explodindo, o rosto quente, eu não voltaria para a torre, não agora, eu preferia andar e descontrair do que acabar ferindo pessoas que não tinham nada haver com os meus problemas com Naomi. Andei sem rumo, variando entre passos rápidos e lentos, na verdade, pensei que eu estava sem rumo, mas eu acabei parando na ponte de Brooklyn. Parece que tudo me levava a aquela ponte, boas e más lembranças, tudo me levava a ela.
    
Me encostei na coluna, os olhos fixos na imensidão de água, eu batia a cabeça levemente contra a coluna e as vezes mais forte quando me lembrava de como minha vida mudou inesperadamente e agora estava toda aquela bagunça; uma richa entre Tony e Naomi, eu tentava ficar no meio, mas sem perceber acabava indo para o lado do Stark, me parecia o lado certo, o sem brigas. Ouvi um barulho entre as colunas, dei uma olhada rápida para cima e sorri quando vi o "Homem-Aranha" tentando se esconder ao máximo de mim. Pobre rapaz, mal sabe que já sei quem ele era, pois hoje saberia, é, hoje eu conheceria o Homem-Aranha pessoalmente.
    
Subi na beirada da ponte, me segurando em uma das colunas e me balançando levemente em uma ameaça de me jogar.
    
- Ah! A vida não faz mais sentindo para mim. Está sim é minha solução, acabar com ela. - aquele draminha básico.
     
Olhei para os lados e nada de Homem-Aranha, acho que sou uma péssima atriz, ou ele era um péssimo herói em questão de resgate suicida, não precisei dar uma de drama para o Loki bancar o maluco herói. Eu sabia que ele estava ali escondido, esperando para que eu me jogasse de uma vez da ponte, talvez ele fosse louco como Loki, e pobre Homem-Aranha, mal sabia que eu não bato bem da cabeça e tinha coragem de fazer de tudo para tirar aquela máscara dele.
    
Contei até cinco mentalmente - meu número da sorte - e conversei comigo mesma dizendo que tudo iria ficar bem e que ele, Peter, como um bom amigo da vizinhança e herói me salvaria, e se não salvasse todos saberiam que provavelmente eu morri pela minha loucura o que eu tinha certeza que acabaria me matando. Respirei fundo e repeti na minha cabeça que eu era louca, e sem mais e nem menos, me afastei da beirada, peguei impulso e corri me jogando da ponte. Fechei os meus olhos e gritei enquanto sentia meu corpo caindo daquela altura. Algo agarrou minha cintura  e começamos a balançar no ar, quando abri os olhos ainda com a respiração falha  tive a certeza que Peter Parker era um ótimo amigo da vizinhança.
    
Agora que aquele pequeno momento de pavor tinha passado e eu estava nos braços do Homem-Aranha, não demorei mais nem um segundo olhando para aquela máscara, antes mesmo que ele percebesse o que eu iria fazer, arranquei a máscara dele e admirei a expressão surpresa de Peter Parker.
    
- Olá Peter Parker. - sorri irônica. - Você realmente é um ótimo amigo da vizinhança.
    
- Aí mano! Não acredito que você fez isso. - resmungou. - Era um segredo, moça, S. E. G. R. E. D. O.
    
- Não é mais, pelo menos pra mim não. - dei de ombros. - Vamos ficar assim pendurados, Peter?
    
- Além da gente salvar, ainda arranca a nossa máscara e é exigente.  - resmungou Peter, lançando mais uma teia e nos levando para a beirada. - Você é louca?
    
- Você pergunta isso pra todo mundo que tenta se suicidar? - falei e ele se afastou dando de ombros.
    
- Não, porque ninguém nunca tentou se jogar da ponte de Brooklyn enquanto eu estava perto, e nem tirou minha máscara. - choramingou mais uma vez, revirei os olhos.
    
- Eu já sabia que era você Peter! Me contaram. - exclamo. - Para de resmungar, parece um velho, parece o meu pai. - resmungo. - Eu só queria te conhecer pessoalmente e não podia simplesmente chegar em você e falar "Ah, oi, tudo bem? Tô ligada que você é o Homem-Aranha, aproveitei essa oportunidade pra te conhecer pessoalmente, mas olha se preocupa não que esse será o nosso segredinho".
    
Ele fica calado, nós dois sabíamos que eu estava certa, talvez nem tanto porque não é muito educado arrancar a máscara de alguém que está te salvando, mas basicamente eu estava certa.
    
- Vai manter em segredo que eu sou o Homem-Aranha ou vai sair espalhando minha verdadeira identidade? - perguntou, após alguns segundos de silêncio.
    
- E eu lá tenho tempo de ficar espalhando sua verdadeira identidade? É óbvio que vou manter segredo. Sua identidade está segura comigo, Peter Parker. - eu disse jogando sua máscara de volta para ele e por instante pensei que ela cairia da ponte.
   
- Obrigado. - ele disse mexendo na máscara.
   
- Obrigada por me salvar. - falei e sorri pra ele que balançou a cabeça negativamente.
    
- Eu basicamente não te salvei já que seu pulo da ponte foi de propósito só pra tirar minha máscara e descobrir minha identidade. - ele deu de ombros.
    
- Você poderia ter me deixado cair do mesmo jeito. - falei e lhe dei as costas.
     
- Um verdadeiro herói nunca deixaria isso acontecer. - ele fala orgulhoso de si mesmo.
    
- Humm... Chegou a parte do convencimento. - ri e balancei a cabeça. - Tchau, a gente se esbarra por aí.
    
- Espero que não seja outra vez você tentando se jogar da ponte. - ele disse e eu ouvi quando uma teia foi lançada para uma das colunas o levando junto.
    
- Quem sabe? - eu disse rindo e falando pra mim mesma.

    
Quando cheguei na torre, todos estavam na sala - menos a Natasha e o Bruce pra falar a verdade - e Tony andava de um lado para o outro como se tivesse perdido alguma coisa muito importante e que precisava achar imediatamente. Ele parou ao me ver e deu um  suspiro aliviado, mas antes mesmo dele falar alguma coisa Alyssa o interrompeu.
    
- Oh Sabine, eu sei que é chato e tals, mas por favor fala pro caduco do seu pai a onde você vai. Ele quase ficou louco atrás de você e quase nos deixou loucos, Kristen que deu uma acalmada nesse biruta. - ela disse bufando.
    
Olhei de Alyssa para Anthony e cruzei os braços o encarando. Acho que ele realmente estava ficando caduco já que ele mesmo me mandou para Naomi.
    
- Ué, Anthony. Eu estava na Naomi, você mesmo me mandou ir lá.
    
- Não, não, você não estava na Naomi a mais ou menos, uma hora. - ele disse cruzando os braços também. - Naomi me ligou dizendo que vocês tiveram uma briga e que você saiu praticamente correndo de lá. Ela queria saber se já tinha chegado aqui e olha a hora que você foi chegar. Quer me deixar louco, Sabine?
     
- E nós todos juntos. - resmungou Steve.
     
- Olha Tony, eu sei que você está tentando ser um ótimo pai e tentando cuidar de mim, mas essa preocupação toda é desnecessária, eu tenho dezoito anos e todo esse cuidado vai acabar me sufocando.
    
- Claro que não é desnecessário. - retrucou Tony.
    
- É claro que sim.
    
- Você não entende que está em perigo, Eyra vai vir pra cá a qualquer hora.
    
- Não me venha com esse papinho pra criança dormir, Eyra nunca vai vir pra cá porque eles nos desprezam.
    
- É claro que ela vai.
    
- Não, não vai.
    
- Vai porque tem uma profecia dizendo que ela virá, então para de me retrucar Sabine! - berrou Anthony.
     
Kristen se levantou do sofá em um pulo, todo mundo nos olhavam, nem tinha percebido que eu tinha feito escândalo.
     
- Gente, tudo bem, tudo bem... A Sabine já está em casa agora, não tem com o que se preocupar. - ela disse dando um sorriso amarelo. - Só nos diga a onde você estava pro seu pai sossegar.
    
- Eu estava na ponte de Brooklyn. - contei.
    
- De novo lá? Vai acabar se matando lá. - resmungou Tony emburrado.
    
- Ou... Vai acabar encontrando o amor da sua vida lá. - disparou Alyssa, sorrindo.
    
Dei de ombros e sai andando em direção ao corredor, precisava de um banho e algumas belas horas de sono.
     
- Encontrei o Homem-Aranha lá, ou melhor, o Peter Parker. - anunciei antes de entrar no meu quarto.

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