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25 de agosto de 1942

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25 de agosto de 1942

Dulce, dentre corpos feridos, poças de sangue estampadas no chão, eu estou aqui, preservando a minha vida, sempre de olhos bem abertos e munição carregada, estou atento a qualquer movimento.

Sinto falta dos teus beijos demorados, das suas manias, da nossa simplicidade, do nosso lar e de nossas flores que juntos cuidávamos. Atualmente, tudo virou lembrança em mim.

Eu não vejo o dia de tudo isso acabar, quem for correto ganhar a vitória, o que é errado chorar a derrota e nós retornarmos a nossa história. Quero-te de volta, do jeito que antes era.

Saudades, minha Dulce.
De quem ama-te muito, Amani.


12 de março de 1943

Sinto a tua falta, Amani. Queria que tudo acabasse logo e você voltasse para mim.

Ainda cuido das nossas flores e lembro de ti todos os dias. Viver aqui, neste simples lar, me traz muitas memórias de nós dois juntos.

Já se passou muito tempo, sinto uma grande angústia que me faz chorar nos momentos de fraqueza.

Por favor, não deixe de me escrever, desejo paz e força para você enfrentar tudo o que está por vir. Saudades, meu Amani.

Eternamente amo-te.
Da sua querida, Dulce.


15 de abril de 1945

Dulce, tudo pode acontecer, se eu não voltar saiba que eu ainda te amo, a nossa história é eterna.

Mesmo que o dia estiver cinza, lembra-se de mim, porque eu quero ser apenas a paz que circunda pela tua alma e pelo teu coração.

Quero ser a lembrança nos dias que chovem sem parar. Quero ser a memória viva dentro de você.

Eu queria dar apenas um abraço apertado em ti para sentir o calor do teu corpo junto ao meu, e, mais uma vez, ter a certeza que fui amado.

Não vamos perder a esperança de um dia nos reencontrarmos, somos o amor em meio a essa fria e cruel guerra.

Cuida das nossas flores, elas são a única lembrança que te deixei.
Ore por mim.

Do seu querido, Amani.
Eu sempre vou te amar.
Eternas saudades.

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