IV

43 12 4
                                    

Como todos os dias, soldados patrulham e inúmeros canhões de guerra passam próximos a residência em que Dulce e a sua filha vivem

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Como todos os dias, soldados patrulham e inúmeros canhões de guerra passam próximos a residência em que Dulce e a sua filha vivem.

Homens feridos, equipes médicas e voluntários lutam, outra vez, pela independência de Mûre, generais e tenentes traçam planos para vencer os italianos e expulsá-los dali.

Numa tarde de quinta-feira, estava chovendo. A água pura que caía do céu, como uma dádiva dos Serafins, era para acalentar os corações angustiados, abaixar a poeira acinzentada da violência e diluir o sangue que carcomia e espantava os olhares doces e bondosos.

Ainda não havia nenhum sinal evidente da guerra, tudo estava tão calmo, a estrada de terra estava vazia. A chuva regou cada alma e fez cessar os tiros, fazendo novamente florescer um jardim nos olhares de vingança dos que defendiam-se dentro das trincheiras.

Quando o petricor levantou-se após a chuva, Luanda saiu para brincar com a lama que havia se formado lá fora.

_ Vá Luanda, mas fique perto de casa. – pediu Dulce preocupada, enquanto preparava algo para o almoço.

Sobre a mesa, o rádio, num volume bem baixinho, soava uma música, acompanhada pelo lupembe e pela marimba, que gritava em suas entrelinhas o sofrer da saudade e a doçura do amor.

Luanda assentiu e saiu. Enquanto estava distraída, agachada ao chão, brincando com a terra molhada que se formou, ela não notou o que tinha ao seu redor.

Quando a garota olhou para frente, ela viu um par de sapatos negros, o seu corpo se estremeceu, ela subiu a visão e viu um homem alto, de cabelos castanhos, pele branca e olhos azuis, certamente é um estrangeiro, ele estava segurando nas mãos um bloco de papel e uma caneta, Luanda encarou-o e ele sorriu.

A menina correu para dentro de sua casa novamente e contou a sua mãe sobre o indivíduo que encontrou repentinamente.

LuandaOnde histórias criam vida. Descubra agora