Chegamos á cozinha e a Sarah ainda não tivera pronunciado nenhuma palavra.
Ela agarrou num copo de água e colocou-lhe umas colheres de açúcar antes de mo entregar.
Bebi o conteúdo que estava no copo.
-Melhor?- perguntou ela com esperança que eu já estivesse mais calma.- Eu sei que isto é difícil para ti, mas eu nunca te vou abandonar, e esta é a tua nova realidade. Pensa só no que puderas vir a fazer... Coisas fantásticas e sobrenaturais! Poderás não voltar a puder usufruir de algumas coisas normais de adolescentes, mas tens de pensar positivo e ver que isto é só mais uma porta aberta para uma vida melhor, mas sobretudo, uma vida diferente.
Já estava á espera de um discurso destes, mas a verdade é que ela tem razão. E eu não posso desistir ao primeiro obstáculo, não é?
-Então que assim seja! Vou voltar lá para cima e preparar-me para a primeira fase!- disse completamente confiante.
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Estava sozinha naquela biblioteca velha juntamente com o Cid. Ele ainda não tinha pronunciado nenhuma palavra, o que me estava a deixar um pouco nervosa.
Será que ele também esconde um segredo? Será que ele me vai mesmo ajudar em tudo o que eu precisar? Será que isto tudo não passa de um sonho e eu ainda nem dezasseis anos tenho? Será que isto alguma vez me fará feliz?
“Chega! Pará de pensar em coisas estúpidas! Concentra-te! Tens de te manter focada!”
-Bem… Vamos dar inicio á primeira fase! Quero que abras aquele livro que te dei e que apontes tudo o que é importante! Mas tudo mesmo! Considera esta fase a tua “escola nº2”. Eu vou ter de ser muito profissional e por vezes um pouco teimoso e persistente! Tu és a filha mais velha do teu pai. Um dia o teu irmão também estará nesta posição. Tens de ser objetiva se queres ser a melhor! Nunca te rendas sem antes tentares e pensa sempre duas vezes antes de fazer algo que te possa prejudicar!
-Ok! Prometo-lhe que irei cumprir tudo isso que me está a pedir!- disse ainda um pouco a medo.
Cid assentiu com a cabeça e passado algum tempo em que não pronunciou nenhuma palavra, saiu da sala deixando-me sozinha á espera dele durante cerca de dez minutos.
Estava a ficar bastante preocupada, e de repente ele entra na biblioteca com três livros enormes.
-Já está pronta para começarmos?- perguntei curiosa.
-Sim! Felizmente já encontrei tudo o que precisava. Desculpa a demora, mas está casa não está toda em uso. Apenas algumas divisões são usadas por mim todos os dias, por isso tive procurar em diversos sítios da casa.
-Por mim não faz mal.
O Cid fez uma pequena pausa e o silêncio instalou-se outra vez, mas desta vez apenas por uns meros segundos.
-Isto vai funcionar assim: eu vou-te falar sobre diversas coisas enquanto tu as anotas, ao mesmo tempo que tornamos isto num “diálogo de dois amigos”.
-E isso é possível?-perguntei-lhe.
-Claro. Vamos começar.
Assenti-lhe com a cabeça e respirei fundo.
-Como deves saber as histórias de Vampiros são o que não faltam por ai, mas serão elas verdadeiras? Terão elas algo de verdade ou são só mentiras atrás de mentiras? Ou será que existe ainda um meio-termo de mentiras e verdades?- perguntou Cid.
-Bem… acho que certas coisas são verdadeiras, mas outras são completamente mentira. Acho que existem mais verdades que não constam nos filmes e livros que todos nós vemos e lemos.
-Eu mesmo não o diria melhor. Digamos que… Não estás longe da verdade. Agora conta-me o que sabes sobre vampiros, mesmo que saibas que é mentira.
-Os vampiros bebem sangue humano das suas vitimas e ficam muito “agitados” quando vêm sangue, ficando assim por vezes descontrolados.- disse.
-Começas bem! Eu sei o que tu queres ouvir, mas infelizmente isso é verdade. Isso acontece, porque o sangue tem propriedades que agradam o paladar dos vampiros, mas também existem substitutos de sangue.- suspirei de alivio.- E respondendo ás tuas duvidas, os vampiros ficam descontrolados por causa da cor do sangue…
-Vermelho?! Eles ficam descontrolados com a cor?
-Não é bem isso. O sangue tem uma cor diferente aos olhos dos vampiros. O que o faz tão sagrado.
-Hum… e sempre é verdade que podemos voar, que não podemos estar expostos ao sol, que temos caninos, que somos imortais e apenas morremos com um estaca de madeira ou uma espada de ouro no coração? Sempre é verdade que não temos reflexo, ou isso é só na fase em que eu me encontro? É verdade que temos super força?-disse totalmente curiosa.
-Ahah.-riu de leve- Vocês não podem voar, mas também não podem estar expostos ao sol. É verdade que têm caninos e que estes vos são bastante uteis. -fez uma pequena pausa.- A verdade é que apenas uma espada de ouro pode matar um vampiro, ou então arrancarem-lhe o coração. Essa espada é raríssima. Deve haver apenas umas cinco e são extremamente poderosas. Apenas vampiros completos as podem obter e utilizar. O teu pai conseguiu uma. Guardamo-la num sitio de segurança.
-Mas… isso quer dizer que… se algum dia eu encontrar uma, ficarei com o poder de matar todo e qualquer tipo de vampiros?
-Basicamente sim. O teu pai fez questão de guardar a espada em segurança, para o caso de um dia algum dos seus descendentes precisar.
-Eu ou o meu irmão, certo?
-Sim, certo. Só para acabar a lição de hoje: Apenas não tens reflexo na fase onde te encontras e sim os vampiros têm super força. E nós iremos aprender a usa-la e controla-la na terceira fase. -afirmou Cid.
-Amanhã continuaremos?
-Sim, por isso vai descansar para amanhã de manhã podermos prosseguir a continuação e finalização da primeira fase.
-Mas é preciso termos tanta pressa?-perguntei um pouco admirada.
-Sim. Infelizmente sim. A tua vida depende disto. Agora vai dormir!
****
O Cid pôs-me fora da biblioteca e em fui em direção ao quarto onde iria dormir e já se encontrava lá a Sarah a dormir.
Preparei-me para dormir, mas quando tentei dormir, não consegui… Odeio quando me deixam enigmas, e o Cid fê-lo. Ele disse, por outras palavras que, tínhamos de nos despachar a “treinar-me”, porque a minha vida dependia disso.
“O que será assim tão perigoso que ele não me quis contar?"
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