Capítulo 04 (Parte VIII)

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Impossível. Aquelas cinco amostras tinham que ser inibidores. A menos que...

OH, não! Sentiu como a cor desaparecia de suas bochechas. A menos que alguém penetrou no laboratório antes dessa noite.

De repente a verdade se materializou ante seus olhos e o estômago lhe deu um tombo.

Tinha aplicado ao Alfonso um potenciador aquela mesma tarde, e não um inibidor como era sua intenção.

Sentiu como o sangue lhe gelava nas veias. Tomou ar e ficou de pé. Como o som de umas unhas arranhando a superfície lisa de uma mesa, a cadeira chiou contra os ladrilhos do chão e aquele som estridente chamou a atenção de Alfonso.

-- Está tudo bem? -- perguntou.

Em tão somente três passos, cruzou a sala e se deteve junto à Anahí. Olhou primeiro a Erin, logo a Anahí e finalmente os tubos que mantinha firmemente seguro. A mente de Anahí trabalhava a marchas forçadas, tratando de encontrar o sentido a tudo aquilo.

Angustiada, fechou os olhos com força. De repente tudo parecia ganhar sentido. Aquele era o motivo pelo qual Alfonso parecia tão excitado e ansioso por manter relações com ela. Ao fim e ao cabo, sempre tinha sido consciente de que não era seu tipo de mulher. A ereção daquela noite não teve nada a ver com sua habilidade para excitá-lo. Uma simples brisa teria tido o mesmo efeito nele.

Consciente de que Alfonso podia ler em suas expressões e em cada um de seus gestos, tratou de apagar a decepção de sua expressão. Agarrou-se a pouca compostura que ficava e converteu a careta de sua boca em uma linha severa e apagada.

Erin e Alfonso esperavam ansiosos sua resposta, assim decidiu centrar-se.

-- Parece ser que alguém alterou o conteúdo dos tubos e que a dose que te administrei esta tarde não era um inibidor, mas sim um potenciador da libido. -- Deixou as pequenas provetas em uma bandeja e tratou de fingir uma risada despreocupada.

Um sorriso iluminou a expressão de Alfonso.

-- Está me tirando o sarro? - Ela negou com a cabeça.

-- Não.

Ele deixou cair a pasta que tinha entre as mãos sobre a mesa de trabalho e logo afundou as mãos nos bolsos, deslizando os jeans uns centímetros mais abaixo de sua cintura. Anahí se obrigou a olhá-lo diretamente aos olhos.

-- Essas são boas notícias. Quer dizer que nosso experimento não tem por que ter falhado.

Ela sorriu ausente, tratando de ocultar seus verdadeiros sentimentos. Pois claro que eram boas notícias, exceto pelo dado insignificante de que agora sabia que se deitou com ela não porque a desejasse, mas sim porque necessitava. Não era tão ingênua para tratar de procurar outras explicações.

Nunca antes os hormônios de Alfonso tinham experimentado uma atividade tão intensa.

De repente sentiu frio. Rodeou-se com os braços, tratando de impedir um calafrio. Ele entreabriu os olhos e a olhou fixamente. Aparentemente se deu conta de seu repentino mal-estar. 

Prazer Sob Controle (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora