Capítulo 09 (Parte II)

370 38 0
                                    


-- A mulher certa -- respondeu ele, levantando lentamente a cabeça.

Quando a olhou nos olhos, o coração de Anahí começou a pulsar de forma descontrolada. Era o mesmo olhar do restaurante, que a fazia se sentir a mulher mais importante do mundo e a se perguntar se podia ser que Alfonso estivesse interessado em que aquilo fosse para sempre. O coração deu um tombo dentro do peito.

Quando havia dito a Isabella que Anahí era para sempre, tinha sido só para contentá-la, como Anahí tinha pensado, ou era possível que ela fosse aquela mulher da que ele falava?

Deus, como se atrevia sequer a imaginar?

De repente ele olhou por cima de seu ombro e Anahí voltou a cabeça.

-- O que acontece?

-- Não sei. Acredito que vi algo. E prefiro não me arriscar, depois do ocorrido no laboratório e em seu apartamento.

O coração de Anahí pulsou mais rápido por um momento. Entreabriu os olhos e olhou ao seu redor.

-- Não vejo nada, Poncho -- Pensou que talvez estivesse trocando de tema para deixar de ser o centro da conversa. Possivelmente não gostasse de falar de suas emoções.

-- Vamos, entremos em casa -- disse ele.

Agarrou as bolsas de comida enquanto Anahí procurava sua mochila, que deixara em algum lugar do assento traseiro, e rodeou o carro para reunir-se a ela.

Somente deram uns passos em direção ao edifício quando dois homens mascarados saíram das sombras.

-- Merda -- amaldiçoou Alfonso, segurando Anahí para que se mantivesse atrás dele -- Vá para o carro e feche as portas -- ordenou em voz baixa, olhando-a com preocupação. Tinha o corpo tenso, preparado para a briga.

-- Não tão rápido -- disse um dos mascarados, e tirou algo que escondia nas costas. A luz dos apartamentos caiu sobre o homem e iluminou a folha da faca que segurava.

-- Dê a bolsa.

Anahí estava confusa. Queriam as linguine? Como estava atrás de Alfonso, olhou por cima de seu ombro e lhe golpeou brandamente nas costas.

-- Dê a bolsa -- disse.

O homem se movia com gestos rápidos, nervosos, e não deixava de olhar ao seu redor.

-- Essa não -- disse, sacudindo a cabeça.

Bom, tampouco tinha sido muito específico. Por sua voz, o assaltante parecia nervoso, como se tudo aquilo estivesse pondo a prova sua paciência. Anahí intuiu que não pensava lhes fazer mal, que não queria problemas.

O mascarado assinalou sua mochila.

-- Essa bolsa.

Sua roupa? Queriam sua roupa?

Genial, estavam sendo atacados por um casal de travestis. Encantador.

O outro homem se limitou a dar voltas ao redor deles, sem dizer uma única palavra. Havia algo familiar na forma que se movia.

Anahí rodeou Alfonso pela cintura. Ele fechou as mãos sobre as dela e apertou com força. Estavam sendo atacados por dois homens mascarados, e, mesmo assim, Anahí se sentia segura ao seu lado.

-- Já sabem o que estamos procurando -- continuou o homem.

De repente Anahí compreendeu tudo. Eram muito parvos se acreditavam que os arquivos do projeto estavam em sua mochila. Mas, ao fim e ao cabo, quem era ela para discutir suas ordens? A faca não estava em seu poder, precisamente. 

Prazer Sob Controle (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora