-- Certo. Está acostumado a causar esse efeito sobre as mulheres, verdade? Se tivesse a oportunidade, atiraria-me em cima. -- Fez um som com a língua, como se chupasse.
Anahí olhou sua amiga e franziu as sobrancelhas, enquanto em sua mente se formavam imagens de sua amiga e Anahí praticando o mambo horizontal. Sentiu o afiado guilhão de ciúmes e a ponto esteve de perder o equilíbrio.
-- A questão é que não se deitaria comigo se as amostras não estivessem mescladas. Você mesma o disse.
Erin a olhou e sacudiu a cabeça.
-- O que te faz pensar que não se deitaria contigo?
-- Que o inferno ainda não se congelou. - Erin riu.
-- Sério, Anahí, o que te faz pensar que não gosta?
-- Não sou seu tipo. Você mesma viu com seus próprios olhos o tipo de mulheres que costuma atrair.
Sua amiga ajustou o retrovisor esquerdo do carro.
-- Tem se olhado ultimamente? Já não é nenhuma monja, Anahí.
-- Sou um ímã de insetos estranhos.
-- Não acredito.
-- Bom, pois sou.
-- Então Poncho é o inseto estranho mais gostoso com o qual eu tenha cruzado alguma vez.
-- Para que conste em ata, não dormimos juntos, mas, bem fizemos todo o resto.
Erin deu marcha ré e manobrou para incorporar-se à auto-estrada.
-- Então, quer ou não se deitar com ele e acabar o que começaram?
Anahí descansou as mãos sobre seu colo e olhou distraidamente a estrada.
-- Não... Sim... Não sei. -- Apoiou a cabeça contra o frio vidro da janela e suspirou.
-- Bem, o que decide?
Que sentido tinha mentir? As expressões de seu rosto eram totalmente transparentes.
-- Sim -- admitiu finalmente em voz baixa, embora sabia que outra noite com ele equivaleria ao suicídio emocional.
Nem sequer um colete anti-balas poderia protegê-la da forma em que a fazia sentir.
-- Pois então vá encontrá-lo. Seduza-o amanhã de noite. Isso é o que eu faria.
-- Há alguém em casa? Acredito que se esquece de algo, Erin. Deitou-se comigo porque as provetas estavam trocadas. Além disso, amanhã não quererá dormir comigo, entre outras razões porque o que lhe vou injetar é um inibidor.
Erin arqueou uma sobrancelha, enquanto em seus lábios se formava um sorriso brincalhão.
-- Volta a trocar as provetas.
Anahí abriu os olhos de par em par, surpreendida pelo que acabava de ouvir. Nunca lhe teria ocorrido fazer algo assim.
-- Sou incapaz de fazê-lo.
-- Mal, mal, Anahí. Sempre jogando a ser a menina boa. Sempre seguindo as regras e pintando só dentro das marcas. Deixe te perguntar algo. Aconteceu isso bem com ele?
O termo bem era curto.
-- Sim.
-- E a ele pareceu bem?
Anahí recordou seus olhos cheios de luxúria, a forma em que seu corpo tinha reagido e seus gemidos de prazer no momento do orgasmo. Só pensar nisso fez que um tremor percorresse seu corpo.
-- Suponho que sim.
Erin agitou uma mão no ar.
-- Claro que sim. E voltaria a passar bem. Os dois o fariam. Assim onde está o problema?
Anahí pôs os olhos em branco.
-- Quer saber onde está o problema? Comecemos por que é imoral... -- respondeu, fazendo ênfase na última palavra -- Além disso, o que acontece ao experimento? Temos que apresentar os resultados ante o comitê a semana que vem. E se não conseguir o que estão procurando, não aprovarão a subvenção e ficaremos todos sem trabalho, inclusive você -- ameaçou, agitando um dedo no ar para enfatizar suas palavras.
-- As palavras chave em tudo isto são "semana" e "que vem". Tem tempo mais que suficiente para provar o experimento e para penetrar entre os lençóis de um cara que tem fama de cumprir todos os desejos de uma mulher.
Anahí olhou a sua amiga. Tinha comprovado que, em efeito, Alfonso era capaz daquilo e de muito mais. Em realidade, com ela tinha sido assim.
-- Não tinha nem ideia de que fosse tão malvada. Me recorde que te despeça amanhã pela manhã -- brincou.
Erin sorriu e deteve o carro frente ao apartamento de sua amiga.
-- Pense nisso.
-- Não -- respondeu.
Anahí cruzou os braços sobre o peito.
-- Já o fiz e não penso te dar atenção -- respondeu com rudeza. -- Obrigado por me trazer, Erin. Nos vemos amanhã.
-- Anahí, espera. É verdade que tem que responder uns recados pela amanhã?
-- Não -- respondeu.
-- Então passarei para te buscar e iremos juntas à partida. Não tem nenhum sentido que usemos dois carros quando tenho que passar por aqui igualmente.
Anahí assentiu.
-- Parece-me bem. Nos vemos amanhã, então. -- Saiu do carro, despediu-se de sua amiga com a mão e correu para a entrada do edifício.
Como podia ser que Erin tivesse sugerido algo tão ridículo?
Tratou de esquecer a conversa que acabara de manter com ela, mas, apesar de todos seus esforços, as palavras de sua amiga voltavam uma e outra vez a sua mente. Abriu a porta de vidro da entrada e entrou no edifício. A única coisa na qual queria pensar era em tomar um banho quente, preparar uma xícara de chá e meter-se na cama para desfrutar de uma reparadora noite de sono antes da partida do dia seguinte. Não queria esbanjar nem um segundo a mais em algo tão estúpido. Porque quanto mais pensava nisso, melhor lhe soava a ideia. Santo Deus!
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Prazer Sob Controle (Adaptada)
أدب الهواةAnahí Portilla é uma fria e responsável cientista, mas, sob seu imaculado uniforme branco, seu corpo deseja ser satisfeito. É difícil manter a concentração na experiência e não no corpo musculoso de Alfonso, seu companheiro de equipe. Anahí e Alfon...