O Demônio De Blair

Deixe-me voar

Enquanto Nancy explicava para sua mãe que ela não soube que Barb poderia estar viva, Karen permanecera ao lado dela, Trocando olhares com Billy. Não importava que ela fosse mais velha que ele e ele apenas a usasse. Depois que a mãe de Nancy ficara com Billy, seu pai tem visitado um daqueles lugares onde as mulheres praticamente se vendem enquanto gemidos saiam do quarto de Karen. Eca.

Karen deu um sorriso falso.

-Você quer falar sobre Jonathan?

Ela tocou a mão de Nancy.

- Não há nada para falar, isso não é de sua conta. - retrucou Nancy, afastando a mão de sua mãe.

Ela não estava com nenhuma vontade de se abrir com a mãe. Nancy estava triste com relação a Jonathan, e já estava começando a sentir falta dele, mas ele foi passar apenas uns dias com o pai. Logo vai voltar.

- Mas você parece bem irritada, Mamãe. - devolveu Nancy com a mesma voz adocicada. - Billy não está te satisfazendo, não é? Coitadinha. Está com o coração partido?

Karen baixou os olhos e Billy quase fuzilou Nancy com o olhar.

- Mas acho que é melhor assim - disse Nancy. - Ouvi dizer que Billy é um babaca. E ele gosta só de garotas jovens.

- Karen é jovem. - Billy se intrometeu na conversa.

Karen enrugou o nariz.

- Eu nunca soube que Billy era babaca. Por favor Nancy, não faça mais um escândalo.

Mas ultimamente Nancy estava mais nervosa, andara vendo muitos vultos de cabelo ruivo nos últimos tempos, e tinha sempre a estranha sensação de que poderia ser Barbara Holland, sua antiga melhor amiga. Barb morrera dois anos antes, mas Nancy ainda pensava nela muitas vezes ao dia. Todas as vezes que dormiram uma na casa da outra, todas as viagens de compras que elas haviam feito, todas as noites que haviam se embebedado na casa de Barb, rindo e falando sobre os garotos. E agora que Barb se fora, havia um vazio imenso na vida de Nancy.

Joe Swan olhou feio para Dustin Henderson, que estava em pé na frente dele no corredor do Laboratório.

-Você está sempre correndo atrás dela - gritou ele. - Mas você não pode ficar com ela.

Dustin tremia no ar frio daquele local.

- Não posso por que?

- Você sabe - disse o garoto. -Ela não ama você, ama a mim. - Ele o encarou sério - Ela está morrendo e você não pode fazer nada. Ela está morrendo aos poucos!

Os olhos de Dustin se arregalaram. As luzes do local começaram a piscar e barulhos eram ouvidos no fim do corredor, como passos.

- Oh, Dustin. Você realmente acreditou que ela iria ficar sempre com você?

Subitamente, Dustin sentiu um rompante de raiva, e seus braços se esticaram à frente, empurrando o garoto pelo peito. Joe escorregou para trás, batendo a cabeça fortemente no chão. Só que não era mais Joe - era Addison Swan. O corpo de Addison voou pelo ar e atingiu a parede. Os órgãos internos de Addison se esvaíam de seu corpo, caindo no chão como granizo. Seu sangue enfeitava as paredes brancas do local e seu coração mesmo a vários metros dela ainda batia e uma gosma negra escorria por ele.

Dustin se levantou assustado, sua testa molhada de suor. Era 11 da manhã, e ele estava deitado em sua cama, ainda usando seu pijama. Ele tinha ficado acordado quase a noite inteira, tendo pesadelos com aquela garota e sempre acordando rapidamente. Quem é ela? Dustin não tinha como saber se aquele sonho queria o dizer algo. De repente, enquanto Dustin enxugava o suor do rosto, algo lhe ocorreu, fazendo com que seu coração acelerasse. Por que será que aquele garoto disse que ela estava morrendo? Será que ela realmente existe?