Capítulo 01°

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Acordo com barulhos de panelas vindo da cozinha, coisas que mamãe adorava fazer quando me via dormindo. Pego o meu celular e a primeira coisa que eu vejo é "20 de maio 08:34 AM".

— Me acordou cedo em mamãe! – Grito do meu quarto na esperança da minha mãe ouvir, oque acho um pouco difícil já que ela conectou o celular em uma caixa de som que havia pego emprestada do meu avô. —Hoje é meu aniversário, qual é? Eu tô de berço! – Resmungo e volto a me deitar.


Por um minuto fecho meus olhos e tento dormir de novo. Escuto batidas na porta mas finjo não ouvir, a única coisa que eu queria era dormir!

—Eu gostaria de saber se tu tá botando é ovo sua galinha! Nunca saí desse quarto! Destranca esse quarto pelo amor de Deus!!!– Tereza havia chegado e eu tentando dormi de novo mas a criatura não parava de bater na minha porta! Como dorme desse jeito?

Abro a porta completamente descabelada e com uma cara nada agradável.

Ao invés dela reclamar que eu estava sem escovar os dente até 08:47 da manhã, pula em mim e me dá um abraço bem apertado.

—Pensou que eu ia desistir fácil? Feliz aniversário arrupiada! – Gritou ela no meu ouvido.

—Dá pra parar de gritar que eu ainda quero ouvir os parabéns da minha mãe e desgruda de mim carrapato. – Ela me solta e começa a sorrir, Tereza já havia acostumado com o meu mau humor de manhã e já nem reclamava mais. Ela sabia que por mais que eu fosse bruta com ela, eu gostava dessa pudim estragado.

Logo atrás entra minha mãe e Helena com um bolo nas mãos, as três começam a cantar parabéns pra mim. O bolo estava todo decorado de roxo e preto, havia uma plaquinha em cima escrito "Com amor: Tereza & Helena" após ler a placa, deduzir que era esse o segredo de Tereza e Helena.


—Obrigado mãe, obrigado coisa bonita, obrigada minha irmãzinha." Eu amo vocês três! – Disse abraçando cada uma.

—Irmã, estou muito feliz e orgulhosa por você nessa nova jornada. –Confesso que fiquei muito emocionada com as palavras da minha irmã, mas sabia perfeitamente que aquilo tinha dedo da Tereza do meio. Helena não falava nessa educação toda!

—Minha filha, como é bom presenciar mais um ano de sua vida. Que Deus te abençoe muito e lhe dê muitos anos de vida, que Ele sempre te acompanhe e sempre ilumine o seu caminho. – Lágrimas escorregam por minhas bochechas, não consigo esconder oque estou sentindo e as meninas sabiam o motivo. Umas das maiores tristezas daquele dia era mais um ano sem meu pai, mas começar a pensar que corria o risco de ficar sem minha mãe me quebrava aos pedaços. —Não chora não minha filha, hoje é seu aniversário. – Tenta me confortar.

—A senhora sabe que ainda me dói muito, mas eu prometo que vou fazer o possível para não lhe desamparar e estar com a senhora e...

—Heloísa se acalme meu amor! –Minha mãe me interrompe após ver que eu já estava me perdendo nas palavras devido ao choro. Eu costumava guardar meus sentimentos pra mim e quando eu ia falar algo, principalmente chorando, eu me perdia nas palavras. —Sei que você vai fazer oque pode, mas vamos deixar isso quieto? Seu pai não ia gostar de te ver assim se estivesse aqui e tenho certeza que você ficar o dia se lamentando e chorando não vai mudar as coisas. –Minha mãe já aceitava um pouco o câncer, ela costumava dizer que tudo acontece por um motivo. Ela iria lutar mas que se algo acontecesse com ela não era pra eu me culpar por não ter feito grandes coisas.

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