04

51 9 5
                                    

         — A DAISY VAI ficar bem papai? — Aurora pergunta quando eu paro o carro no semáforo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

         — A DAISY VAI ficar bem papai? — Aurora pergunta quando eu paro o carro no semáforo.

   — Claro que vai bailarina, além disso, eu ainda vou levar ela no médico ok?

   Ela concorda e vira a cabeça para olhar pela janela. Aurora não lembra muito a mãe na aparência, ela é muito mais parecida comigo do que com Georgina, ela tem meus olhos verdes, meu sorriso com covinhas e meu nariz. Mas seus cabelos são iguais o de Gigi, dourados e ondulados nas pontas.

   Sua personalidade tem um pouco de Gigi, ela é doce e simpática como a mãe. Georgina era uma ótima mulher, sempre foi muito gentil e simpática, mas era uma pessoa mais na dela, séria e tímida, muito polida. Diferente da minha bailarina, que é uma pessoa faladeira, brincalhona, que adora pessoas e não é nem um pouco tímida. Georgina foi o amor da minha vida. E isso não vai mudar, ela sempre será o amor da minha vida, e a mãe do meu mais precioso bem.

   — Vamos para casa, vovó deve estar preparando o almoço.

   — bom, vovó já deve com saudade minha, né papai?

   — Claro que sim bebê. — respondo com um sorriso na voz.

   Estaciono o carro na frente da minha casa e desço, abro a porta de trás e desafivelo o cinto de Aurora, pegando ela no colo e botando no chão.

   — Você acha que a Daisy vai mesmo na apresentação da escolinha? Ela falou que ia. Vou fazer bem, bem bonito para ela. Posso ter um cachorrinho papai? O Mike é bem bonitinho né? Daisy disse que ele é um rei, mas eu sei que é brincadeirinha. — minha filha fala tudo assim, emendando um assunto no outro, é difícil acompanhar seu raciocínio.

   Mas consegui notar o fascínio da minha bailarina com Daisy.

   Ela é uma mulher bonita, pequena e com carinha de criança, mas corpo de mulher. Teimosa, irritante, totalmente irresponsável, sem o mínimo de preocupação com minha sanidade mental, gentil, e pelo que pude perceber uma pessoa triste, que fingi estar feliz.

   Não importa a quantidade de vezes que eu a vi sorrir, que foram muitas, foram muito poucas as vezes que o sorriso chegava aos seus olhos. Mas enquanto olhava meu bebê dançar para os Fitzgerald, ela sorria de verdade, o rosto inteiro dela estava sorrindo, seus olhos brilhavam e seu corpo estava relaxado.

   Eu posso ser um homem que não é inteiramente feliz, eu perdi a mulher que eu amava, mas eu ganhei Aurora, e essa garotinha falante e animada é a grande razão pela qual eu levanto da cama todas as manhas.

   Eu não sou uma pessoa triste, tenho minha mãe, meu irmão, amigos que eu considero família. Mas eu perdi a mulher que eu ia casar, eu perdi a mulher que eu amei e com quem eu queria construir uma família. Eu perdi o amor da minha vida, e ganhei outro —Aurora Hopkins.

O Frio Do InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora