— A DAISY VAI ficar bem papai? — Aurora pergunta quando eu paro o carro no semáforo.
— Claro que vai bailarina, além disso, eu ainda vou levar ela no médico ok?
Ela concorda e vira a cabeça para olhar pela janela. Aurora não lembra muito a mãe na aparência, ela é muito mais parecida comigo do que com Georgina, ela tem meus olhos verdes, meu sorriso com covinhas e meu nariz. Mas seus cabelos são iguais o de Gigi, dourados e ondulados nas pontas.
Sua personalidade tem um pouco de Gigi, ela é doce e simpática como a mãe. Georgina era uma ótima mulher, sempre foi muito gentil e simpática, mas era uma pessoa mais na dela, séria e tímida, muito polida. Diferente da minha bailarina, que é uma pessoa faladeira, brincalhona, que adora pessoas e não é nem um pouco tímida. Georgina foi o amor da minha vida. E isso não vai mudar, ela sempre será o amor da minha vida, e a mãe do meu mais precioso bem.
— Vamos para casa, vovó deve estar preparando o almoço.
— Tá bom, vovó já deve tá com saudade minha, né papai?
— Claro que sim bebê. — respondo com um sorriso na voz.
Estaciono o carro na frente da minha casa e desço, abro a porta de trás e desafivelo o cinto de Aurora, pegando ela no colo e botando no chão.
— Você acha que a Daisy vai mesmo na apresentação da escolinha? Ela falou que ia. Vou fazer bem, bem bonito para ela. Posso ter um cachorrinho papai? O Mike é bem bonitinho né? Daisy disse que ele é um rei, mas eu sei que é brincadeirinha. — minha filha fala tudo assim, emendando um assunto no outro, é difícil acompanhar seu raciocínio.
Mas consegui notar o fascínio da minha bailarina com Daisy.
Ela é uma mulher bonita, pequena e com carinha de criança, mas corpo de mulher. Teimosa, irritante, totalmente irresponsável, sem o mínimo de preocupação com minha sanidade mental, gentil, e pelo que pude perceber uma pessoa triste, que fingi estar feliz.
Não importa a quantidade de vezes que eu a vi sorrir, que foram muitas, foram muito poucas as vezes que o sorriso chegava aos seus olhos. Mas enquanto olhava meu bebê dançar para os Fitzgerald, ela sorria de verdade, o rosto inteiro dela estava sorrindo, seus olhos brilhavam e seu corpo estava relaxado.
Eu posso ser um homem que não é inteiramente feliz, eu perdi a mulher que eu amava, mas eu ganhei Aurora, e essa garotinha falante e animada é a grande razão pela qual eu levanto da cama todas as manhas.
Eu não sou uma pessoa triste, tenho minha mãe, meu irmão, amigos que eu considero família. Mas eu perdi a mulher que eu ia casar, eu perdi a mulher que eu amei e com quem eu queria construir uma família. Eu perdi o amor da minha vida, e ganhei outro —Aurora Hopkins.
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O Frio Do Inverno
Romance"Espero que você ache a felicidade que vem fingindo ter" Ela não sabe viver, sobrevive e respira dia a dia, mas não vive. Recém-chegada na cidade, sem dinheiro ou esperanças, Daisy arranja multiplos empregos e mesmo assim ela não tem dinheiro para s...