Notas: gente, acho que é bom esclarecer, né? O morro do japonês e o complexo de Konoha são fictícios, mas a localização seria, no caso, algo próximo à favela da Rocinha.
As personagens Himeko e Nori são personagens originais, a primeira criada pela xHasashi, EliseKerry e Sayame, e a segunda pela InsanoBoo e Whatapanda.
Boa leitura!Um pouco distante do morro, no Grajaú, uma distinta senhora escutava música clássica e ensaiava seus passos de balé para que pudesse repassá-los com perfeição para as meninas de sua ONG cultural.
Ninguém que a visse entre os saltos e piruetas diria que ela possuía seus 70 anos de idade.
O tempo, principalmente a forma que ela escolhera para ocupar o seu, havia lhe feito muito bem.
Os cabelos com a raiz embranquecida já dependiam da tintura para manterem-se vermelhos. As bochechas fofas davam um ar gracioso a ela, tal como o sorriso literalmente de porcelana.
E, em seu rosto, o semblante calmo transparecia o amor pelo o que fazia.
E ela sorria e agradecia às paredes que eram seu público ao fim da música calma e que logo deu lugar ao barulho estridente do toque do telefone.
Maldito fosse aquele toque infernal.
Maldita fosse a barulheira que escutou do outro lado da linha.
- Alô? - perguntou estranhando o que parecia ser um choro desesperado ao fundo.
- Escuta aqui, dona, eu tô com a tua filha aqui, tô com ela e se a senhora num fizer direitinho o que eu mandar eu passo a faca nela. - a ameaça era tão rude quanto a voz, o conteúdo e o tom iriam assustar qualquer outra pessoa que não ela.
Primeiro por ela não ter filha alguma, segundo por conhecer muito bem aquela voz feminina cavernosa.
- Eu não acredito que eu vou ter que ir na penitenciária só pra te dar uma bolsada, Nori! - disse e ouviu a mulher, que antes parecia bem mais corajosa, começar a gaguejar.
- V-v-vó Mitinha? - mesmo que a situação fosse trágica, Mito riu.
Não podia acreditar no que havia acontecido e Mãe, a mulher do outro lado da linha, não sabia onde enfiar a cara.
Como assim havia ligado para Mito?
O que seus filhos iriam pensar dela se soubessem disso?
- V-vó Mitinha, pelo amor de Deus, não fala nada disso pro Tartaruga, os meus menino não pode saber disso! - não que seus filhos não soubessem que estava presa, aliás, se havia uma coisa com a qual Lee e Udon estavam acostumados era com a criminalidade familiar, mas não era bom que soubessem que a ex mulher de Tartaruga por pouco não deu um golpe na idosa que ainda sorria, apesar da gravidade da ocorrência.
- Você poderia ter me matado do coração, sabia? - reclamou tentando conter o riso nervoso pela triste coincidência e pensando no que teria acontecido caso não fosse uma conhecida a golpista ou se tivesse de fato uma filha a ser sequestrada.
Certamente se tivesse citado sua neta, estaria em prantos e desespero.
- Deus me livre, vó Mitinha, perdoa o vacilo aí, já é? - respondeu a ela em tom de arrependimento, algo que Mito sabia que iria passar assim que ela discasse o próximo número.Mãe anotaria aquele número para que nunca mais discasse aquela sequência novamente e dona Mitinha, sabendo que não adiantaria um sermão naquele caso, era melhor tentar esquecer aquele episódio.
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Guetto
FanfictionMorro do japonês, Rio de Janeiro, no verdade e amarelo Brasil. A cidade maravilhosa manchada de sangue e seus guetos inchados de dor clamam por liberdade, enquanto lidam com a violência em seu estado puro e a esperança de voltar para casa são e salv...