(Des)Esperança

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Fora da escola de samba, mais precisamente no barracão do outro lado da rua, estavam Folha e Nabi, aos beijos e amassos, aproveitando uma nova pausa do ensaio da melhor forma.

Em vez de descansarem, estavam ali, respirando ofegantes entre um beijo, uma puxada de cabelo e uma mordida e outra.

Konohamaru afastou o kit de costura e a fantasia inacabada que haviam sobre uma mesa e colocou Hanabi sentada ali enquanto a beijava no pescoço e tinha seus ombros arranhados pela excitada passista que o acomodava entre as pernas.

Não sabia quando ela havia retirado a própria calcinha, mas lhe foi ainda mais excitante acariciá-la e notar que a peça já não estava ali. Ela gemeu com o toque e ele teve ainda mais pressa.

Bastou se retirar das calças e vestir a camisinha que atendeu o clamor dela pela penetração, tomando a liberdade de baixar as alças de seu vestido e sutiã para poder beijar os seios que tanto gostava.

Que seu avô sequer sonhasse que estava profanando o sagrado barracão mais uma vez. Por mais que nutrisse pelo local o mesmo respeito, não podia resistir a tomar sua musa nos braços ali, tudo tornava a cena ainda mais poética, além de prazerosa.

Era uma grande sorte pra ele que tivesse aquele relacionamento casual justamente com a garota por quem era apaixonado, mas era um grande azar que só ficassem no casual.

Maldita Hanabi que fez tanto para conquistá-lo outrora e agora não acreditava nos seus sentimentos.

Malditos cansaço e orgasmo que vieram rápido demais, mas era bom, assim passaria mais tempo com ela, que não admitia que ele se fosse sem satisfazê-la também.

Esperava que estivesse pronto a tempo de voltar para a última rodada de ensaios, o que não era muito difícil tendo ela tão sensual em seus braços, gingando contra seu colo enquanto o beijava…

Trocou o preservativo usado por outro e voltou ao ato. Pelo visto, não teria fôlego para sambar depois de tudo, mas ia valer a pena, só o que não valia era que, após dar o melhor de si, ela simplesmente lhe desse um beijo, se vestisse, sem nem lhe dizer nada.

— O que eu fiz dessa vez? - perguntou chateado com ela que apenas cutucou sua bochecha esquerda, dando um beijo ali.

— Você foi ótimo, mas eu tenho um ensaio pra brilhar! - antes que ela fosse, a segurou pela mão com carinho, olhando em seus olhos.

— Até quando cê vai fazer isso comigo, hein? - perguntou com ela revirando os olhos entediada.

Homens eram patéticos, mas Folha com certeza era mais, principalmente em seus rompantes de romantismo.

Odiava ser cobrada. Por mais que o correspondesse, não gostava daquela cobrança toda pelo relacionamento formal e isso não significava que não gostaria de ter um, mas é que aquilo envolvia tanta coisa…

A primeira e mais importante era seu posto na escola de samba. Não havia sido escolhida para o destaque naquele ano, mas com certeza seria no ano seguinte e não queria que seu esforço fosse anulado por ser a namorada do neto do patrono da escola.

Fora as questões de que já não era muito bem falada no morro, um namoro às claras era o mesmo que pedir por fofocas ao seu respeito, como já havia sido no passado…

Ele que não pensasse que ela havia esquecido que ele havia preferido acreditar nos boatos sobre uma suposta traição dela quando haviam tentado algo mais sério no passado.

Segurou o queixo dele com o indicador e polegar direitos, o olhando fixamente nos olhos.

— Você é muito lindinho calado, sabia? - falou irônica com o garoto rosnando e se soltando.

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