Pijamas e Más Ideias

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- Amor, porque você não responde? - O de bochechas gordinhas não tinha uma direção certa no olhar felino, mas tentava mirar no seu namorado, com um bico curioso.

- Ah... Amor, está muito tarde. Você quer ir dormir?

Chen não sabia como responder, namoravam desde os 15 anos do mesmo, mas Minseok nunca tinha lhe perguntado algo que ele não soubesse responder.

Normalmente o pequeno ficava curioso acerca de coisa banais, como uma banana ou um abacate, por exemplo.

Logo o mais novo deu a mão a seu pequeno e o ajudou a chegar até ao quarto, os pijamas já estavam devidamente vestidos, eram cerca de duas da manhã. A hora perfeita para ver estrelas. Para apenas Jongdae ver estrelas.

Xiumin tinha um pijama simples, uma prenda de Tao que ele e Chen gostavam muito. Era azul bebé e tinha risquinhas brancas na vertical, um pijama extremamente comum, mas igualmente macio.

Na visão sincera de Jongdae, Tao havia sido muito inteligente ao comprar esse presente tão simples. Minseok jamais iria ver se a roupa fosse bonita ou chamativa, o menino era cego. Mas ele podia sentir toda a suavidade dos pelinhos daquele pijama.

Minseok amava coisas macias. Agradáveis ao toque.

Na verdade, a ideia foi de Kris, mas Jongdae e Minseok nunca iriam descubrir se fosse depender de Tao.

Chen acariciava os cabelos ruivinhos do seu namorado, convencido de que o mesmo dormia. Por conta disso, levou um pequeno susto quando ouviu a voz rouca, por conta do sono, vinda de Minseok.

- Dongsaeng... - Rio baixinho, percebeu o susto de Chen ao ouvir a forma como o mais novo prendeu o ar. - Calma, amor!

Chen acabou rindo também, seu Baozi era adorável.

- O que foi, pequeno?

- Amanhã, quando formos ver as estrelas de novo, você pode me explicar como elas são?

- Eu posso tentar. - Sorriu, sorriu sem fé alguma nas próprias palavras. Ele não sabia explicar como era uma estrela, oras. Se ele fosse dizer que estrelas eram como luz, então Minseok ficaria ainda mais confuso!

Mas o mais baixo ficou satisfeito com a resposta e não tardou a dormir.

Chen no entando, pegou no celular e explicou seu problema para todos os amigos do seu grupo de amizades. Recebendo as seguintes respostas:

Baekhyun disse que seria uma boa ideia tentar fazer Minseok esquecer disso, mas Jongdae tinha perfeito conhecimento de que isso não era possível.

Kris e Chanyeol partilharam a opinião de que ele poderia adotar uma iguana de estimação e dar como presente a Xiumin, assim talvez ele ficasse tão interessado no bichinho, que não fosse querer saber de mais nada.

Chen não só achou uma péssima ideia, como ficou incrívelmente surpreendido, os meninos haviam pensado exatamente na mesma besteira.

Jongdae também não estava disposto a ser trocado por uma iguana.

Tao não respondeu, provavelmente estava dormindo, ou havia perdido o celular de novo.

Kyungsoo e Jongin estavam juntos, então Chen sabia que apenas a opinião de Do seria exposta. Uma opinião muito cruel na visão do menino! Basicamente, a ideia era explicar a Minseok que ele não podia saber tudo e ponto.

Quando perguntou a Sehun, obteve finalmente uma ideia que parecia vir de alguém com bom senso. O que foi estranhíssimo, pois era uma ideia de Oh Sehun.

A ideia era explicar as coisas para Minseok cientificamente. Explicar que as estrelas não tinham uma forma e que o ser humano apenas via uma luz que era transmitida a uma velocidade estupidamente grande.

Mas isso iria estragar toda a magia das explicações de Jongdae!

Julgou todos os seus amigos por terem ideias péssimas, até começar a sentir sono.

Vencido, decidiu acompanhar seu bebé e dormir. Sabendo que quando acordasse, provavelmente teria uma mensagem de um número desconhecido, com a frase que já estava mais que decorada: ''Oi amigo, é o Tao, eu perdi o celular (de novo).''

Chen nunca entenderia de onde Kris e Tao retiravam tanto dinheiro para gastar com os celulares perdidos se Zitao. Ele e Xiumin tiveram que poupar por dois meses para conseguir um maldito microondas!

- Hyung! Qual o seu nome? - O pequeno Minseok de cabelos pretos perguntava, tateando de leve o ombro de Chen e olhando para o nada.

- Kim Jongdae, posso saber o seu? - O pequeno Chen de cabelos tão pretos quanto os de Minseok perguntou sorridente, apesar de achar o menino extremamente estranho.

- Kim Minseok, temos o mesmo sobrenome! Que legal, você não acha hyung? - O pequeno sorria, com a cabeça na direção de Chen, mas com o olhar na direção de nada em concreto.

- Porque está me chamando de hyung? Você não sabe minha idade.

- Mas você deve ser meu hyung, porque é mais alto que eu! - O gordinho apertava o braço de Jongdae.

- Eu tenho 7 anos. Quantos anos você tem, Minseok?

- Oh, eu tenho 10! - Abriu as duas mãozinhas para mostrar o número total. - Parece que não é meu hyung, afinal. Mas podemos ser amigos!

- Podemos. O que você está fazendo no segundo ano com essa idade? Você reprovou?

- Eu entrei mais tarde na escola.

- Porquê?

- Eu sou cego. - Mostrou um sorriso bonito. Ser deficiente visual não era problema para Minseok, era um orgulho! Ele era especial.

Jongdae só faltou ter uma parada cardíaca ali mesmo. Era cego, claro! Por isso que estava encarando tão desinteressadamente o nada e errava ligeiramente as direções.

Ficou muito feliz por não ter se afastado do menino estranho. Logo correu para apresentar o menino tão gordinho a Kyungsoo, seu melhor amigo baixinho.

Correu tão rapido que o pobre Minseok ficou cansado e teve que recuperar o folego. Qual é? Jongdae corria demais para um menino gordinho e de estatura baixinha conseguir acompanhar tão facilmente!

- Amor! Com o que está sonhando? Está fazendo barulho!

- Uh? Ah, bom dia. - Rápidamente deu um selinho no namorado e percebeu que se tratava de uma memória boa em forma de sonho, memória do dia em que conheceu seu pequeno.

Parou por uns segundos para analisar a beleza de Minseok. Agora mais magro, sexy, na humilde visão de Jongdae.

Os seus olhinhos pequenos e desorientados estavam iguais, tirando que agora Xiumin tinha a mania de pedir para passarem lápis de olho nele.

Desde que Tao falou que isso deixava seus olhinhos felinos atraentes, Minseok se tornou inseparável de tal maquiagem.

O cabelo também estava diferente, agora num tom de ruivo claro ao invés daquele preto tão brilhante e natural.

Chen sorriu. Um sorriso triste, porque ele sabia que seu pequeno nunca iria poder apreciar sua própria imagem tão linda, afinal, Minseok era cego.

O menino que não via estrelas Onde histórias criam vida. Descubra agora