Confesso

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confesso que por vezes ainda chamo seu nome.
Na madrugada fria e silenciosa, confesso que ainda grito seu nome, quando acordo de um sonho ruim procuro você para me acalmar, porém você já não se faz presente mais.
Por vez ou outra, confesso chorar baixinho, encolhida no cantinho do banheiro, esperando que você bata na porta para me perguntar o que estava acontecendo como costumava fazer. Confesso que por vezes, penso que vou explodir por sentir tanto a sua falta, penso que não serei capaz de suportar a dor que você me deixou ao ir embora.
Confesso sentir saudades de nossas respirações aceleradas e juntas quando nos beijávamos e o ar se fazia ausente nos obrigando a dar uma pausa, confesso sentir falta dos corpos suados e colados como se fossem um só nos dias de frio que ficávamos na cama embaixo das cobertas.
Confesso que ainda sei o dia de seu aniversário e ainda guardo o perfume que mais gostava e se esqueceu de levar consigo, guardo aquele seu isqueiro que costumava acender o seu cigarro durante a manhã, guardei o conhaque que era raramente tocado por você aos fins de semana, guardei pedacinhos de você comigo, na esperança de me sentir menos vazia, guardei uma de suas camisas preferidas e confesso que ainda a visto e me lembro de quando me dizia que eu ficava sexy com suas roupas, me dava um beijo demorado e dizia me amar.
Me tornei uma acumuladora de lembranças, me tornei alguém que você prometeu que não me deixaria ser, pois disse que ia ficar. Eu não mudaria nada nessa história, somente o fato de você ter ido embora.
- Jade Luiza

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