Control - reescrita

sete

MADRID, ESPANHA

JULIA VÁZQUEZ

O frio parecia ter estacionado sobre a capital espanhola.

Eu odiava frio.

Lucas fazia uma dancinha e assassinava o inglês cantando ou melhor tentando cantar uma música do Justin Bieber enquanto eu ria de maneira descontrolada e filmava para mostrar aos rapazes durante o treino.

-Díos mio Luqui para por favor...

Pedi em meio a risadas e ele fazia caras e bocas para o vídeo.

- chupa essa mundo, eu sou melhor que Justin Bieber...

Eu ri mais ainda é ele aproveitava e também bancava o baterista com as mãos no volante.

Meu estágio no jornal Marca tinha terminado no começo da semana e também não teria faculdade então Lucas me pediu, na verdade me obrigou a acompanhá-lo até o treino que eles estavam fazendo para o jogo de volta contra a Juventus que aconteceria em três dias no próprio Santiago Bernabeu.

Apesar de termos voltado a nos falar como antes, meus planos de me mudar para um apartamento só meu não havia mudado, eu estava a procura de um lugar para alugar e precisava pensar em um modo de contar ao Lucas e ne preparar para seu surto.

Eu também ainda não havia falado ou visto Francisco desde o dia que ele me ajudou, e mesmo que me custasse o orgulho eu precisava conversar com ele e agradecer por ter me ajudado.

O Audi A6 subiu a pequena colina que nos levaria ao ciudad del real Madrid e já podia ver o pequeno grupo de pessoas que estavam ali no portão na esperança de conseguir uma foto ou autógrafo de algum jogador.

Lucas baixou o volume do rádio e baixou o vidro do carro para atender os fãs que abriram um sorriso.

Eu ainda ria e ele me encarava com uma sombra de riso no rosto e dava atenção para os fãs, baixei a janela do lado do carona e peguei o celular de algum deles e tirei uma foto de Lucas antes de devolver para o garoto e Lucas finalmente entrar no CT.

Eu ainda tentava me recuperar do ataque de risos.

- Madre Mia o que aconteceu com ela?

ouvi Marcelo perguntar e pelo tom de voz estava querendo rir também.

- não sei- lucas respondeu por mim- ela é meio louca...

Sai do carro e dei um tapa na sua nuca do mesmo.

- louca e sua...

- oh não xinga a minha mãe não...

Revirei os olhos

- eu ia dizer sua madrinha...- ganhei uma careta e sai correndo e passando por Marcelo- BUENOS DÍAS CELITO...

Gritei para o brasileiro que agora ria abertamente e eu ouvia Lucas gritando meu nome.

Parei quando meu corpo bateu em uma parede e eu fui de encontro ao chão.

- aí...- falei deitada- puta madre isso dói...

- o que vocês estão fazendo aí no chão?

Abri os olhos e vi Marcelo dando a mão para ajudar alguém a se levantar e Lucas ria encostado na parede.

- nada não Marcelo- falei sentando- e que o chão estava tão limpinho que resolvi deitar um pouco...

Ele riu e um braço tatuado me estendeu a mão para me ajudar e levantei os olhos vendo Sérgio, sorri aceitando a ajuda

- gracias Capítain...- falei - desculpa ter atropelado...

Ele sorriu e me abraçou

- se queria um abraço era só pedir e não me atropelar...- ele deixou um beijo na minha cabeça- aliás porque estava correndo como se estivesse em um campeonato de fórmula 1?